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  continuação...
               
                           Ana Luz
               

Depois da mine conversa, eu só pedi pra ir embora e para a minha surpresa ele apenas se levantou, deixando o ambiente daquele quarto de motel luxuoso, imaginando que era isso que eu deveria fazer, também saí, vendo ele entrar no carro e esperar que eu fizesse o mesmo. Não queria ir com ele mas definitivamente não queria prolongar esse encontro.

Já no carro não trocamos olhares e nem falamos por um bom tempo até ele quebrar o silêncio depois de termos saído daquele lugar.

— Quero te ver amanhã.— engoli em seco, o que eu deveria dizer? Ele disse que não faria nada se eu não quisesse, e eu realmente não queria, pelo menos não agora, porém é pra isso que nos encontramos, isso é o que a gente faz, sexo, só isso.

Se eu simplesmente negasse, o que ele iria fazer, eu querendo ou não nós tínhamos um tipo de acordo que deixava bem claro o meu papel a cumprir.

"Tudo o que eu falei ontem está valendo"

Isso martelava na minha mente, isso significava que a ameaça a minha família era real, que as regras que ele impôs estavam valendo e eu não poderia arriscar assim.

— Tá bom— disse simples depois de longos segundos.

O caminho até meu bairro foi em silêncio, eu apenas observava as ruas e percebia o quão rápido ele andava era por isso que sempre chegávamos tão rápido, não tinha percebido tão claramente isso antes, pois as vezes que vim com ele eu estava nervosa demais pra reparar.

— Pode parar lá— apontei pra um tipo de beco que ficava duas ruas a cima na minha casa, era o lugar que ficava menos movimentado a essa hora, ficava longe o suficiente da pracinha do bairro e também das ruas principais.

— Vou te deixar na tua casa.— ele continuou seguindo e eu já estava desesperada, se ele virasse a rua, todos iriam ver o carro que sozinho já chama muita atenção. Andando aqui eu me sentia em um desfile de moda, passavamos e as pessoas olhavan e a cada sinal que parávamos as pessoas encaravam as vezes até demais, por sorte o vidro era escuro demais, assim ninguém conseguia ver quem estava dentro.

— Por favor, uma amiga está em casa, meus irmãos estão lá a vizinhança deve estar toda na porta essa hora.— aos poucos ele foi parando, deu uma pequena ré e entrou no beco, me aliviei.

— Que amiga?

—  Ela fica com meus irmãos, é do bairro.

— Resolve esses teus problemas, quero te deixar na tua casa.— por que isso é tão importante pra ele? Só pra me causar mais problemas meu Deus.

— Tá, eu só preciso de um pouco mais de tempo.— ele se virou no banco, me encarando.

Aos poucos ele se aproximava, eu poderia recuar mas isso só me traria problemas, ele fala sobre não fazer o que eu não quiser mas já percebi que é super esquentado, toda vez que eu tento ir contra o que ele quer, a confusão vem em seguida.

Ele queria um beijo e eu dei, uma coisa eu precisava admitir, nossos beijos nunca são sem graça ou ruins, ele beijava muito bem, era sempre muito quente, com muita vontade e ele sempre usava suas mãos também, parecia que cada vez que me beijava estava a ponto de me levar pra cama, porque era sempre muito fogoso, muito gostoso e isso me assustava, eu não deveria gostar.

Com dificuldade me afastei, depois de um beijo desse eu fiquei sem ar, respirei fundo já me virando e saindo do carro, antes olhando para todos os lados para ter certeza que ninguém estava olhando.

Aqueles olhosOnde histórias criam vida. Descubra agora