04 | Até logo

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Estou dentro do carro, vendada. Não ouço nada além da minha própria respiração. Depois de um tempo dentro do carro, paramos em um lugar que não faço ideia qual é. 

— Vou te ajudar a descer, certo? — confirmo com a cabeça. Ele segura a minha mão e me ajuda a descer. Meus saltos estão afundando, não muito, mas o suficiente para descobrir que não estamos em um lugar asfaltado. 

— É agora que você me mata e joga meu corpo aqui? — minha mãe me mataria se soubesse que estou confiando cegamente em um estranho.

— É uma possibilidade.

Sinto as mãos dele atrás da minha cabeça, soltando a venda que cobre meus olhos. Agora que posso enxergar novamente, vejo uma enorme casa no meio do nada. Ele segura a minha mão e me leva para dentro.

— Gostou? — ele me pergunta enquanto senta no sofá

— Sim. — faço uma pausa me juntando a ele no sofá — Mas, por que tão longe?

— Eu gosto do silêncio. Podemos continuar de onde paramos? — ele se aproxima de mim, colocando meu cabelo atrás da orelha

— Não lembro onde paramos. — pequenos joguinhos me excitam ainda mais

— Será um prazer lembrar você. — Quando vejo o sorriso de canto dele, meu corpo começa a formigar. O olhar dele é intenso, cheio de luxúria. Ele me deita no sofá e começa olhar meu corpo com os olhos semicerrados. Samuel se inclina sobre mim e começa a tirar minha roupa, ele beija minha pele lentamente e suas mão passeiam pelo meu corpo. Deixo escapar um gemido assim que as mãos dele chegam no meio das minhas pernas, estou excitada e, pelo volume nas calças dele, vejo que não sou a única. Ele começa a se despir rapidamente, quando está completamente nu me toma em seus braços e me penetra. Nada mais parece existir. É como na primeira vez, só que ainda melhor. Nossos corpos parecem reconhecer cada movimento um do outro e isso nos faz atingir o clímax juntos. 

— Você já decidiu?

— Sobre o que? — sei o que ele deseja saber, só não quero estragar esse momento.

— Sobre você não ir embora.

— Samuel, tivemos momentos incríveis, mas a minha passagem de volta já estava comprada e daqui a algumas horas, preciso embarcar. — não significa que precisamos perder o contato, podemos marcar de nos encontrar em nossos momentos livres, no momento o melhor para mim, é voltar para casa

— Você não pensou em adiá-la? — ele pergunta enquanto começa a se vestir — Pensei que estivéssemos na mesma sintonia.

— Por alguns momentos, sim. — respondo enquanto me visto. É claro que pensei, faz muito tempo desde a última vez que me senti assim. Ele é a mistura perfeita de tudo o que desejei viver ao lado de alguém.

— E você resolveu me contar só agora? Se eu não te perguntasse, você iria embora sem me dizer nada?

— Não é como se eu te devesse satisfações, mas sim, iria te contar. 

— QUANDO JÁ ESTIVESSE DENTRO DO AVIÃO? — ele grita. 

— Você sabe que não precisa gritar, estou bem na sua frente. 

— ESTOU NA MINHA CASA E USO O TOM QUE EU QUISER, SARA. — Ele pega um jarro de vidro e joga na parede. Me pergunto o que leva um homem a surtar por alguém que ele acabou de conhecer. Samuel começa a chutar tudo que encontra pela frente enquanto grita diversos palavrões.

— Você está parecendo uma criança birrenta e já que não consegue se comportar como um adulto, estou indo embora. — me recuso a assistir todo esse show que ele está fazendo. Entendo a quebra de expectativa, mas nada justifica esta agressividade. Neste momento, Samuel bloqueia meu caminho. — Qual a porra do seu problema? — estou furiosa, quem ele pensa que é para se comportar desta forma 

— Você me conta que está indo embora daqui a algumas horas e deseja que eu fique tranquilo —ele não está gritando, mas consigo sentir toda sua raiva através de sua fala.

