Capítulo 3

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*ESTE CAPÍTULO CONTÉM CENAS MADURAS, LEIA POR SUA CONTA E RISCO*

GUILHERME'S POV


Já faziam duas semanas que eu e Rose estávamos oficialmente separados e eu havia tido tempo e espaço para pensar. A solidão é algo assustador, mas também nos força a enfrentar nossos próprios monstros e lutar contra eles. Foram muitos baques de uma só vez: descobrir que nunca fui amado pela minha mulher; que não sou pai biológico do Antônio e talvez o maior de todos... Descobrir que amo uma certa garota da Tijuca.

Doeu muito saber que o pai biológico do meu filho era justamente o jogador de futebol de quem tanto desgosto. Doeu lembrar daquela noite na maternidade quando a enfermeira nos entregou aquele bebê tão pequeno e como todos diziam que ele tinha o meu nariz, orgulho era pouco para descrever o que senti e agora eu não sabia o que fazer.

Meu amor pelo meu filho jamais irá sumir e eu sei que ele é meu. Fui eu quem o ensinou a andar de bicicleta, que o ajudou com operações matemáticas e com equações químicas, foi comigo que ele veio falar quando fez amor pela primeira vez com uma namoradinha da escola e a mim que ele se referia quando balbuciou "papa" como sua primeira palavra. Não há DNA no mundo que seja capaz de mudar o fato de que eu sou pai do Antônio e de que ele é meu filho amado. Mas a dor ainda se fez presente com a revelação e o medo de perdê-lo gritou alto dentro de mim.

Como um castelo de cartas, minha família que tanto lutei para manter tinha ido pelos ares e eu não consegui fazer nada para impedir. O sentimento de traição que senti ao me deparar com a Rose e o Neném é algo que não desejo a ninguém. Por mais que tivéssemos nossos problemas e que nossa chama já estivesse apagada a um tempo, pensei que teria pelo menos a lealdade da minha esposa, mas me enganei. Tive que aceitar que o que sentimos um pelo outro nunca foi amor, nem da minha parte e nem da dela.

Eu era apaixonado pela ideia da modelo internacional que caiu nos braços em uma tarde parisiense, mas eu percebi que a Rose verdadeira era alguém por quem eu não tinha nenhum encanto. Ela era uma mulher bonita e culta e era mãe do meu filho. Pensei que deveria lutar por isso, mas me enganei. Me prendi em um mundo de ilusão onde eu tinha uma família perfeita e tinha que protegê-la.

Como fui ingênuo!

Foi quando conheci Flávia que o mundo que eu havia tão cuidadosamente construído ao meu redor começou a ruir e aquilo me assustou como nunca. Foi a primeira vez que senti medo real, medo de mim mesmo e medo do que eu poderia descobrir se deixasse essa garota entrar e bagunçar tudo na minha vida. Então eu a afastei. Fui grosso, insensível e mau. Tentei me defender dos sentimentos que ela insistia em despertar em mim pela primeira vez na vida e fui reativo. A machuquei profundamente e sei disso. Mas eu tive raiva dela! Raiva, pois ela estava me fazendo enxergar que eu não amava minha mulher e que nunca a amei.

Quantas vezes tive que repetir que amava Rose para tentar convencer a mim mesmo de que aquilo era verdade? Quantas vezes eu havia negado a mim mesmo o que sentia quando Flávia estava no mesmo lugar que eu? Mas eu estava cansado. Cansado de fugir e de lutar contra esse sentimento tão novo e tão forte.

E foi assim que eu vim parar no telhado de um prédio velho na Tijuca segurando o mundo inteiro nos meus braços. Flávia está tão linda com a luz de um novo dia iluminando suas feições. Seus olhos refletem os meus em um misto de excitação e medo e sua boca se curva no mais lindo sorriso. Ela se aproxima do meu rosto novamente e sussurra contra meus lábios "Vamos continuar essa conversa na minha cama" sinto meu corpo inteiro enrijecer e meu coração dispara como o de um garoto adolescente com a primeira namorada, Flávia percebe meu nervosismo e esboça um pequeno sorriso "meu corpo mal pode esperar pra ver o que as suas mãos tem a dizer".

Loving Mr. Always Right - A FLAGUI FanfictionWhere stories live. Discover now