Capítulo 9 (Degustação)

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Jasmins estava deitada com os braços em volta da filha enquanto ela ainda lhe contava, animada, como fora seu dia com detalhes. A menina sabia até quantas joaninhas tinham aparecido na sua frente.

Como uma boa mãe, esforçava-se para ouvi-la. Não demoraria muito para o interesse por joaninhas da filha passar e, quando isso acontecesse, acabaria encontrando outro assunto para tagarelar.

Jasmins tinha passado por muitos desafios na vida, coisas que a assustavam, outras que a faziam feliz. Tinha lembranças de toda sua vida, de crescer em uma casa onde a alegria não fazia parte da sua rotina, depois de ter sido obrigada a se casar com alguém que não amava, tampouco a amava também. Por outro lado, tinha sido abraçada e mimada pela sua mãe tantas vezes, tinha rido com os irmãos até se engasgar e sabia como provocar cada um deles.

Havia memórias que desejava esquecer, outras que guardaria para sempre. A mais especial delas foi o momento que sentiu em seus braços o maior amor do mundo, quando segurou a filha pela primeira vez no colo.

Morgana era sua melhor amiga, sua alma gêmea. Depois que nasceu, nada importava mais, cada decisão que tomava era para que aquela criança, o amor de sua vida, conhecesse a felicidade. Tinha vontade de mudar o mundo inteiro por ela.

Nunca sentiu tanto amor por alguém como sentia pela filha, ela tinha lhe dado novas metas de vida, tinha a feito desejar fazer mais.

Aceitar Nathan de volta na sua vida não seria uma tarefa simples, entretanto conseguiria lidar com aquilo. Agora, o que não conseguiria era lidar ele na vida de sua filha, porque isso fugiria do controle dela.

Ela não poderia o manter longe de sua filha permanentemente. Morgana a odiaria, e Jasmins sofria muito mais com a ideia de ser odiada pela própria filha, sobretudo por privá-la de algo bom que ela merecia ter como a companhia do pai.

Jasmins teve um pai, mas sua convivência com ele não foi a melhor experiência de vida. Portanto, queria que com Morgana fosse diferente, que soubesse que teria uma mãe com a qual poderia contar sempre, mas também que tivesse mais que isso.

Em partes, seria uma lástima para Nathan não ter a chance de ver Morgana crescer, porque, mesmo que fosse a coisa mais desafiadora de se fazer, ser mãe também era sua maior benção, e o marido já tinha perdido tantos momentos, cada detalhe que ela tinha acompanhado desde o nascimento da menina.

— Sabia que joaninhas vêm de um lugar mágico, mamãe? — perguntou ela, virando-se para Jasmins que encarava o rostinho dela.

Jasmins sorriu, negando com um gesto.

A filha tinha um estranho amor por joaninhas.

— Elas são! — confirmou ela com a sabedoria de uma criança de seis anos.

— É mesmo?

— Sim — respondeu, assentindo para Jasmins —, elas voam e ainda têm as roupas mais legais do mundo.

— Mais legais do que as minhas? — perguntou Jasmins, escutando a risada de Morgana.

— Ah, mamãe, elas já nascem com elas. A senhora precisa que alguém faça as suas.

A filha tinha uma explicação muito boa.

— Isso é verdade.

— Queria viver com elas — disse a menina.

— Ah, é? — perguntou Jasmins e fez cócegas na filha. — E a senhorita me deixaria para viver com as joaninhas?

— Não seja boba, mamãe! É por isso que não vivo com elas — disse a filha, colocando as mãos no rosto da mãe, e lhe deu um beijo. Jasmins retribuiu o carinho, beijando várias vezes o rosto de Morgana.

Tudo por o amor de uma marquesa (3 Volume Dos Heltons)Donde viven las historias. Descúbrelo ahora