Irritante, metido, sarcástico, atrevido, cínico, debochado são os inúmeros adjetivos de uma lista enorme que S/N poderia dedicar ao loiro conhecidíssimo de Outer Banks.
De volta a cidade, em busca de cumprir um último pedido de sua falecida mãe, o...
O Suicídio é um mostro que mora no armário. Não sei como explicar exatamente como me sinto ao receber uma notícia de suicídio. Mesmo que seja de uma pessoa estranha, eu me sinto como se tivessem tirado uma parte de mim, me sinto culpada, me sinto sem chão, me sinto insuficiente como se uma voz dentro de mim me dissesse," Você é responsável por todas as vidas que lhes cercam" e com mesmo tendo pensamentos suicidas, resolvi silencia-las para tentar ouvir a dor do outro. Lutando para ocupar a minha mente que me destruía todos os dias. Decidi seguir tentando diminuir a dor alheia e me sentir útil. Não é fácil alguém sair da cova que você mesmo cava e cada pedaço de palavras que são lançadas soam como uma pedra e aos poucos vai soterrado, tapando o sol e não enxergamos mais nada além da nossa própria escuridão e dor que é maior que qualquer buraco negro no universo. A vontade do suicídio nunca nasce do nada. Precisamos falar de suicídio, pois a vida são estágios de transições onde as responsabilidades chegam sem um manual, e a falta de empatia e amor ao próximo acaba contribuindo para que caminhamos para o abismo. Toda paisagem é tristeza, todo céu é nublado desde que Trevor se foi. As vezes o sono serve de fuga, de anestesia e acordar para respirar se tornou cada vez mais difícil. Precisamos amar mais, aceitar mais, evitar palavras duras; Ninguém sabe o interior do outro. Precisamos pedir perdão, dizer ao próximo que o amamos, "não temos todo o tempo do mundo" como dizia o Cantor de Legião Urbana e "o tempo não para" como ressaltou Cazuza.
Daqui a duas semanas faz dois anos que Trevor se foi e a falta não é mais tão latente assim. Sinto que te guardei no peito e te levo de lá pra cá todo o dia sem nem notar, está dentro de mim. Fico feliz que eu tenha conseguido ter um luto saudável, que a angústia vem dando lugar a novas significações. Está tudo bem eu não sonhar mais com você todos os dias como acontecia um ano atrás, está tudo bem eu não pensar em você todos os dias. Eu não devo me sentir culpada ou sei lá o que o meu inconsciente inventar. Estar bem agora em relação a sua morte não significa que eu estou te esquecendo. Afinal, é impossível esquecer alguém como Trevor Parker. O que vem sendo possível é, aos pouquinhos, aprender a seguir bem sem a sua presença.
- Parabéns pra você... — Eu e JJ cantarolamos baixinho, enquanto adentramos o quarto. - Nesta data querida... — Continuamos. - Muitas felicidades... — Avistamos nosso pequeno dormindo no quarto com Emma.
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- Muito anos de vida!!... — Sussurro em seu ouvido pequeno, enquanto me deito ao seu lado. - Feliz aniversário, filho. — Dizemos juntos. - Mama. — Ele diz, sua primeira e única palavra. Desde que aprendeu a falar 'mama', Jack diz constantemente, a todo momento e em todas as vezes o meu coração transborda de amor. O abraço apertado que lhe entrego e a quantidade de beijos que distribuo em suas bochechas, deixa o pequeno praticamente sem ar. Jack escorrega da cama e se embrulha com o lençol, tapando o rostinho, envergonhado.
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- Cade o Jack? — Emma, agora já com cinco anos, brinca. - Achou!!! — Dizemos, quando o pequeno descobre o rosto. - Cadê o Jack? — Perguntamos novamente quando ele vem em nossa direção, com o rosto coberto. - Achou!!! — Dizemos assim que ele mostra seu rostinho lindo.
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JJ o carrega em seus braços e aperta o pequeno forte contra seu peito que surpreende a todos nós ao balbuciar as duas únicas letras do seu nome. - J. — Pausa dramática. - J... J. JJ... JJ... J... JJ. — Jack diz diversas vezes, com um sorriso gostoso nos lábios. - Vocês ouviram isso? Baby, você escutou? — Ele pergunta, emocionado. JJ chora como um bebê, o abraçando ainda mais forte e sufocando seu rosto de beijos, exatamente como eu fiz.
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Carrego Emma em meus braços e abraço JJ e Jack, até nos tornarmos um só. É exatamente isto que somo, uma única família.