365 Days

Capítulo 13 - 22:30 da noite

Point of Views Elizabeth Cooper

Já tinha se passado cerca de duas semanas desde que Toni tinha chegado, e confesso que era legal tê-la por aqui. Ela era uma pessoa boa para conversar, sabe? Simpática.

Mas o que era melhor em tê-la aqui era que eu nunca tinha visto minha prima tão feliz.

Eu não entendo toda essa sua felicidade e carinho quando se trata da mulher de mechas rosas, mas o importante era que Cheryl estava feliz.

Eu lembro de todas as noites, quando ela ainda tinha 18 anos e eu 17, que eu ia em seu quarto, e ela estava olhando para o nada com um sorriso bobo no rosto. Eu nunca entendi qual foi seu encanto repentino pela Topaz, afinal, elas só trocarem olhares por cerca de uns 3 segundos. Não trocaram nem uma palavra sequer na época, e Cheryl ficou completamente encantada e obcecada.

Quando eu perguntava para Cheryl o porquê disso tudo, ela só respondia que aquela menina de mechas rosas entrou em sua cabeça de um jeito que ninguém nunca conseguiu.

Só ela.

Eu até acho isso bonito, mas não sei se concordo com o que Cheryl fez.

Sabe? Mandar sequestrar a mulher só para tê-la por perto.

Eu acho isso um pouco egoísta, mas conversar com Cheryl sobre isso está fora de cogitação. Ela pode até ser minha prima, mas dês de que o Tio Clifford morreu e Cheryl virou a chefe, eu já não sentia mais sua doçura de antes.

Cheryl era doce, agora eu sentia ela fria.

Me lembro bem de quando ela tinha 10 anos e eu 9. A diferença de idade entre nós era de poucos meses, mas Cheryl era tão doce.. tão responsável. Ela me protegia das zoações que eu sofria dos meus colegas, apenas por ser uma garota considerada padrão.

Sabe? Cabelos loiros, olhos verdes, pele clara..

Cheryl me protegia de tudo isso, e na maioria das vezes, acabava sofrendo tudo isso junto comigo. Apenas por ter me protegido. E ao contrário de mim, que apenas abaixava a cabeça e aguentava tudo, Cheryl enfrentava tudo de cabeça erguida. Mas apesar de sua personalidade forte quando se tratava de proteger aqueles que ela amava, ela era doce, igual eu disse antes.

Ela era uma leoa dócil, e hoje é uma leoa selvagem. As vezes eu sinto falta daquela leoa dócil

Na verdade, sinto a todo segundo..

—Betty?– Ouço a voz de Veronica, seguida de duas batidinhas na minha porta.

—Pode entrar, V.– Digo simpática, ainda com os olhos na direção do livro em meu colo.

Já se passavam das 22:30 da noite, e a única coisa que eu conseguia ouvir era o barulho do virar de páginas do livro que eu lia.

Bom, esse ERA o único barulho até 5 minutos atrás, já que agora eu ouvia também os sons dos passos de Veronica ficando cada vez mais perto da minha cama.

—Desculpa te incomodar agora, eu só queria conversar um pouco.– Ouço a voz de Veronica novamente, e sinto o colchão ao meu lado se afundar e seu corpo ficar perto do meu.