TERCEIRO

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Tell them I was happy
And my heart is broken
All my scars are open

IMPOSSIBLE - JAMES ARTHUR


Alex coloca uma garrafa de água na minha frente e tudo o que eu faço é encarar a garrafa transparente. Ainda me sinto bêbada, tonta, mas agora tudo parou de girar.

— Bebe um pouco, você vai se sentir melhor. — Bufo, ou tento rir, ou qualquer coisa parecida. Tudo o que eu menos queria era olhar para a cara do Alex nesse momento. Alex, um dos melhores amigos de infância do meu noivo e que eu não gostava nem um pouco. 

Alex Payne era quase tudo o que eu detestava em um homem. O seu jeito arrogante, uma má reputação entre as mulheres, levava uma vida de farras e não consigo contar nos dedos quantas garotas eu já tinha visto saindo de seu apartamento - que era ao lado do de Peter. Pensando por cima, talvez ele fosse uns dois anos mais velhos que Peter, o que eu acho, daria a ele 25 anos. Pensar em todos esses fatos sobre Alex faz minha cabeça doer e sem trocar nenhum olhar com ele, pego a garrafa de água sobre a mesa e abro. Tomo um longo gole e a água desce fazendo pressão na minha garganta. 

O gosto da bebida ainda está na minha boca e eu penso em pedir outra. Mas Alex havia dito para a garota do bar que ela estava proibida de me dar mais alguma bebida. Me irrito. Quem ele pensa que é para falar dessa maneira. 

Quero saber o por que ele está aqui. 

— O que você está fazendo aqui? — Pergunto. — Alguma da garotas que você passa a noite mora por aqui, é isso? — Meus olhos se apertam e eu tenho manter eles abertos. Estou cansada. Que horas são? — Como você me achou? 

Alex apoia seu cotovelo sobre a mesa e depois seu rosto sobre a sua mão e me olha. Olho para suas mãos, nunca havia reparado em como elas são grandes. Ele me olha e me olha e depois rir. Não como se estivesse rindo de mim, mas da situação. 

— O quanto você bebeu que não lembra que eu te liguei? 

Tomo mais um pouco de água. 

— Por que você me ligou? 

Ele para de sorrir. Fecho meus olhos por alguns segundos, as coisas parecem que voltaram a girar e parecem mais divertidas, menos o rosto dele. 

— Encontrei com você quando saia do meu prédio e não parecia bem. Tentei acompanhar você para saber o que tinha acontecido, mas você simplesmente entrou em um taxi e sumiu. E hm... — Ele para por alguns segundos. — Subi para meu apartamento e hm... 

Meu peito dói. 

— Você não precisa falar mais nada. Você sabe as suas respostas. — O Interrompo e paro de olha-lo. Estou com vergonha. Sempre falei mal do Alex para Peter, sobre como ele se envolvia com várias e como tinha problemas em se comprometer ou assumir algo de verdade, enquanto eu estava sendo enganada pelo meu noivo que- Meu lábios treme e meu olho enche de água. Por que eu continuo o chamando de "meu", e falando dele no presente? Eu sou patética. 

— Vocês terminaram? O casamento- Ele deixa sua frase morrer no ar. 

Limpo as lágrimas que nem escorreram ainda no meu rosto e volto a olha-lo. Alex não está mais apoiado com a mão sobre a mesa, agora ele está com as costas descansadas no encosto da cadeira e com os braços cruzados. 

— Peter não me viu lá. — Digo de uma vez e o resto das palavras parecem sair com mais facilidade. Nunca falei com Alex sobre quase nada da minha vida, mas agora parecia tão fácil falar as coisas que estavam me matando por dentro. — Fui até seu apartamento para saber o motivo dele me deixar plantada no restaurante com a mãe dele e entrei sem apertar a campainha. Eu sabia a senha, a data do nosso noivado. Então eu entrei no apartamento — Paro por uns segundos para olhar para Alex, ele me olha como se sentisse pena de mim, como se me achasse coitadinha de ter passado tudo aquilo, mas ele nunca me olhou dessa forma, como se... se importasse como eu me sentia. — A primeira coisa que eu achei estranho foi os sapatos, depois a bolsa jogada de qualquer jeito. Depois eles. Não fiz nada, apenas sai de lá e acabei parando aqui, ele talvez nem saiba que eu fui lá hoje. 

Nada Quebra Como Um CoraçãoWhere stories live. Discover now