Natal - 1

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Dayane Pov

Malditas festas de fim de ano. Foi a primeira coisa que se passou na minha cabeça enquanto eu me encontrava em pé na varanda de casa de minha mãe fumando um cigarro. Estava frio e nevando, mas apesar disso preferiria muito mais passar meu natal ali fora do que lá dentro. Suspirei e apaguei o cigarro antes de pegar um tic tac e só então entrar na casa de minha mãe.

- Feliz natal. - Desejei passando pela porta.

- Isso é o que você vestiu para o jantar de natal? - Minha mãe perguntou enquanto se aproximava. - Você não tem ao menos um vestido?

- Eu estou bem, mãe. Obrigada. - Fui irônica enquanto tirava o meu capuz. Pelo menos estava confortável com uma calça moletom e quentinha com dois casacos. - A casa está linda.

- Sua tia Susan trouxe o papai Noel do shopping para o jantar e seu sobrinho acabou de fazer cocô na manjedoura. - Minha mãe comentou rindo.

- Foi um cocô pequeninho, e ele tirou o menino Jesus antes. - Minha irmã, Fernanda, defendeu vindo me cumprimentar. - Oi. - Ela sorriu me abraçando.

- Quer Elfos de gengibre, filha? - Minha mãe perguntou, ao nosso lado. Eles estavam queimados, mas ainda sim não deixei de pegar um com um sorriso sem graça.

- Ei, a Luana disse que você não ligou. - Fernanda me puxou para darmos uma volta na casa.

- É, eu sei. Foi mal, mas eu não posso namorar uma palhaça profissional, eu nunca dormiria.

- Day, já fazem seis meses. Você precisa voltar a se relacionar.

- Como ela espera conhecer alguém se ela fica o dia todo em casa de pijama? - Minha mãe questionou.

- É um trabalho remoto, mãe. - Revirei os olhos, cansada de ter aquela conversa. - Meu chefe não se importa com o que eu visto desde que eu entregue resultados. O que ele me pede é para que minha mãe não fique me ligando no meio do expediente. - Alfinetei.

- Você não está mais fumando, né? - Ela resolveu mudar de assunto.

- Não mãe, o Uber que era fumante. - Menti.

- Filha, eu sei que o fim ano pode ser estressante. Mas ninguém quer se casar com uma fumante... - Lhei encarei. - Que mente. - Ela completou antes de se afastar.

- Bom, ninguém quer uma sogra megera. Então são três defeitos. - Comentei baixinho.

Não tive muito tempo de ir rebate-la pessoalmente já que Lucas, meu outro irmão, logo se aproximou com seu namorado, João.

- Sabemos que é um feriado quando minha irmã aparece sozinha. - Ele brincou.

- Não fala assim, ela tá triste. - João ralhou.

- Para. - Eu disse quando ele mexeu em meu cabelo. - E eu não tô triste.

- Tem certeza? Você parece triste.

- Não estou triste. - Garanti tomando mais um gole da minha bebida e sorrindo. Falsamente.

- Uma manjedoura higienizada! - O marido de Fernanda nos interrompeu sorrindo. - Day, cê não ligou para Luana? - Ele perguntou se aproximando.

Revirei os olhos antes de me afastar e ir falar com Susan, pelo menos ela não me encheria o saco por estar sozinha.

- Ele não é demais? Conheci ele no shopping. Você ficaria surpresa com as pessoas boas que você conhecer no shopping.

- Eu acho que não...

- Ah, relaxa. Não é como se eu fosse casar com ele. Ele é só meu ferigato.

Holidate - DAYROLOnde histórias criam vida. Descubra agora