Água preta

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Passaram-se alguns minutos desde que holly se trancou no banheiro com a juno, haviam dois sons ali: a água correndo da terneira e os ocasionais resmungos da mulher.
No andar de baixo o casal ainda esperava impaciente mas sem dar sinal para que se apressassem.

Juno estava encolhida no canto, apenas ouvindo e concordando com a mãe quando solicitado. Me agachei perto dela. Já havia visto muitas crianças como ela, as reconhecia muito bem. Conseguia ver o inferno refletido em seus olhos, e no fundo, sua triste esperança de descapar dele.

Quando a banheira finalmente estava cheia, holly se virou pra juno.

Holly: hora do banho,querida - disse com um sorriso enquanto pegava a menina no colo e a colocou na banheira ainda vestida. Juno estremeceu com a água fria mas não tentou sair dela.

Juno: mas... eu ainda estou de roupa.

Alguém bateu na porta fazendo com que as duas se virassem pra lá.

Carlos: holly,está demorando muito! - reclamou do lado de fora - se apresse

Derrepente os olhos de holly novamente queimavam de ódio e todo esse fogo foi direcionado pra juno.

Holly: eu prefiro morrer do que fazer o que você quer! - sussurou com os olhos fixos na água. Afundou a cabeça da juno na banheira e a manteve de baixo da água empurrando seu peito. A pequena garotinha de debatia tentando se agarrar a algo mas suas mãos molhadas escorregavam. Foi quando uma outra batida na porta fez a mulher se assustar, esse segundo foi o suficiente pra juno conseguir erguer a cabeça e gritar:

Juno: PAPA...- antes de terminar, sua mãe novamente a forçou pra dentro d'água

Holly: prefiro ver a juno morta que com vocês!

Carlos: abra a porta! - gritou empurrando a madeira que o mantinha do lado de fora - Holly! Para com essa loucura!

Escutei mais passos do lado de fora esquanto as pernas e braços da juno golpearam a água tentando emergir.

Carlos: a porta não abre! Ela está afogando a menina!

Edith: desgraçada maluca!

???: afastem! - disse uma voz grossa e então um estondo alto ecoou no ambiente. A fechadura cedeu e a porta finalmente abriu.
O primeiro a entrar foi o policial que estava do lado de fora da casa, ele pulou direto na holly e lhe forçou a soltar a filha. O proximo foi Carlos que rapidamente amparou a Juno em seus braços.

Holly: me solte! Me solte! - berrou enquanto o policial a imobilizava pra asgemar seus pulsos - ela é minha filha! Não podem tirar ela de mim!

Edith: você precisa de um hospício! Louca!

???: você está presa por maus tratos e por tentatativa de homicídio, senhora.

Carlos virou juno de costas pra cena da holly sendo presa e acariciou seu cabelo preto que estava reluzindo em um tom azulado por causa da umidade.

Carlos: tudo bem,filha... já passou - disse para a menina que estava tremendo e chorando em seu colo.

Derrepente um silêncio estranho para a situação tomou conta do lugar. Só consegui escutar o barulho das gotas caindo da roupa da juno até o chão. Quando me virei todos no banheiro tinha sumido exceto eu.

Jack: isso não é bom sinal

A torneira da banheira pareceu explodir fazendo um forte jato de água subir até o teto e o cômodo começou a se encher de liquido. Era fria como gelo e não demorou 10 segundos pra água chegar na altura dos meus joelhos.

Jack: doces p...- antes que eu terminasse de falar a torneira da pia estourou também,mas dessa vez o jato de água tinha vindo na minha cara. Perdi o equilibrio e cai naquela água preta esverdiada nojenta. Quando minhas costas tocaram o chão e meu corpo ficou completamente submerso escutei gritos de desespero, um coral de agunia e medo vindo de todos os lados.
Bati as mãos na cerâmica e peguei impulso pra voltar a superficie. Quando minha cabeça emergiu,o volume da água já estava nos meus ombros. Tomei folego mais uma vez - DOCES PESADELOS!

Agora eu me via de volta no meu circo, como antes, juno estava no meu colo. E eu estava prestes a suspirar de alívio por ter escapado a tempo, quando comecei a tossir descontroladamente e expelir,da minha boca e do meu nariz,a água preta que vi inundar o banheiro nas memóriasda juno.

( o que diabos é isso?!eu voltei pra realidade! Como isso e possível )

Não demorou muito pra parar de vomitar água,mas eu senti minhas vias respiratorias ardendo por algum tempo. Foi como se eu tivesse acabado de sobreviver a um afogamento.

Jack: Ben Drowned agora tem meu respeito - falei comigo mesmo dando golfadas de ar. Quando estava finalmente respirando direito,olhei pra juno - você tem uma mente perturbada!é sério!

???: o sujo falando do mal lavado. - disse uma voz atrás de mim. Me virei rapidamente pra fitar o invasor

Jack: slenderman?!

Slenderman: o proprio.

Jack: que visita incomum - me levantando,suavemente pousei a cabeça da juno no piso - O que faz aqui ?

Slenderman: recebi outra queixa do Jason. - o tom em que disse isso foi como se estivesse suspirando de impaciência.

Jack: jason é um bebê chorão. - resmunguei - eu nem provoquei tanto assim. O que ele quer dessa vez?

Slenderman: ele quer que eu te pressione pra deixa-lo ver a garota.

Jack: esse cara está com muito tempo livre. Não vou deixar ele ficar perto da Juno até o trato estar completo, não tem conversa.

Slenderman: imaginei que sua resposta seria algo do tipo. - disse e então começou a andar lentamente rondando a juno,que ainda estava apagada - eu estava esperando você voltar da sua "viagem" pra falar sobre esse assunto... mas acabei de ver algo bem mais interessante que os problemas do Jason.

Doces Pesadelos - Laughing Jack Wo Geschichten leben. Entdecke jetzt