What Happened At The Dursleys

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 O Lorde das Trevas chegou em casa um pouco mais cedo que o normal. Ele precisava ter certeza de que Harry estava bem, especialmente depois de descobrir que Lucius deixou que ele ficasse sozinho com um homem que acabara de sair de Azkaban. 

 Ao sair da lareira, Tom foi imediatamente abraçado por Harry. Essa era, sem sombra de dúvida, sua parte preferida do dia, mas Voldemort não fazia ideia de como Harry sabia quando ele estava chegando, já que ele raramente chegava no mesmo horário.  

 - você se divertiu com seu padrinho?  - Tom perguntou, se segurando para não mencionar o quão preocupado ele ficou.

 - eu não acho que 'me divertir' seja o termo certo - ele respondeu - afinal, Siri ainda está em St. Mungus, e provavelmente vai demorar para sair, mas eu fiquei feliz em ver que ele era real - Harry admitiu - e ele parece ser legal. 

 - então eu não preciso brigar com Lucius por ter te deixado sozinho com ele? 

 - se você brigar com ele, eu brigo com você! - Tom sorriu e concordou com a cabeça. 

  Os dois foram atrás de Lucius, que estava incomodado Severus no laboratório de poções, e juntos, eles arrastaram  o Mestre de poções para a sala de jantar. Severus avisou que logo estaria fazendo a poção novamente, por isso não deveria ser incomodado (ele disse isso encarando um certo loiro irritante), e Harry admitiu que havia esquecido que teria que beber aquela monstruosidade de novo.  

 Depois de comerem, Lucius e Tom se surpreenderam ao serem arrastados em direção ao quarto de Harry. Seu companheiro submisso se sentou em sua cama, e pediu para que eles fizerem o mesmo. Após ficarem devidamente confortáveis, Harry entregou um frasco de poção para cada um, e esperou até que eles terminassem antes de começar a falar. 

 - o que vocês tomaram é uma poção calmante, feita especialmente para esse momento. Sev alterou a poção para que ela impedisse o uso de magia - Harry respirou fundo algumas vezes, e sorriu para seus dominantes antes de continuar - e eu pedi que ele fizesse isso porque eu estou pronto para falar sobre os Dursleys. 

 - Harry... - Lucius não tinha certeza do que dizer, mas ele podia sentir a poção fazendo efeito. Ele nunca esteve tão calmo em sua vida - tem certeza? - Harry concordou com a cabeça. 

 - obrigado por confiar em nós, amor - Tom falou, e puxou Harry para perto, depositando um ósculo em sua testa.

  - Dumbledore me deixou do lado de fora da casa deles, um dia depois da morte de meus pais, com apenas um cobertor fino e uma carta. Eu não sei como eu sobrevivi a noite toda no frio, mas acho que teve algo a ver com minha magia.

  Quando eu era criança, eu não sabia dessa história, e acreditava que meu primo estava certo quando dizia que meus pais não me queriam e me deixaram com eles porque eu era um incômodo, mas quando fiz seis anos, eu tomei coragem e perguntei para minha tia. Ela me disse que meus pais morreram em um acidente de carro. Depois desse dia, ela sempre achava uma desculpa ou outra para falar mal deles na minha frente, como se quisesse que eu me arrependesse de ter perguntado. Eu me arrependi. 

 Desde que eu me lembro, eu morava no armário embaixo da escada. Eu tinha um colchão velho, que costumava ser do berço de Dudley, e o cobertor em que eu estava enrolado quando eles me encontraram. De vez em quando, tia Petunia me deixava ficar com algum brinquedo velho de Dudley que ele iria jogar fora, mas isso era raro. 

 Eu sempre ficava com as coisas velhas que Dudley não queria mais. Roupas, brinquedos, comida... tudo o que ele não queria mais, ou ia fora, ou era dado para mim, e eu tinha que agradecer meu primo, como se me dar o lixo dele fosse um ato de bondade. Eu usava as roupas velhas dele, e só podia comer o que ele deixava no prato, o que não era muito, já que ele sempre gostou de comer e odiava desperdiçar qualquer coisa comestível. A primeira vez que eu ganhei algo que não chegou a pertencer a ele foi quando os Dursleys foram obrigados a comprar meu material escolar, mas ainda assim, tia Petunia comprou as coisas mais baratas que conseguiu encontrar, reclamando o tempo todo de como eu lhe dava despesas.   

