Ela é um monstro.

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Lucas:

Era por volta das hrs 19:45 da noite quando cheguei do hospital, Maya já havia ido embora.
Novamente tive que pedir Silvia para entregar Maya para a babá.
Eu odiava isso.
Eu queria passar maus tempo com minha filha, mas meu trabalho quase sempre me atrapalhava.
Foi tão difícil fazer Amanda ceder algum tempo para que Maya ficasse comigo.
Eu estava exausto, queria apenas dormir, queria que Silvia fosse embora, mas ela ficou insistindo em jantarmos juntos, então apenas pedi comida de um restaurante próximo do meu prédio e fui tomar banho.
—O jantar chegou!—eu a ouvi chamar.
Terminei de me vestir e me sentei para jantarmos.
O relógio marcava hrs 20:30 é estávamos lavando a louça, quando a campainha começou a tocar.
—Quem será a essas horas?—questionei.
A campainha continuava tocando frequentemente, parecia que queriam derrubar a porta.
Caminhei até a porta e a abri.
—Amanda?—questionei confuso
—Onde ela está?—ela parecia estar descontrolada.—A sua namoradinha, onde?
—Amanda, se acalme, para que quer vê-la?—questionei.
—Não me peça para ficar calma!—ela gritou.
—Quem está aí, Lucas?—Silvia perguntou.
—Ah, então ela está aqui!—ela disse empurrando a porta e entrando.
Ela parecia aquelas mulheres loucas pegando o marido com a amante, mas eu estava a ponto de descobrir que era bem mais sério que isso.
—Amanda?—Silvia disse confusa ao vê-la entrar igual um trator.
—Era com você mesmo que eu queria falar!—Amanda disse indo até ela e lhe dando um tapa no rosto—Sua vagabunda desgraçada!
—Amanda!—falei sem entender nada.
—Vadia miseravel!—ela deferiu outro tapa em Silvia.
Os insultos e tapas continuaram por parte dela, então eu a segurei.
Que porra tava acontecendo ali.
Silvia estava sem reação.
—Me solta seu cretino!—ela gritou esperneando—Eu vou matar essa cadela, e depois vou matar você!
—Que merda você tá fazendo Amanda?—perguntei segurando ela.—Por quê está agredindo ela.
—Ah, você não sabe?—ela gritou histérica—Essa cadela é quem gosta de agredir.
—Do que está falando?—Silvia perguntou confusa.
—Vai se fazer de vítima?—Amanda gritou.
Sem que eu esperasse ela me deu uma cotovelada na barriga e cobriu em cima de Silva puxando seus cabelos.
Ela estava louca, eu nunca vi Amanda agir daquele jeito.
A segurei novamente e as separei.
A visão dela furiosa era de dar medo, os cabelos estavam desgrenhados e os olhos faíscavam de ódio.
—Se controla!—pedi.
—Gosta de espancar criancinhas não é sua maldita!—ela gritou tentando se soltar.
—O quê?—perguntei confuso.
—Essa vadia miseravel ousou tocar na minha filha!—ela gritou—Agora eu vou arrancar esses cabelos dela fio por fio.
—Você fez isso?—perguntei incrédulo.
—Não, é mentira!—ela negou—Eu nunca tocaria nela, Maya é adorável.
—Não fale o nome da minha filha sua puta!—ela gritou.
—Você tem que acreditar em mim!—Silvia disse—Eu não bati nela.
—Vá embora daqui Silvia!—ordenei.
—Não!—Amanda gritou—Me solta que eu vou acabar com ela antes.
—Lucas...—Silvia fez cara de choro.
—Vá embora daqui!—gritei com ela.
Ela pegou a bolsa e deixou meu apartamento.
Após cinco minutos se debatendo para se soltar de mim eu finalmente a soltei.
—Maldito!—ela gritou e me empurrou possessa—Como pôde deixá-la ir assim?
—Se acalma e me explica isso direito!—pedi.
—Quer que eu fique calma quando ela deixou minha filha com hematomas no corpo?—ela esbravejou.
—Tem certeza disso?—perguntei.
—Como é que é?—ela perguntou furiosa.—Maya só esteve aqui hoje e depois voltou para minha casa, sua namoradinha foi quem ficou com ela.
—E a babá, como sabe que não foi...
—Não se atreva!—ela apontou o dedo no meu rosto—Joana está comigo desde que Maya era um bebê, ela é filha de Ruth, empregada dos meus pais há mais de 10 anos, eu a conheço desde que eramos crianças, e ela ama minha filha como se fosse dela, foi ela quem me falou dos hematomas no corpo de Maya, não se atreva a tirar a culpa da sua namorada e jogar sobre ela.
—Mas...
—Uma coisa é você duvidar do que eu falo!—ela disse furiosa—Outra bem diferente é duvidar sobre algo em relação a minha filha.
—Não é nada disso!—tentei me explicar.
—Eu estava certa em escondê-la de você!—ela disse decepcionada—Maya está bem melhor sem um pai, do que com um pai como você!
Sem dizer mais nada ela saiu batendo a porta do apartamento com força.
Não era que eu não acreditasse nela, eu apenas queria ter certeza de tudo para saber como agir, mas parecia que até nisso eu conseguia errar.
Amanda, mesmo tendo se tornado fria, não agiria tão impulsivamente se não tivesse motivos.
Só havia um jeito de saber, e era através de Maya.
Mas pela forma como ela entrou igual a um furacão na minha casa e começou a bater em Silvia, eu nem sabia mais se precisava ouvir ou não algo da própria Maya.

Passei a noite em claro caminhando de um lado para outro na sala.
Mal o dia amanheceu e eu fui até a casa de Amanda, eu precisava ver a minha filha, eu estava aflito, decepcionado comigo mesmo, e possesso de ódio.
Estacionei o carro de frente a casa dela, desci e toquei a campainha.
Amanda atendeu a porta e olhou para mim com raiva.
—Que merda estâ fazendo aqui?—ela questionou.
—Quero ver minha filha!—falei.
—Ela não precisa de você!—ela disse fechando a porta.
Antes que a porta se fechasse eu pus o pé na frente e a segurei.
—Mas eu preciso vê-la!—falei empurrando a porta.
Entrei na casa e subi direto para o segundo andar, havia um corredor depois das escadas que levava a 5 quartos.
Dois dos lados e um no fim do corredor.
—Qual o quarto dela?—perguntei a babá.
—O do fim do corredor!—ela respondeu.
Abri a porta e entrei, vi ela sendo examinada por uma médica.
Haviam manchas roxas em seus braços, pernas e algumas partes do corpo.
Como ela pôde?
A babá voltou ao quarto e ajudou Maya a se vestir.
—Papai!—Maya sorriu para mim.
Silvia não era uma pessoa, ela era um monstro, e o pior era que a culpa era toda minha por ter deixado ela a sós com a minha filha.
Caminhei até Maya e me ajoelhei ao seu lado, não pude segurar as lágrimas.
Que merda de pai eu era?

Paixão incontrolavél(incontrolable fond)Onde histórias criam vida. Descubra agora