A loira do banheiro

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Opa galera, tudo bem ? Escrever tem sido um desafio para mim, ultimamente, tanto por conta do tempo, quanto pela dificuldade de escrever um livro e uma fanfic ao mesmo tempo, visto que o vocabulário e o estilo são totalmente diferentes. Enfim, espero que curtam o capítulo e perdoem meu atraso.  

O moreno alto estava absorto em seus pensamentos enquanto esperava pacientemente o elevador que o levaria ao andar de seu respectivo dormitório. Eram três da manhã, e tudo o que o garoto podia ouvir era um zumbido insistentemente alto por causa do silêncio quase absoluto de todo o prédio. O elevador chegou, Thomas entrou e apertou o botão que o levaria para cima, este que brilhou em amarelo, fechando as portas imediatamente em seguida e subindo vagarosamente. O garoto sempre ria pensando em quem tivera sido o gênio que pôs um carpete ralo vermelho ali dentro, já que em época de chuva seu estado ficava simplesmente deplorável e imundo, como no ano passado, após um jogo de futebol em um dia de alerta laranja para tempestade que acabou sendo cancelado durante a partida. Os garotos sequer tiveram a oportunidade de trocar de roupa, foram mandados direto ao dormitório, o zelador Faraday passou uma semana inteira praguejando os alunos do time por ter que limpar o carpete enlameado e sujo de grama.

As portas do elevador se abriram, e Thomas avançou corredor a fundo, seguindo em direção ao dormitório. Encaixou a chave na fechadura e abriu a porta devagar. O moreno esperava encontrar o garoto de mais cedo deitado, já dormindo, mas ele sequer estava no quarto. Thomas entrou e fechou a porta, notou que a parte do guarda-roupas do garoto estava totalmente arrumada, mas não de uma maneira comum, estava mais pra uma arrumação de alguém com um sério grau de toc, as roupas estavam por ordem de cor, as calças e shorts milimetricamente dobradas e separadas, até as meias estavam precisamente em seus lugares. "Talvez não nós daremos muito bem" Thomas ponderou, sabia que organização não era seu forte, ele era desorganizado e bagunceiro como uma criança de nove anos.

Deitado em sua cama, o moreno pensou que era estranho que às três e meia da manhã o garoto já não estivesse ali, haviam seguranças por todo colégio, Thomas conhecia bem os caminhos no qual se podia passar escondido, por isso não era pego nunca, mas o garoto seria assim que pisasse o pé para fora. Incomodado com a situação, Thomas levantou-se e saiu do quarto. Era totalmente natural que estivesse grilado, o moreno era assim com todo mundo, seu carisma era tanto que chegava a ser mais conhecido que muitos dos terceiranistas, sem contar que ser um dos melhores jogadores do time ajudava bastante. Thomas avançou perante o corredor em direção ao banheiro, presumiu ter sido um dos lugares por onde o garoto teria passado. Conforme chegava perto do banheiro, sentia que o ar estava fresco, e que gradativamente ia ficando cada vez mais frio. De fato, o ar frio escapava de lá, dava pra sentir pela frestinha da parte debaixo da porta dupla de vidro a brisa fria escapando e atingindo seus pés, até o trinco da porra estava frio ao toque. Empurrou as portas e deixou o ar gelado escapar, atingindo-lhe em cheio, o que deixou todos os pelos de seu corpo eriçados. Entrou no recinto e foi direto até o painel do termostato ao lado dos armários que os alunos usavam para guardar seus pertences enquanto tomavam banho. O painel constava a regulagem em dezesseis graus, e isso explicava perfeitamente o frio que estava fazendo. O garoto desligou o termostato, de modo com que imediatamente pôde notar o barulho que vinhs das tubulações diminuir até ficarem inaudíveis.

Olhou em volta e não viu nada, nem uma toalha, roupa ou algo assim, ali dentro estava totalmente vazio, sem sinal algum de que o garoto tivera passado por ali. Quase saindo do banheiro, pode escutar um barulho estranho, quase como um gemido. Sem más interpretações, Thomas não era um garoto medroso, mas ouvir um barulho suspeito em um banheiro em plena três e meia da madrugada não era lá muito reconfortante, seria estranho se ele não tivesse se amedrontado. Sentiu todo seu corpo arrepiar dos pés a cabeça, um calafrio ligeiramente agudo, e por é mais imbecil que possa parecer, Thomas imaginou a loira do banheiro, uma lenda urbana idiota que tinha medo desde mais novo. Thomas sempre achou as decisões dos personagens de filmes de terror extremamente idiotas, e mesmo assim lá estava ele, seguindo a direção de onde achou que viera o som, de dentro de uma das cabines. Ergueu o braço e tocou com a ponta dos dedos na porta, afim de abri-la, o que não aconteceu. A porta estava trancada, o que intrigou Thomas ainda mais, o garoto então tomou coragem e, de uma só vez, se pôs a ficar sobre a ponta dos pés, a fim de enxergar do outro lado.

Lá estava o garoto, encolhido no canto do box, nu. Os joelhos encolhidos Rente ao peito enquanto os abraçava com a cabeça afundada entre os joelhos. Não era possível ver algo a mais ali, não que houvesse passado essa preocupação pela cabeça de Thomas, mal havia reparado no corpo do garoto, exceto pelas cicatrizes nos ombros e no pouco que podia observar das costas. O fato do menino estar inerte deixou o moreno alto em uma mistura de aflição e ansiedade, nesse ponto da história Thomas já tinha plena certeza do que estava acontecendo, se tratava de um trote nada inocente em um calouro, e isso explicava o porque do termostato estar ligado em uma temperatura tão baixa.

Thomas sacudiu a porta, e isso fez com que o garoto acordasse, assustado, sem fazer quase nenhum movimento, exceto erguer a cabeça

- minhas roupas... - balbuciou tão baixo que o moreno mal pôde ouvir

- não tem roupa alguma aqui - respondeu o garoto olhando em volta - eu vou lá no dormitório pegar algum par de roupa pra você - disse quase saindo, mas foi impedido por um gemido quase agonizante do louro

- não.... Não me deixe aqui - ele suplicou

Thomas estava totalmente compadecido do rapaz que sequer sabia o nome, aquilo havia sido cruel demais para uma simples pegadinha, o garoto estava quase azul de tanto frio, apesar de estar seco, era óbvio que passou frio ainda molhado, uma vez que não havia sequer a toalha que o garoto provavelmente havia levado.

Thomas tirou a própria camiseta, totalmente branca, tamanho "G", chegava a ficar grande nele, no rapaz seria mais que suficiente para cobri-lo. Jogou a camisa ao garoto, e deu lhe espaço para se vestir. Escutou algo que pôde deduzir ser o barulho da palma da mão do garoto contra as paredes do box, procurando força para se erguer, e o barulho seguinte de queda foi a consumação do total fracasso, ele estava fraco. Thomas não sabia muito sobre hipotermia, mas até isso já se passava por sua cabeça. Thomas pegou impulso e saltou a porta do banheiro, apoiando-se com o braço para gerar o impulso necessário.... Em um instante estava de frente para o garoto caído, sua camiseta estava quase como um vestido a ele, dando no meio de suas coxas. Thomas ajudou a levanta-lo, abriu a porta e o tirou dali. Apoiou o garoto a todo momento com o braço em volta de seu pescoço, para que ele não fosse ao chão novamente. Escancarou a porta do quarto e despejou o garoto em sua cama, que logo se cobriu por inteiro em seus lençóis, sussurrando um agradecimento e caindo em um sono rápido e profundo.

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