 Quando eu completei quatro anos, tia Petunia começou a me fazer ajudar a cuidar da casa, e Vernon usou cada erro meu como uma desculpa para me bater. Aos cinco anos, eu já estava fazendo quase tudo sozinho. No inicio, eu até mesmo gostava de ajudar, porque eu não  precisava mais ficar o tempo todo dentro do armário, mas não demorou muito para que eu percebesse o quão errado eu estava. 

 Vernon não gostava que os vizinhos me vissem, e quando ele começou a me bater, isso piorou ainda mais, então toda vez que eu tinha que cuidar do jardim, pintar a cerca, ou fazer qualquer coisa que envolvesse o lado de fora, eu tinha que fazer isso durante a noite, quando ninguém estava acordado.

 Os trouxas acreditavam em todas as mentiras que os Dursleys contavam sobre mim, então quando eu estava na escola, nenhum dos professores se importava com o estado das minhas roupas, ou qualquer machucado que eu não conseguisse esconder a tempo, e as outras crianças costumavam me ignorar, com exceção dos amigos de Dudley, que gostavam de me usar como saco de pancadas. Eu também era obrigado a não tirar notas melhores que meu primo. 

 As coisas pioraram quando minha carta de Hogwarts chegou. Primeiro, eles acreditaram que estavam sendo observados, já que a carta estava endereçada para o armário embaixo da escada, então depois que Dumbledore e Hagrid apareceram, eles me colocaram no segundo quarto de Dudley. Mas como nenhum bruxo veio tirar satisfações sobre como eles me tratavam, ou sobre as cicatrizes que eu já tinha na época, Vernon chegou à conclusão que ninguém se importava, e que contanto que não fosse nada muito visível, ele podia fazer o que quisesse sem ter que arcar com as consequências. 

 Quando eu voltei depois do primeiro ano, eu estava de volta no armário, e Vernon parecia muito, muito pior. foi nesse momento que ele começou a me machucar de verdade. Eu quase sempre tinha um osso quebrado, e era cada vez mais difícil fazer tudo o que tia Petunia queria sem gritar de dor, mas se eu reclamasse, ou demonstrasse qualquer desconforto, Vernon me batia.  

 Eu achava que ia morrer a qualquer momento, e não havia como minha vida piorar, mas quando eu fiz treze anos, Vernon percebeu que eu estava muito grande para continuar dormindo no armário em baixo da escada, então eu voltei para o segundo quarto de Dudley. 

 Ele decidiu que a partir desse momento, ele só me machucaria quando eu estivesse em meu quarto, porque tia Petunia não gostava de ver sangue, e eu sempre demorava um pouco para conseguir me levantar e limpar o estrago que ele fazia. Não demorou muito para Vernon perceber que me bater não era a única coisa que ele podia fazer comigo. 

 No começo, ele tocava em mim quase como de forma acidental, depois de passar horas me machucando. Eu não tinha como o fazer parar. Vernon foi ficado cada vez mais ousado, percebendo que como os bruxos não  notavam os machucados, ninguém notaria isso também. Depois de um tempo, ele simplesmente tirava minha roupa e me usava como queria.  Mas isso logo perdeu a graça, e ele decidiu que não bastava apenas me machucar, ou me usar, Vernon queria fazer as duas coisas ao mesmo tempo, e foi assim que ele começou a escrever aquelas palavras repugnantes em minha pele. Ele parecia sentir prazer em me ouvir gritar, e ver meu sangue escorrendo, e ele quase sempre conseguia me fazer desmaiar, o que eu acho que era sua parte preferida. 

  Isso continuou até o dia em que eu fui embora daquela casa. 

 Era por isso que eu não queria que vocês vissem as cicatrizes - Harry adicionou em um sussurro -  Eu sei que o que Vernon fez me deixou sujo, e eu entenderia se vocês não me quiserem mais...  Mas... Mas eu acho que eu não conseguiria viver sem vocês.  



 N/A eu pretendia dividir esse capítulo em dois, mas mudei de ideia. Isso não significa que os próximo capítulos terão o mesmo tamanho. 

Our Souls' SongWhere stories live. Discover now