Capítulo 7

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Quando as convicções mais profundamente enraizadas dentro de si, aquelas que entranharam em sua mente de forma a não deixar que qualquer outro ponto de vista surgisse, são postas em dúvida, o que você faz?

Nega? Desconfia? Nega de novo? Desconfia mais um pouco? Foge?

O que você faria?

Tal qual Van Gogh, atormentado, que durante anos sofreu com episódios de delírios e psicose, Anna Collins estava certa de que estava agora vivendo um episódio de loucura ou insanidade mais profundo do que o anterior.

Passou anos crendo na história que contaram sem duvidar, pois confiou, se conformou. Um dos seus maiores erros foi acreditar. Confiou em Jenna Michels quando esta disse-lhe, ou melhor, afirmou, que o coreano chamado Kim Taehyung proferiu duras críticas ao seu talento e as suas obras.

Não eram, por si só, as críticas, o que tornou o episódio uma grande catástrofe em seu caminho, porque toda e qualquer pessoa em qualquer ramo profissional enfrentará críticas ao seu trabalho, é algo natural para a evolução, mas a forma como deturparam uma crítica em algo deplorável rendeu a Anna alguns meses em um sanatório.

Mais uma vez as paranoias e a mente instável causaram a si um sofrer desnecessário e demasiado.

Quando ouviu de Jenna que o coreano havia afirmado que suas obras eram destoantes, amargas e deprimentes, decidiu que aquilo, por si só, não poderia ser o que determinaria a sua vida, apesar de ter ficado chateada pelo o que ele havia supostamente dito. Anna escolheu as cores escuras, bem como as pinceladas fortes e marcantes, para retratar qualquer "coisa" que valesse a pena e não retratar apenas cenas coloridas e que agradassem a maioria.

Anna não nasceu para "agradar", nasceu para fazer diferente!

O fato é que a crítica, a princípio, serviu como um ponto de análise, tanto que Anna pela primeira vez analisou suas obras pelo ponto de vista de um espectador. Se fosse considerar que a maioria dos indivíduos preferem admirar obras claras, coloridas e com vida, as suas eram o oposto, e isso a fez entender o ponto de vista da crítica.

Mas até esse ponto estava tudo bem! Não deixaria de retratar da forma que gostava e fazia bem. Anna tinha certeza de que o seu público existia e em algum momento encontraria as pessoas certas.

Mas, como o capiroto que atenta só descansa quando consegue o que quer, Anna se viu no meio de um círculo de fofocas que rendeu-lhe muita dor de cabeça. O meio artístico é trágico pelo simples fato de matar inúmeras pessoas com arrogância, desprezo e humilhação. Isso sempre existiu, e não seria agora que deixaria de existir!

Anna Collins, artista prodígio, demonstrou talento para pintura e interesse pela música desde muito cedo. Seu pai, um grande pintor, adepto da arte moderna, com inúmeras obras de sucesso, incentivou Anna a ser aquilo que ela gostaria, uma pintora, apesar da mãe acreditar que Anna seguiria seu talento para a música, como a si própria.

Dedicaram anos e algum dinheiro para que ela pudesse ter o que fosse preciso e estudar o quanto fosse necessário. Anna utilizou muito bem todos os recursos disponíveis e estava realizada, tanto quanto seu pai estava orgulhoso.

Mas o orgulho do seu pai se transformou em decepção quando as fofocas acerca do quão desagradável foi para a galeria lidar e contornar as críticas que as obras de Anna receberam. E não era, de forma alguma, decepção com a sua Anna, mas sim com o quão inescrupuloso é o ser humano.

O cúmulo do absurdo da fofoca foi dizerem que por causa da má fama de Anna, devido ao desagrado que causou em um artista internacional, prejudicaria os demais artistas que também estavam expondo seus trabalhos ali, visto que, segundo os grandes entendedores da vida de Anna, ela não tinha talento algum, apenas um pai com influência.

GRAFITTE 🎨 || KIM TAEHYUNG - FANFIC || BTSOnde histórias criam vida. Descubra agora