— Você não tem que se comportar como se tivéssemos um relacionamento. — o observo fechar os punhos — Vai me bater? Eu não tenho medo de você, espero que isto esteja claro.

— Você pensa que eu teria coragem de levantar a mão para você? Isso não passou pela minha cabeça em nenhum momento. — diz, ainda sério.

— Não foi o que pareceu, agora saia da minha frente. 

— Eu não vou deixar você ir, não tão facilmente.

— Não estou pedindo sua permissão, Samuel. Você esta dificultando algo que poderia ser simples e agradável para nós dois, não queria lembrar de você desta forma. — estou no meio do nada, é obvio que não passa táxi aqui, vou precisar de uma carona do motorista dele e sei que não será fácil convencê-lo a me levar.  Escuto passos atrás de mim, é Samuel, ele começa a falar extremamente alto:

— Isso não termina aqui, Sara.

— Vai se foder, Samuel. — ele me alcança e segura meu queixo com a mão esquerda.

— Repita!

— Eu mandei você se foder. — somos interrompidos por um barulho de pneu arrastando no chão, um carro preto para na nossa frente e uma janela abre.

— Alguma coisa está errada, fique atrás de mim. — diz Samuel. O segurança dele aparece do nada, correndo em nossa direção e gritando:

— Chefe, abaixe! — Samuel me puxa para o chão, ouço tiros e em seguida o carro desaparece. Quando levantamos, o rosto de Samuel muda de expressão quando ele olha para mim, só então percebo que levei um tiro de raspão no braço direito. Você realmente não sente nada quando o corpo está quente.

— Você está machucada, Sara. — ele fica nervoso — Vou matar quem fez isso, com minhas próprias mãos.

— Está tudo bem, foi de raspão. — não sinto nada, meu corpo está dormente.

— Não está tudo bem, precisamos cuidar desse machucado e sair daqui agora. — ele olha para o motorista e seu segurança, dando sinal para eles organizarem tudo para partimos. Entramos na casa e subimos para seu quarto, lá ele limpa meu braço e faz um curativo. Samuel não disse nenhuma palavra desde que subimos, mas tenho inúmeras perguntas.

— Quem eram aqueles? Eles poderiam ter nos matado! 

— Fique calma. — ele diz sem olhar para mim

— Estou calma! Só quero saber o porque quase nos mataram hoje.

— Tenho muitos inimigos. — enquanto alisa meu braço, sinto todo o seu remorso com esse gesto, esta se sentindo culpado por ter me colocado nessa situação.

— Não foi sua culpa. — realmente não é, ele tem cuidado de mim desde que nos conhecemos e se soubesse que isso aconteceria hoje, não teria me trago para cá. 

— Faz muito tempo que não me relaciono com ninguém por conta disso, ter uma vida dupla é cansativo e ainda mais perigoso. Facilitei desde que nos conhecemos, deveria ter imaginado que estavam esperando um momento de mais vulnerabilidade para atacarem e acabei trazendo você para dentro disso. — ele anda de um lado para o outro enquanto fala. Samuel solta um grito como se quisesse liberar toda a raiva de dentro dele e soca a parede — Então sim, é minha culpa. 

— Você deveria parar de fazer essas coisas.

— Que coisas? — pergunta finalmente me olha

— Socar parede, quebrar as coisas.. — ele não me responde, apenas senta do meu lado.

— O que você realmente faz, Samuel?

— Eu teria que te matar se eu contasse. 

— O que você está esperando? — levanto uma sobrancelha — Eu não tenho medo de você.

— Você deveria. — ele se inclina para me beijar. Alguém bate na porta do quarto, fazendo com que ele se afaste de mim.

— Senhor, poderia vir comigo? — olho a hora no relógio e percebo que perdi meu voo. Merda! Preciso avisar minha mãe que os planos mudaram e irei estender a viagem. Samuel não fechou a porta, consigo escutar a conversa dele e do seu segurança, estão falando sobre a placa do carro. Tenho a impressão que Samuel não me contou tudo e é realmente um criminoso.

A Queridinha do MafiosoDonde viven las historias. Descúbrelo ahora