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"De uma forma ou de outra eu vou te encontrar

Eu vou te pegar

De uma forma ou de outra eu vou ganhar você

Eu vou te pegar

De uma forma ou de outra eu vou te ver

Eu vou encontrá-la

Um dia, talvez na próxima semana

Eu vou encontrá-la, eu vou encontrá-la."

One Way or Another - Until The Ribbon Breaks

Após mais uma discussão com seu colega e melhor amigo, Pamela havia decidido definitivamente agir por conta própria e perseguir Harley Quinn, apesar dos conselhos de Flag, que falou incontáveis vezes os motivos pelos quais aquilo era uma péssima ideia.

Perseguir Harley sem o conhecimento do chefe deles, Jim Gordon, era ultrajante e poderia colocar sua carreira em risco, além de não haver evidências suficientes que justificassem isso. Estava claro para Flag que Pamela não estava agindo com a razão, mas tentar dissuadi-la parecia inútil. Ela estava mesmo obcecada. Por um lado, ele poderia compreender. Especialmente depois do surto que Pamela teve no carro ao discutir com ele e dizer as seguintes palavras:

— Não consigo acreditar que depois de ter assassinado a própria família a sangue frio e depois ter feito o mesmo com a minha na madrugada de natal vocês ainda possam ser capazes de não enxergarem o óbvio! Harley Quinn é fria, violenta e perigosa. Uma verdadeira psicopata capaz de matar Johnny e qualquer pessoa! — o desabafo aos berros evidenciou toda a frustração e a dor que permanecia mesmo depois de tantos anos daquele evento traumático.

Por causa disso, Rick a compreendia. Porém, por outro lado, ele também achava que Pamela não estava no seu melhor julgamento e que agir seguindo suas emoções poderia colocar absolutamente tudo a perder, não apenas sua carreira, mas sua vida pessoal. Mas o que ele poderia fazer para ajudar? No momento, se limitou a prometer que não contaria a Gordon sobre aquela ideia maluca.

Pamela ficou ainda mais contrariada e obstinada em sua missão quando seus colegas de trabalho e seu chefe sentaram-se à uma mesa e começaram a discutir com profissionais da área da saúde mental se havia a remota possibilidade de alguém mal intencionado ter lido o livro de Harley e decidido culpá-la pela morte de Johnny Kid. A coisa beirava ao absurdo. Por que diabos alguém iria querer culpá-la?

Pamela passou uma semana inteira seguindo Harley. Sabia todos os horários dela e consequentemente de Valentina, que saía de casa às 8h pontualmente para ir ao Arkham. Pamela não se movia em seu automóvel até que Harley saísse, o que nunca tardava a acontecer, pois a mesma parecia amar sair sozinha por Gotham para os mais variados passeios.

Harley ia até a academia, ficava em cafeterias escrevendo em um notebook provavelmente sua próxima obra, passeava em shoppings e sempre comia em restaurantes de luxo, o que Pamela estranhou. Na verdade, estava estranhando tudo. As roupas, a maquiagem, o cabelo, o jeito extremamente educado de sua ex amante se comportar. Em nada se parecia com a garota selvagem que havia conhecido há tantos anos. Harley era um verdadeiro animal, não podia ser domesticada mesmo com todo o dinheiro do mundo. Mas agora...

Começou a pensar que talvez Flag pudesse ter um pouco de razão. Talvez Valentina estivesse certa. E se Harley tivesse mudado? Após tanto tempo presa... Ela era apenas uma criança quando tudo aconteceu. Ela poderia ter mudado, se transformado em alguém completamente diferente. A ideia era assustadora para Pamela, porque caso isso fosse verdade, teria de encarar o fato de que Harley não era a assassina de Johnny e de que estava apaixonada por Valentina Romeno.

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