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POR JULIE MOLINA

Meu sangue ferveu quando Luke falou aquilo, eu só estava respondendo ele, né?

Eu não gostava de conversar mais com ele?

- Aí caralho! - ele diz depois que a minha almofada bate na cara dele.- Pra que ser tão agressiva meu amor?- ele pergunta debochado.

- Pra você aprender a não me irritar. - eu retruco.

- Não reclamou do "meu amor", gostou do apelido?- ele pergunta descaradamente.

Merda eu nem percebi.

- Não mexe com fogo lucas!- digo.

Sei que o provoquei, Luke odeia que o chamem de Lucas seu nome verdadeiro. Ele simplesmente não gosta, e sempre corrigiu as pessoas que o chamavam assim.

- Eu adoro me queimar, jules.- ele diz convencido.

O meu corpo se tremeu todo com o apelido que ele mesmo criou sendo pronunciado pela sua boca, a quanto tempo não ouvia? 5 anos? Não sei mas foi uma sensação incrível, é como se ainda fosse certo ele usar esse apelido.

- Patterson, me devolve minha almofada.- digo.

- Vem pegar, meu bem. - ele diz enquanto sobe na plataforma que segura a casa na árvore.

- Sério! para com essa brincadeirinha de quinta série, me devolve logo. - digo.

- Meu bem, eu não estou sendo infantil, só estou mandando você vir pegar. Eu não mordo, não se você não pedir.- ele diz com um olhar safado.

- Olha aqui quer parar a gracinha. Patterson eu quero só a minha almofada, joga aqui para mim, e tá tudo certo, eu vou dormir porque já está tarde e amanhã temos escola.

- Meu bem é só vir pegar, ou você está com medo, Jules?- ele diz provocativo, com um sorriso no rosto.

Meu corpo se acende, e todos os pelos do meu corpo se arrepiam depois de ouvir esse apelido sendo pronunciado pelo mesmo, pela segunda vez em poucos minutos.

Mas não consigo mais, ele me irritou.

Atravesso a minha janela e logo fico em cima da plataforma junto dele.
É a primeira vez que ficamos sob a mesma a anos.

Rapidamente vou em direção a ele, tento pegar a minha almofada que estava em sua mão mas o desgraçado desvia, o que faz eu me desiquilibrar, me preparo para cair então fecho meus olhos mas não sinto nada, na verdade sinto algo, uma mão segurando a minha cintura com bastante firmeza, como se não quisesse me soltar, e uma outra na minha nuca, mas essa está com um toque de delicadeza e leveza.

Abro meus olhos que estavam, fechados até certo momento, e me deparo com dois olhos verdes, hipnotizantes que nos levam a lua e voltam. Me perco nesse oceano.

Droga, eu não quero parar, eu quero mais.

Luke sobe meu corpo devagar, e calmamente tira a sua mão da minha nuca, mas não quebra o nosso contato visual, ficamos assim por alguns minutos.

Merda eu não consigo me mexer.

Eu preciso dar um jeito nisso.

Com grande relutância me mexo e afasto as mãos do Luke de meu corpo, me abaixo e pego a minha almofada que ficou sobre a plataforma, antes que pudesse sair, Luke agarra meu braço.

De novo! Eu não vou conseguir me afastar dessa vez. As mãos de Luke Patterson sobre meu corpo são um vício, e deveriam ser proibidas.

Ele chega meu corpo perto do dele, e eu não tenho reação, em seguida coloca o meu cabelo atrás da minha orelha, chega sua boca em contato com a mesma o que me faz estremecer.

- Eu não te deixei cair! Deixei?- ele pergunta firmemente.

Ele só pode estar brincando! Hoje ele não me deixou cair. Mas e naquele maldito dia, em que ele me deixou plantada nesse mesmo maldito lugar, me dizendo aquelas malditas palavras, que me machucaram mais do que tudo nesse mundo.

- Foi pura sorte Patterson, mas não adianta me segurar no presente, se me deixou cair no passado.

Pronuncio essas palavras dificilmente pela minha boca, é difícil falar sobre o passado quando o assunto é Luke Patterson, ainda mais se estou falando com ele mesmo.

Continuo encarando Luke que agora solta a minha cintura, e desvia o olhar ficamos assim por alguns segundos e logo ele volta olhar para mim, e não é a mesma coisa.

Seus olhos estão marejados de água, ele está triste e parece me mostrar um olhar arrependido. Saio dali sem olhar para trás, eu sabia que se olhasse não conseguiria sair dali, eu não conseguiria lidar com um Luke com lágrimas nos olhos, não esse Luke.

Não olho para trás em nenhum momento, depois que atravesso a janela fecho a mesma sem o olhar, depois de fecha- lá, solto todo ar que estava preso no meu corpo.

Por que?

Entro no banho, e lá fico por bastante tempo me ajudou a me acalmar um pouco, tempo depois troco de roupa e vou dormir, mas não sem antes ficar um bom tempo pensando sobre tudo.

Como ele está agora?

Cala a mente Julie, sua idiota. Ele não merece a sua pena.

Ele não teve pena quando te fez sofrer.

A TREE AWAYWhere stories live. Discover now