Capítulo 18

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Me separo de Sasuke, depois de me recompor e enfim enxugo minhas lágrimas, ele ainda me olha sem entender e preocupado, olho pro lado e percebo a presença da minha tia também preocupada..

– Minha cerejeira, você dorme há mais de cinco horas, sua tia não conseguia te acordar e nem eu, sinceramente estava preocupado com você.. – ele diz alisando meu cabelo

– Fica calmo, eu estou bem, eu tenho que dizer a vocês uma coisa importante.. – conto exatamente o que meus pais me disseram no sonho, Sasuke fica atordoado e estático, minha tia já chora muito, me abraçando e dizendo que ela pensa o mesmo que eles..

Assim que minha tia nos deixa a sós, Sasuke se aproxima e tenta me abraçar e me beijar, mas eu o afasto, fazendo ele me olhar sem entender..

– Sasuke, não posso ainda ficar com você, mesmo que meus pais aprovem nosso relacionamento e gostem de você, eu ainda não me sinto bem pra ficar contigo, você sabe que preciso ter uma conversa com seu pai e não será nada fácil, antes de voltar com você preciso perdoá-lo – falo essas palavras com sabedoria e calmaria, ele me olha e suspira fundo e assente em concordância

Decido esperar mais uma semana para finalmente encarar Fugaku Uchiha, nesses dias tenho refletido sobre tudo, a conversa que tive com meus pais, meus poderes e tudo o que isso envolve, realmente estou sofrendo uma pressão enorme acerca dessa conversa que terei com o assassino dos meus pais, tenho evitado o Sasuke nesses dias, para eu não me desconcentrar nas minhas ideias, apesar do Sasuke me amar, eu sei que ele também ama o pai dele e não quer vê-lo brigando comigo ou vice-versa, eu sei que é difícil pra ele, então não quero envolvê-lo nessa situação dessa vez..

Quero pela primeira vez decidir as coisas por mim mesma, sou uma Haruno, os Haruno's nunca deixam um assunto inacabado...

Chegado o dia da nossa conversa, eu me levanto da cama, tomo um banho, me visto com minha roupa rosa de treinamento, prendo meu cabelo em um coque alto e calço botas pretas, saio apressadamente, ignorando os gritos da minha tia dizendo pra esperá-la, não quero que minha tia impeça o que quero fazer...

Vou em direção a floresta, onde marquei o nosso encontro..

Chego ao meio e avisto o Fugaku, já me esperando, ele tenta se aproximar mas eu levanto a mão criando uma barreira de magia

– Pequena Rosa, eu nunca imaginei que eu pudesse ter um Lobo tão descontrolado durante o inverno, eu sempre tive conexão com meu Lobo e éramos como um só, mas há 15 anos atrás, meu Lobo tomou totalmente o controle, me deixando desmaiado no subconsciente – ele chora ao contar essa dolorosa história, lágrimas já escorrem meus olhos

– E O QUE VOCÊ FEZ FUGAKU? – grito em sua direção lançando um soco certeiro em seu rosto, ele cai no chão sem me olhar e abaixa a cabeça

– Pode me bater se quiser Pequena Rosa, eu mereço isso e muito mais, naquele dia meu Lobo tomou o controle, e eu desesperadamente tentei recobrar o controle, mas ele não deixava, naquele mesmo dia antes dos seus pais, ele massacrou um vilarejo inteiro, eram o Clã Funato, eu sofri tanto ao vê-lo ceifando a vida de mulheres e crianças todos pedindo misericórdia mas meu maldito Lobo não tinha piedade, foi tão doloroso, ao deixar o vilarejo em ruínas, saí em direção a estrada, foi quando o carro dos seus pais passou, naquele momento eu tentei, eu me recusei fielmente a permitir que ele os matasse, eu comecei a me socar e a me bater para tentar impedir isso, seus pais viram que não era eu no controle, então sua mãe pediu para você fechar os olhos e então ela fez um feitiço para que você visse um caminhão, mas na realidade quem avançou em vocês foi meu Lobo, enquanto eu ainda lutava contra, meu Lobo de alguma forma me fez adormecer novamente no subconsciente e quando recobrei a consciência, eu estava de volta ao vilarejo da Folha, a Mikoto minha esposa, nem sequer me olhava nos olhos, ela estava horrorizada com o que eu tinha feito, até ela saber que na realidade, eu realmente não tinha feito aquilo e sim o monstro que vive dentro de mim, desde aquele dia eu nunca mais me transformei em Lobo, não quero matar mais ninguém, não quero perder o controle novamente, vivo um inferno desde aquele dia, ao dormir vejo os rostos de todos que ele matou, inclusive dos seus pais, mas ao contrário dos outros, Mebuki e Kizashi não me olhavam com ódio e sim com compreensão e carinho, por isso eu jamais me perdoarei por ter feito isso aos meus amigos verdadeiros, os únicos que me entendiam e mesmo assim nunca me julgaram ou mesmo me odiaram, até quando tirei a vida deles, eles me trataram com carinho e amizade – ele conta toda a história me chocando por completo, sinto tanta raiva dentro de mim, mas simplesmente não consigo despejar no Fugaku, eu começo a tremer as mãos, começo a sentir as faixas do Byakugou se espalharem pelos meus braços e pernas, dou um grito tão alto que começam a cair raios pelo chão, tremo ainda mais e começo a irradiar uma luz verde pelo meu corpo..

Fugaku se aproxima e tenta me segurar de pé, mas ao tocar em mim, ele é eletrocutado e lançado a vários metros a distância... Olho para meus braços e os vejo irradiar faíscas e raios, ouço as vozes dos meus pais, meu irmão, Sasuke e dona Mikoto, minha tia aparece de um portal e corre até mim, todos gritam por mim, eu sei, eu perdi o controle, não posso machucá-los, olho para o Fugaku que está de pé com a ajuda de meu pai

– Eu perdôo você Fugaku, você não precisa de um castigo, eu entendo o por que meus pais te perdoaram, você já vive um inferno, mesmo que te fizessem sofrer, não iria adiantar, pois a Besta de Nove Caldas vive em você, esse é o fardo mais pesado que você pode carregar, mas eu voltarei para te ajudar, não deixarei você morrer com esse monstro dentro de você, você não merecia ter esse animal selado dentro de você pelos Funato's, então pelo Clã Funato e pelos meus pais, eu assumo o trono de Princesa Senju, Herdeira dos sete poderes mágicos do Byakugou – grito com uma voz completamente diferente, todos estão espantados, só minha tia que parecia já saber de tudo isso, ela apenas sorri levemente e assente, me encorajando a continuar

Abro um portal e então minha tia entra e estende as mãos pra mim

– Vamos minha sobrinha, você tem um Reino pra governar agora, voltaremos quando completarmos a missão – ela diz determinada, seguro as mãos dela e olho pra trás

– Sinto muito, eu voltarei por todos vocês – falo olhando para o rosto de cada um presente, meus pais choram juntamente com meu irmão, sem entender nada, dona Mikoto e seu Fugaku me olham orgulhosos, acho que eles sabiam disso todo esse tempo, o Sasuke está completamente confuso e triste, ele somente assente pra mim e sussurra que vai me esperar

A Marcada do LoboWhere stories live. Discover now