Uma foto no altar

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— Você está depressivo assim por causa do Minnie?

— Eu não tô depressivo.

— Você está.

— Tch — Taehyung estalou a língua no céu da boca, cansado de discutir com o barman sua óbvia porém não comentável situação psicológica naquele último mês. — É porque eu não tive bolas pra pedir demissão, cara, é por isso — Tentou encerrar o assunto.

— Você pediu, não? — Mas Jin continuou retrucando. — Só que voltou atrás: é esperança de que o Minnie volte?

— Jin, você não tem uns copos pra lavar, não? — Tirou o cigarro da boca, o segurando nas pontas dos dedos. — Sinceramente?

— Eu sou um fã de romances baratos: só queria saber se você e o Minnie vão dar em alguma coisa.

— Ah, tá. — "Romances baratos"? — O Minnie nem tá aqui, e não tinha nada entre eu e ele antes.

— Não tinha? — Jin ergueu uma sobrancelha.

— Não tinha. — Tragou seu cigarro.

— Nem teve? — O barman ergueu a outra sobrancelha.

— Bom, SE teve foi porque CERTAS pessoas têm a mania sinistra de por drogas nas bebidas dos outros sem o menor consentimento. — Desabafou. — Eu podia te meter um processinho por isso, sabia?

— Ah, então aconteceu alguma coisa?

— Caralho, você realmente me drogou??

— Não, eu não te droguei. — Jin se defendeu, parecendo até ofendido. — Só misturei um pouco de chá de anis estrelado no seu uísque: é um afrodisíaco natural e bem leve, se quer saber.

— Eu não acredito em você. — Na verdade, acreditava mais em Jin do que nele mesmo: tudo o que menos queria era que a desculpa de que estava alterado que o tranquilizou o mínimo todos aqueles dias simplesmente não existisse.

— Hm, é verdade. — Subin entrou na conversa: o rapaz estava sentado a um banco de distância de Taehyung, a propósito, tomando o tal chá num copo redondo. — Eu quem tenho que pedir pro Jin fazer uma dose mais concentrada pra mim, se não nem dura toda uma preliminar.

— Ah... certo, certo, entendi. — Taehyung soltou uma baforada raivosa de fumaça, se virando no banco pra sair do bar e voltar pra sua rotineira ronda nos corredores dos andares de cima. — Só não ponha mais afrodisíacos na minha bebia, ok? — Pediu já com um pé no chão de carpete, quando tudo aconteceu muito de repente: uma mão no seu pescoço, e no outro segundo suas costas batendo contra o balcão do bar com um baque e uma dor entre as omoplatas que o impediu de respirar por um ínfimo instante. — Mas que...???... — Segurou aquele pulso grosso nas duas mãos, vendo nitidamente os cabelos loiros penteados pra trás e os olhos azuis. — Jongsu???

— Aonde ele está? — Os olhos claros estavam vidrados. — Você deve saber, seu segurança de merda! Me fala!

Taehyung estreitou os olhos, e pela sua cabeça se passou um brilhoso e lindo letreiro rosa neon com um grande "ah! vai tomar no cu" enquanto ele só movia o quadril pra cima e enterrava dois pés juntos no peito do mais alto.

— Cough! — Tossiu, saindo de cima do balcão e massageando o pescoço na maior elegância possível, vendo com satisfação o loiro de terno branco cair em cima de uma das mesas do salão no estilo mais desajeitado possível. — Esqueceu que não tem dois idiotas me segurando dessa vez? — Ajeitou o terno, levando o cigarro pra boca e dando um trago como se nada tivesse acontecido. — Se vier pra cima eu te esmago.

— Que merda é essa? — Jongsu até tomou impulso pra se levantar e continuar uma briga, mas Yoongi apareceu no salão, já olhando com decepção pra mesa redonda tombada no chão. — Sério isso, Jongsu? Se não pisa aqui pra me dar prejuíso nem é você, né? Mas que bosta!

Cigarettes - VminWhere stories live. Discover now