DEZ

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Aberto em frente a ele, havia um mapa tridimensional gigante da Manhattan e dos bairros vizinhos.

Era como uma versão muito mais sofisticada e realista do Google Earth.

Andando lentamente em volta da mesa, Jimin observou a paisagem familiar à sua frente. Lá estava o Central Park, bem no meio da ilha estreita e alta que ainda era o centro cultural e financeiro
dos Estados Unidos. Muito mais baixo, na parte oeste, Jimin viu o prédio luxuoso de Jungkook, desenhado com detalhes perfeitos.

Fascinado, ele estendeu a mão na direção da imagem do prédio baixo, imaginando se ele teria alguma substância. Os dedos passaram através dele, mas ele sentiu um pequeno pulso elétrico percorrendo a palma da mão. Subitamente, a realidade mudou  ajustando-se... e Jimin gritou em pânico
ao se ver parado na rua, olhando diretamente para o prédio em si — não para a imagem dele, mas para o prédio real.

Arquejando, ele tropeçou para trás, caindo e apoiando-se nas mãos.

Não houve dor no contato com a superfície áspera da calçada. Na verdade, não havia qualquer sensação da calçada. Tudo parecia estranhamente silencioso. Não havia carros passando na rua nem pedestres passeando.

Tinha que ser um sonho, percebeu Jimin com um arrepio, ou uma alucinação realmente vívida.

Talvez ele estivesse morrendo por causa do contato com a tecnologia alienígena e aquele fosse o último grito do cérebro. Mas não parecia ser isso. Era simplesmente estranho, como se ele tivesse caído em uma piscina reflexiva e os reflexos se tornassem reais.

Realidade virtual.

Jimin soube disso com uma certeza súbita. Até mesmo a tecnologia humana conseguia fazer uma imitação fraca disso com os filmes e videogames tridimensionais. Os Is, obviamente,
conseguiam fazer isso muito melhor, fazendo com que ele se sentisse realmente dentro da imagem.

Aquela devia ser a versão dos Is do Google Maps em que, em vez de colocar o bonequinho laranja no mapa digital para olhar em volta com fotografias, o mapa simplesmente colocava o espectador dentro da realidade tridimensional.

O problema era como sair dela.

Talvez se fechasse e reabrisse os olhos, ele voltasse ao escritório. Fechando as pálpebras com força, Jimin tentou contar até cinco. No meio do caminho, ele perdeu a paciência e espiou. Não,
decididamente ainda estava na frente do prédio.

A próxima iniciativa foi beliscar o braço... com força.

Ai!

Ele certamente sentiu a dor, mas a visão não mudou. Em seguida, bateu o pé no chão. A perna também enviou aquela sensação ao cérebro, mas Jimin ainda estava naquele mundo misterioso.

Droga. Ele estava começando a entrar em pânico. E se nunca mais conseguisse sair daquele lugar? Pior, e se ainda estivesse nele quando Jungkook voltasse para casa? Ele saberia imediatamente que ele estivera bisbilhotando. Não havia como encarar aquilo sob uma luz positiva nem como
convencê-lo de que fora mera curiosidade. Ele claramente fizera um esforço extraordinário para acessar os arquivos dele.

Pense, Jimin, pense. Se conseguira entrar naquele mundo tão facilmente, deveria haver uma forma igualmente fácil de sair dele. Alguma coisa tinha que ser real naquele lugar surreal, mesmo que tudo parecesse falso.

Levantando os braços nos lados do corpo, Jimin lentamente girou em um círculo amplo.

Inicialmente, as mãos estendidas não encontraram nada além de ar. Ele deu um passo para a direita e repetiu o processo. Depois mais um passo, e outro. Na quinta tentativa, os dedos encostaram em algo macio e familiar. O suéter! Ele não conseguia vê-lo, mas com certeza conseguia senti-lo.

MEU!  #Jikook #Where stories live. Discover now