Capítulo 7 (Degustação)

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Jasmins subiu os degraus da casa dos Helton tentando organizas as ideias. Não podia expressar a raiva que estava sentindo do marido. Ninguém precisava saber que os dois estavam em pé de guerra. Uma coisa era pensarem que o casamento dos dois estava indo de mal a pior, outra era descobrirem que ela o empurraria de uma escada na primeira oportunidade.

Não esperava que o chá fosse o melhor momento do seu dia, nem esperava sair de lá de braços dados com Nathan, contudo não imaginou que sairia sentindo tanto ódio pelo marido. A sensação era de que ele estava se tornando um inimigo, mas não desejava que o casamento deles fosse baseado em ódio.

Passou tantos anos sem ter uma notícia de Nathan que não sabia qual era o estilo de vida dele, nem quais eram suas ocupações, não tinha certeza se um dia ele voltaria, nem se ainda pensava nela e na filha, porém, em nenhum desses dias, desejou tanto que ele estivesse longe.

Mesmo quando não gostava dele nunca chegou a o odiar, nunca foi capaz de sentir aquilo em relação a Nathan.

Ela parou no último degrau e bateu de leve à porta.

Talvez fosse bom ver a família, algo que a ajudasse a colocar a cabeça no lugar, bem sabia que precisava disso, se houvesse alguma coisa do Nathan do passado dentro daquele novo homem que estava na sua frente, poderia se acalmar. Nathan não faria nada que pudesse magoar os sentimentos dela, mais ainda, não faria nada estúpido.

Pensou que Nathan não seria capaz de tirar Morgana dela, e agora estava lidando com a falta de confiança em alguém que a havia abandonado por anos.

Ele era pai de Morgana. Ela jamais poderia mudar essa realidade, e, sim, já desejou que o marquês sentisse aquela necessidade de ser pai. Os primeiros anos como mãe foram terríveis. Jasmins se julgava incapaz constantemente, sentia que não servia para aquele papel. Inúmeras vezes, quis que ele estivesse lá para ajudá-la, para lhe dizer que estava dando seu melhor. Mas isso acontecera num passado remoto.

Naquele momento, queria que ele fosse embora de novo, que entendesse que lá não era o lugar dele, e dessa vez não iria trás dele, não lhe escreveria uma mísera carta.

Ela não precisava da presença do marido, muito menos Morgana.

Norman abriu a porta, mas não a deixou entrar, saiu para fora, fechando a porta atrás de si, o homem estava com um sorriso que fazia Jasmins tremer dos pés à cabeça.

Poucas vezes havia visto ele sorrir daquela forma, uma foi no enterro do antigo conde de Helton, seu pai.

O mordomo, depois de tantos anos, tinha se tornado um senhor de cabelos brancos e com algumas entradas nas têmporas, um olhar que ora era gentil, ora era ferino, capaz de fazer o mais bravo dos homens sair correndo, e Jasmins se sentia grata por ter ele ali como alguém de sua família.

No entanto, seria mais grata quando ele lhe explicasse o que estava fazendo.

— Boa tarde, Norman, sim, está um dia muito agradável.

— Não perguntei se o dia está agradável! — exclamou ele, como se a louca ali fosse ela e não ele.

— Estou bem, agradeço por se preocupar de forma tão verdadeira com a minha pessoa.

Norman a olhou com uma expressão de superioridade que só ele conseguia, muitas vezes ela tentou imitá-lo, mas seu rosto se transformava em uma careta.

— Vim buscar minha filha — disse ela, apressada. Não pretendia ficar muito tempo ali.

Ele levou a mão ao rosto e massageou as têmporas. Por alguma razão, Norman parecia ansioso. Não conseguiria aguentar mais um confronto desastroso. Já era o segundo! Poderia jurar que estava prestes a cair ali e, se isso ocorresse, seria culpa daquele maldito marquês.

Tudo por o amor de uma marquesa (3 Volume Dos Heltons)Where stories live. Discover now