Capítulo 2: Sal

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É eu com certeza não morri, isso ou o céu parece muito com um hospital -- penso ao abrir os meus olhos os sentindo doer brevemente com a luz forte em meu rosto.

Querendo entender um pouco as consequências de minha estupidez começo a analisar o ambiente ao meu redor notando que não me encontrava na UTI, por tanto não tive ferimentos muito graves, olhando para meus braços e pernas descartando ossos quebrados, mas a tipóia em me braço direito sugere pelo menos uma fratura, agora se tive consequências mais graves só saberei com o fim da anestesia ou orientação do meu médico.

Notando que não obteria mais respostas por conta própria dirijo minha atenção para a porta esperando que alguém entrasse, minutos se passam sem qualquer movimentação procuro o botão para chamar a enfermeira querendo arrumar algo para me distrair ao inclina-me escuto a porta se abrir vendo um enfermeiro entrando com uma ficha em mãos.

-- Vejo que acordou -- disse ele num tom calmo enquanto se aproximava -- sente algum incomodo.

-- Além do tédio? Não -- respondo me sentando na cama.

-- Muito bem, se incomoda se fizemos um exame pré-liminar para que possamos descartar qualquer possível sequela que possa aparecer por conta do acidente? -- pergunta mantendo um tom austero.

-- Na verdade estava torcendo para ouvir isso -- confesso recebendo um sorriso gentil.

A pequena bateria de exames não demora muito com enfim parte das minhas dúvidas sanadas.

-- Então eu não tive nem uma sequela cerebral -- constato satisfeita.

-- Não, o que devo admitir que fora uma surpresa para todos nós considerando a velocidade que o carro lhe atingira -- disse o enfermeiro demostrando pela primeira vez uma emoção -- só podemos dizer que fora um milagre você sobreviver quase sem nenhuma consequência.

-- Pelo visto eu tenho um anjo da guarda muito bom -- digo sorrindo sem graça enfim me lembrando de algo que já devia ter perguntado -- ah! E como está a outra garota?

-- Não se preocupe a garota só saiu com alguns arranhões -- garantiu ele.

Ainda bem, já pensou eu ter quase morri do por nada? -- Obviamente não falei isso em voz alta me limitando a sorrir.

-- Bom saber.

-- Por falar nisso ela quer te ver -- disse ele -- ela junto com algumas pessoas, inclusive sua família, deixo entrar?

-- Ah, pode me dizer por quanto tempo fiquei desacordada? -- pergunto envergonhada por só me lembrar de perguntar isso agora -- e sim pode deixar eles entrarem, mas um pequeno grupo por vez, por favor.

-- Só foi um dia -- responde ele saindo.

Após sua saída não demorou muito para que uma Lena tímida entrasse no meu quarto acompanhada por Alex que é a primeira a chegar perto de mim, me abraçando com cuidado.

-- Sua doida o que tava pensando pra se jogar na frente de um carro? -- esbraveja ela me dando leves tapas que deram um pouco mais não fiz questão de reclamar.

-- Não deixar uma pessoa ser atropelada? -- questiono olhando brevemente para a outra garota que continuava no mesmo lugar -- olha eu não pensei em nada quando me toquei eu já tinha feito.

-- Nunca mais faça isso -- disse Alex emburrada -- não quero perder a minha irmã.

-- Eu não sou sua irmã, ah... quer saber? Dani-se me chame do que quiser -- digo sem muita paciência -- eu tô a um ano tentando te fazer parar, mas se não conseguir antes não vou conseguir agora.

Complicações de não ser normal - supercorpWhere stories live. Discover now