Corte de luz e chamas - fanfic elucien

Capítulo 06

Muita coisa havia acontecido na Corte Noturna nos dias que sucederam a noite da Quedas das Estrelas que Lucien só ficará sabendo depois de tudo passado, mas ele mesmo tinha muito com que se preocupar.

Desde que descobrira sobre a gravidez de Feyre, Tamlin havia ficado muito pior e Lucien lutava para conseguir segurar as pontas na já despedaçada Corte Primaveril. A corte já havia sido destruída durante o reinado de Amarantha e a guerra contra Hybern e sem um grão – senhor disposto a cuidar de seu próprio domínio, a coisa ficava muito pior.

Tamlin agora vivia grande parte de seu tempo em sua forma de besta, vagando pela floresta sem se preocupar com nada, só voltava a sua forma feérica para gritar com ele sobre como estava tudo perdido, culpá-lo por qualquer coisa que ele achasse que era culpa do ruivo, pelo menos ele se cansou de tratá-lo com violência e isso já era um avanço dada as circunstâncias passadas.

Lucien não sabia o que fazer para colocar aquele macho no lugar, para fazê-lo ver a razão e entender que o povo precisava de seu governante, mas ele sabia a verdade, Tamlin havia perdido a razão a muito tempo atrás e não está obstinado a consegui-la de volta.

Contudo Lucien tinha que continuar tentando pelo bem da Primaveril.

E é por isso que ele se encontra caminhando no meio da floresta a procura da poderosa besta que agora vive ali. Ele tinha certeza de que estava perto, ele poderia ouvi-lo. Estava seguindo as marcas deixadas por ele na terra e nas árvores.

Lucien adentrou mais e mais dentro da densa floresta que circundava a mansão do grão – senhor, até então abandonada – utilizada apenas por ele quando foi obrigado a passar mais tempo naquela Corte com o objetivo de controlar o ex-amigo.

Ele andou por alguns minutos até achá-lo perto de um lago, dessa vez não estava em forma de besta, o que já era alguma coisa.

O grão senhor estava horrível. As roupas estavam todas amarrotadas pareciam que não haviam sido trocadas em meses, o cabelo desgrenhado, enormes bolsas roxas abaixo dos olhos e uma pequena barba começando a crescer, parecia que mesmo com magia, Tamlin havia desistido de se mante minimamente apresentável.

- O que quer, Lucien? – Perguntou ele sem se preocupar em olhar para o ruivo.

- Que tal, primeiro, você se limpar? – Ele começa. – Pode fazer bem a esse seu mau humor.

Tamlin apenas rosnou em resposta.

- Precisa voltar para mansão, voltar a governar a Primaveril e você sabe disso. – Lucien fala, como fazia toda vez que o encontrava.

- Claro que sei disso, você só fala disso todos os dias. – Ele respondeu, revirando os olhos. – Não vou voltar, está tudo acabado.

- Mas é sua responsabilidade você querendo ou não! – Lucien persiste. – A magia está sentindo, a terra está sentindo. Ela está morrendo!

- A Corte Primaveril já morreu a muito tempo. – Ele respondeu.

- Ela não morreu! Você que entregou para o inimigo. – Lucien fala. – Você que desistiu de sua própria casa.

Tamlin não respondeu dessa vez, só olhou para a direção do ruivo, os olhos verdes queimando em brasa, ele estava prestes a perder o controle de novo.

- Acho melhor você ir embora. – Ele fala entre dentes. – Ninguém o quer aqui.

- Já estou acostumado a não ser bem-vindo. – Lucien respondeu. – Não me importo.

Era mentira, mas não deixar que Tamlin visse o quanto aquilo machucava o ruivo. Saber que, de novo, o lugar que amava não o amava de volta. Que, de novo, o povo o culpava por tudo o que havia acontecido.