home. (JJK + PJM)

🏠:: forever rain

 

  Como era possível sentir tanto amor assim?

Será que aquilo não era algum problema cardiológico ou algo do tipo? Não poderia ser normal sentir seu coração pulsar daquele jeito por causa de uma fileira de dentes brancos.

Não poderia ser normal ter uma vontade tão arrebatadora de ter alguém por perto quando ele nem mesmo estava longe.

Não poderia ser normal amar tanto Jeon Jungkook. E como Jimin o amava...

Jungkook e Jimin se conheceram na festa de Natal da paróquia do bairro onde cresceram. Jimin ainda era um pequeno e fofo garotinho quando viu um coelhinho de cabelos pretos e olhos brilhantes chorando de medo do Papai Noel.

O pequeno Park Jimin correu até o garoto trêmulo na fila e parou na frente dele, olhando o com a cabeça inclinada para o lado e um biquinho em seus lábios gordinhos. Ele deu passinhos de bebê até o garotinho fofo e sorriu como sua mãe havia lhe instruído.

    - Você não precisa ter medo! O Papai Noel é meu amigo e é muito legal. - Jimin disse levantando uma das mãos como quem faz uma promessa de escoteiro.

O garotinho de olhos grandes e brilhantes não teve a chance de responder. A assistente mau-humorada do Papai Noel gritou para que a próxima criança fosse até a poltrona vermelha do Bom Velhinho.

   - E-eu não quero ir. - O coraçãozinho de Jimin se despedaçou ao ver o garotinho chorar mais ainda e juntar suas mãozinhas perto do peito com força.

A mãe dele estava prestes a arrastá-lo, ignorando seu medo, quando Jimin decidiu que não poderia deixar que outra criança chorasse assim como ele chorava em dias chuvosos. Mesmo sendo tão pequeno, Jimin já conhecia o medo e sabia como era ruim não ter ninguém para abraçar nesses momentos.

   - Eu vou com você! - o garotinho loiro exclamou e colocou as mãos na cintura, fazendo sua pose de super-herói. Ele sabia que seus super poderes poderia ajudar o coelhinho de olhos brilhantes mesmo que não entendesse como alguém poderia ter medo do papai noel.

Jungkook não se mexeu. Apenas olhou sem expressão para o garotinho de bochechas rosadas e depois para sua mãe visivelmente irritada com sua birra.

Jimin estava prestes a hesitar, ficando tímido por não receber nenhuma resposta do outro, quando o viu ser puxado pela moça irritada até onde estava o Papai Noel e sentiu uma mão suada e trêmula agarrar a sua, fazendo-o correr atrás do menininho de olhos brilhantes até o cenário de gelo barato da praça do bairro.

E ele não a soltou até que Jungkook conseguisse pedir seu boneco do Homem de Ferro ao Papai Noel sem chorar. 

Quando finalmente se despediram do Bom Velhinho, Jimin descobriu que o dono dos olhinhos brilhantes era Jungkook e que ele era seu novo vizinho. E que ele não falava muito.

Mesmo assim, quando Jimin se sentou no banco de trás do carro de seus pais, sorriu orgulhoso de si mesmo e refez sua pose de super-herói disfarçadamente para que seus pais não descobrissem sua identidade secreta.

"Mais uma missão do Super Mimi!" Pensou enquanto balançava suas perninhas no trajeto para casa, lembrando-se dos olhinhos brilhantes de Jungkook e em como queria estar por perto para que ele nunca mais sentisse medo.

E desde então ele esteve.

Mas Jimin não pode defender Jungkook de seu maior medo: perder Jimin.

O mais novo subiu as escadas ofegante e com o rosto vermelho de raiva. Sem pensar, abriu seu armário bruscamente e jogou todas as suas roupas favoritas dentro de sua mochila de materiais de faculdade. Ele quebrou alguns cabides por causa da força que usou para arrancar alguns de seus moletons e bateu as costas com força na porta do armário. Estava tonto demais e sua visão estava embaçada por causa das lágrimas que se formavam em seus olhos.
   Com um xingamento, Jungkook jogou um dos últimos cabides vazios no chão e chorou andando pelo seu quarto. Estava inquieto, completamente acelerado e com um nó na garganta.
  Já era a milésima briga entre ele e seu melhor amigo naquela semana. Sempre pelo mesmo motivo.
   Jungkook já tinha perdido as contas de quantas vezes buscou Jimin no bar perto do campus enquanto algum idiota tentava se aproximar dele enquanto ele estava nitidamente bêbado. Ou de quantas vezes teve que tirá-lo de confusões com os guardinhas do campus que o pegavam cabulando aula na arquibancada do Centro Esportivo.