Cap 7

475 35 2
                                    

-Então, o que queria me contar? -Gellert perguntou se sentando na beira de sua cama e então decidi me sentar ao seu lado.

-Gellert, a minha irmã, ela... Bom, há algum tempo, ela foi... -Fiz uma pausa, era difícil falar sobre aquilo. -Ela foi agredida, por, por trouxas.

Ele franziu o cenho levemente e vi sua expressão séria mudar para uma mais triste.

-Isso foi há alguns anos, e embora a gente tenha superado, esse episódio deixou algumas sequelas bem sérias na Ariana.

-Sequelas?

-Ela tinha 7 anos, ou seja, ela não conseguia controlar a magia dela... Os trouxas viram e mandaram ela fazer de volta, mas...

-Ela não conseguiu. -Ele completou segurando a minha mão e a acariciando levemente, me passando segurança. O tempo todo eu estava olhando para a parede, eu sabia que não conseguiria continuar o encarando nos olhos.

-Isso. E, depois de algum tempo ela começou a ficar muito instável, muito emocional e estava com muito medo de usar sua magia novamente. Ela não queria usar seus poderes, mas tampouco sabia controla-los, quando começou a repreender a magia dentro de si... Ela virou um... obscurial.

-Albus...

-Olha, eu vou entender se quiser que eu não apareça mais por aqui, eu só achei que deveria ser honesto com vc, principalmente hoje que vc finalmente a conheceu. Eu... Me desculpa tá, eu deveria ter te contado antes.

-Albus... Pq está se desculpando? -Ele colocou uma mão em meu queixo, me fazendo virar o rosto pra ele. -E pq acha que eu iria me afastar de vc?

-Pq... Minha irmã é uma força instável que explode, ataca e desaparece.

-Albus, ela não teve culpa do que aconteceu. Os culpados foram os trouxas que, sempre que estão com medo, acham que usar a violência pra se defender é sempre o melhor método.

-Meu pai... Ele se vingou desses garotos, e, bom... Acabou sendo mandado pra Azkaban por isso. E a minha mãe, era ela quem estava cuidando da Ari no verão, Aberforth havia saído naquele dia e... Ari teve uma crise, não foi culpa dela, mas... Eu venho tentando parecer forte pro Abe e pra Ari, mas eu não consigo lidar com isso sozinho, eu não...

Não consegui continuar falando pq comecei a chorar, era silencioso e eu tentava cessar aquilo o mais rápido possível, enquanto secava as minhas lágrimas com as mãos.

Gellert passou suas mãos em meus ombros fazendo uma massagem de leve e então se aproximou um pouco mais de mim, me puxando para um abraço apertado e acariciando meu cabelo.

-Está tudo bem, Albus.

-Não, não está. -Murmurei chorando em seu ombro.

-Mas vai ficar, eu prometo... Por vc, eu prometo. -Ele respondeu começando a passar uma mão em minhas costas.-Vc não está mais sozinho.

Enquanto eu tentava me acalmar, Gellert nos deitou na cama, e por a mesma ser de solteiro, ficamos abraçados ali. Ele passando a mão em meu cabelo, enquanto eu ficava com o rosto colado em seu peito.

-Albus? -Ele perguntou depois de ficarmos alguns minutos em silêncio.

-Sim?

-Eu gosto de vc, Albus. Eu gosto muito de vc.

Me afastei um pouco e o fitei, ele estava com um sorriso pequeno e sincero no rosto. Concordei com a cabeça antes de voltar a encostar a cabeça em seu pescoço.

-Eu também gosto muito de vc. -Sussurrei me ajeitando no abraço.

Aquilo era bom. Aquela sensação era boa e, sinceramente, eu espero que aconteça mais vezes.

Grindeldore - My Gift and My CurseOnde histórias criam vida. Descubra agora