Evil Peacocks

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Harry saiu do banheiro se sentindo uma nova pessoa. Ele não havia testado a banheira, já que não queria se atrasar e dar mais motivos para ser odiado pelos dois, mas ainda assim, um banho era exatamente o que ele precisava para realmente acordar. 

 O adolescente parou na frente do guarda roupa, e tomou uma decisão. Harry não se importava que algo ruim pudesse acontecer se usasse roupas trouxas, ele não estava pronto para vestes bruxas, e Voldemort teria que aprender a lidar com isso! 

 Contando mentalmente até dez, Harry colocou rapidamente as peças de roupas que  havia escolhido, fechou os olhos com força, e esperou que algo acontecesse. Ele não sabia o que esperar, talvez sua pele começasse a arder ou formigar, ou as roupas podiam pegar fogo espontaneamente, Harry até mesmo cogitou a hipótese de as roupas sumirem de seu corpo, mas nada aconteceu.  

 Harry se aproximou de um espelho, e notou que ele continuava igual, e as roupas lhe caiam bem. Com exceção do ninho que ele chamava de cabelo, ele estava... apresentável? aceitável? talvez até mesmo elegante?  Harry não se considerava uma pessoa bonita, não depois de tudo, então ele não usaria essa palavra para se descrever, mas ele notou que estava melhor do que o normal. 

 Sabendo que não havia dada que ele pudesse fazer sobre seu cabelo, ele se afastou do espelho, contou até dez de novo, e chamou Dobby. O elfo parecia muito feliz em o ver, e mostrou o caminho. Dobby começou a explicar que ele podia aparatar Mestre Harry, mas Mestre Lucius preferia que Mestre Harry aprendesse a se locomover pela casa, por isso eles estavam andando. Depois de alguns segundos, Dobby percebeu que provavelmente estava falando demais, e se desculpou, mas Harry o assegurou que não se importava, o que resultou em um elfo feliz e falante pelo resto do caminho. 

 Harry foi deixado na entrada da sala de jantar, onde o café da manhã estava sendo servido. Ele se aproximou lentamente, se perguntando se estava ou não atrasado, e as consequências que seu atraso imaginário lhe resultariam. A primeira coisa que Harry notou foi a quantidade de comida na mesa, e se perguntou se todo o exército de Voldemort estaria se juntando a eles. Ele viu Voldemort conversando com Lucius, e se obrigou a chegar mais perto. Os dois estavam esperando por ele, então não podiam ficar bravos por Harry os interromper, certo? 

 - ... seus malditos pavões! - Voldemort falou, com raiva. 

 - se você machucar nossos filhos, eu corto seu pau fora e dou para eles comerem!  - Lucius gritou, mas Harry podia jurar que o loiro estava se divertindo.

 - "isso é algo que eu gostaria de ver". 

 -  a culpa não é deles - o loiro continuou -  Aqueles papeis horríveis provavelmente o machucaram. Pavões não foram feitos para comer papeis. 

 - e ainda assim, eles fugiam quando eu tentava tirar meus "papeis  horríveis" de dentro deles. 

 - você os assustou! 

 - eles me atacaram! 

 - bom dia, Harry - Lucius falou, ignorando Voldemort - você dormiu bem? - Harry só conseguiu concordar com a cabeça, ainda absorvendo a conversa estranha que acabara de presenciar. Lucius o puxou para que Harry se sentasse ao seu lado - você está usando as roupas que eu comprei! - Lucius exclamou feliz. Ele esperava que Harry continuasse a usar suas próprias roupas, pelo menos até que ele confiasse um pouco mais nele e em Tom. 

  - Sim, Senhor - Harry sussurrou - Lucius - ele adicionou receoso, vendo a expressão triste no rosto do loiro. expressão essa que virou um sorriso no momento em que ele ouviu seu nome sair dos lábios de Harry.  

  - você acredita que Tom nem se deu ao trabalho de me ajudar a escolher suas roupas? mesmo que ele tenha muito mais experiência no mundo trouxa do que eu! - Lucius reclamou, ainda com um sorriso no rosto. 

 - eu escolhi as roupas bruxas - Voldemort falou, em um tom de voz neutro, na tentativa de não  assustar Harry. Ele havia notado que a pequena discussão que  teve com Lucius deixou Harry apreensivo. 

 Harry olhou para o Lorde das Trevas, mas por algum motivo, ele não conseguia imaginar o homem indo de loja em loja escolhendo roupas que ele gostaria que Harry usasse, simplesmente não soava certo. Lucius parecia  gostar desse tipo de coisa, não Voldemort. 

 O Lorde das Trevas  estendeu uma poção para Harry, o  tirando de seus pensamentos. Harry pegou a poção e a bebeu, sabendo que não tinha muita escolha.- "se eu morrer, eu volto para puxar seu pé de noite"- Harry reconheceu a poção como uma das muitas poções nojentas que ele ainda tinha que tomar, por ordem dos Medibruxos. Como Voldemort sabia sobre as poções? ou melhor, por que ele se importava?

 Harry se viu mais uma vez perdido em pensamentos, até que seu olhar caiu sobre as mãos de Voldemort, que estavam enchendo um prato com uma variedade infinita de frutas, e no segundo seguinte, o prato estava em sua frente, e o temido Lorde das Trevas estava o mandando comer. 

  - coma algo saudável antes de se entupir com as bombas de açúcar que Lucius mandou os elfos fazerem - ele ouviu Voldemort dizendo. Harry comeu feliz, sem saber quando teria a chance de comer de novo, e mesmo que aquele prato de frutas o tivesse enchido, ele se obrigou a comer uma das "bombas de açúcar", porque Lucius não parava de o oferecer doces diferentes, e Harry sabia que ele só pararia quando Harry provasse um.  


Our Souls' SongWhere stories live. Discover now