O Vê Em Vênus | kim taehyung

²⁶ ; "envolve nosso futuro juntos."

Através da janela do quarto o sol do fim de tarde esgueirava passando por entre as frestas das cortinas. Não havia muito calor, os raios mornos encostaram nos corpos esticados no chão fresco. Gotas de tinta fresca espalhadas ao redor deles: Taehyung deitado de bruços enquanto Eva mantinha-se sentada sobre o corpo que tinha a parte superior nua.
Mergulhando as pontas dos dedos nos potes de tinta, Eva fazia a pele dele de tela viva. Usava amarelo para criar as pétalas de girassóis. De olhos fechados e totalmente relaxado, Taehyung respirava devagar arrepiando-se com os toques sutis da amada.
A voz de Elvis Presley soava pelo ambiente.
Eva estava mais calada que o normal, detalhe que fora percebido por Taehyung que sem muito pensar optou por dar espaço a amada. Isto porque sua intuição lhe dizia que ela tinha algo a dizer. Havia um certa angústia em esperar. Também os olhos da mulher carregavam uma preocupação perceptível; não precisava conhecê-la para enxergar.
Taehyung aproveitava o momento deles, memorizando os padrões dos toques alheios. Eva demorava na cintura dele, passando os dedos mais devagar na região.
Kim soltou um riso frouxo.
- O que foi? - a voz dela era tão suave quanto a brisa que passeava pelo quarto.
- Gosta da minha cintura?
- Oh, você percebeu. - viu o sorriso dela por sobre o ombro - Eu gosto das linhas. Você tem uma cintura feminina, é tão bonita. Gosto de ficar olhando sempre que a gente faz amor, a forma como você se move, tira meu fôlego. Um dia quero poder reproduzir essa cena em um quadro meu, só para mim.
- Eu adoraria que fizesse, anjo. Você já disse que iria me pintar, vou esperar.
- Mas eu pintei na Grécia. Você faz parte daquela paisagem linda.
- Ah, sim. O quadro ficou lindo como tudo o que você faz, mas gostaria de algo mais íntimo. Assim como Jack e Rose de Titanic. Acho que fiquei muito tempo imaginando essa cena entre nós.
- Eu quero te proporcionar um momento desses, mas agora não consigo.
- Cabeça cheia? - os olhos preocupados dele encontraram os dela.
Eva balançou a cabeça positivamente.
- Um pouquinho...
- Posso me sentar?
- Claro. - ela saiu de cima sentando no chão e Taehyung fez o mesmo de frente para ela. Tae encarou Eva por um instante, querendo arrancar o que quer que fosse dela, porém lembrou-se de ser paciente. - Eu tô pensando em uma coisa, mas não estou pronta para falar.
- Já entendi, Eva. Mas quero que considere que pode falar sobre qualquer coisa comigo. - esticou os dedos longos, acariciando a face delicada. Percorreu as pontas pelas sardas nas bochechas até a ponta do queixo.
De cabelos presos ela parecia um pouco mais jovem com cara de menina inocente. Eva sustentou o olhar intenso de Kim, sem muito resistir, avançou para um beijo calmo e lento.
Ao se separar do calor crescente, segurou a ponta do queixo com uma pinça do indicador junto ao polegar.
- Confio em você de corpo e alma, uh? Estou para tomar uma decisão e só quero falar sobre quando finalmente tiver certeza. - contou a ele.
Taehyung assentiu e gentilmente selou os lábios carnudos de Eva; mais duas e três vezes. A resposta silenciosa que a mulher precisava no momento.
Atrás deles havia um espelho de chão alto e largo com moldura de pequenas flores brancas feitas delicadamente de argila, feito por Eva. No reflexo, ela observou o desenho na pele de Tae, o contraste do amarelo, verde, azul e branco perfeitos sobre a epiderme.
- Quero fotografar. Ficou muito bom. - ela sorriu ainda olhando através do espelho. Sobre o próprio ombro ele foi capaz de enxergar.
- Incrível! E usou apenas os dedos. Whoa! - ele quis tocar, mas ainda não tinha secado - Queria ter coragem para tatuar.
- Isso?! - ergueu uma sobrancelha.
- Sim.
Eva riu da naturalidade em que ele respondeu.
- Eu pagaria pra ver - falou ela, voltando a atenção para o amado. Eva correu os dedos pelos cabelos sedosos admirando a beleza absurda daquele rosto. A profundidade dos olhos capricornianos que ela nunca mais queria deixar de ver. Sentiu aquela paixão queimar seu coração outra vez, tão viva quanto a luz do sol e das estrelas.
- O que foi? - Tae sussurrou.
- Nada. Só estou me apaixonando por você outra vez. Virou costume, sabe? É só te olhar um pouquinho, amor.
A fala o fez sorrir contente.
Kim avistou um dos potes de tinta ainda aberto e molhou o dedo, que em seguida sujou a ponta do nariz alheio.
- Por que fez isso, Taehyung?!
O homem gargalhou pegando mais tinta colocando no topo da bochecha erguida de Eva, que sem sucesso tentou desviar.
- Não faz mal, anjo. Já é familiarizada com tinta. - riu.
Eva apertou os olhos e moveu-se também levando um pouco da tinta nos dedos: Passou do pescoço até a barriga dele, fazendo-o se arrepiar - Aish!
- Você também pode se familiarizar.
A partir dali eles não pararam mais. Uma guerra de tinta que atingiu as peles e o chão. Eva abriu outra embalagem derramando na palma da mão passando pelos ombros e braços.
- Ah, você quer mesmo fazer bagunça, huh?
Taehyung aproximou-se dela engatinhando por cima até tê-la deitada abaixo de si no chão. Eva ria alto tentando afastar o corpo melado de tinta de perto do vestido que usava, ainda limpo.
- Amor, por favor!
- Agora eu sou seu amor? Você me pintou inteiro até a cara - ele pegou tinta azul e lentamente correu a palma pela perna exposta. Eva suspirou mordendo o lábio inferior. - Acho justo revidar.
Ela terminou por deitar-se de uma vez, permitindo às mãos grandes sujas deslizarem lhe colorindo a pele. Taehyung demorou-se parando na barra do vestido, mordendo o lábio, encarando os olhos suplicantes de Eva. Ele continuou a subir até encostar nas laterais da calcinha.
- Pode tirar, amor. - sussurrou ela.
Nada fora combinado.
Eles apenas levaram o desejo do momento adiante, ficando nus e cobertos de tinta no chão do cômodo sob as últimas rajadas de luz do dia. Fizeram amor ali mesmo, Taehyung por cima segurando o par de coxas lisas, assistindo Eva gemer baixinho lhe agarrando os cabelos da nuca.
Tae sorriu para o seu amor, também gemeu o quanto estava linda com tinta aos arredores dos seios e barriga suada pelos esforços. Os seios balançando no ritmo forte e lento que os empurravam cada movimento mais perto do deleite.