Capítulo 19 - Ela é louca!

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Eu simplesmente não consigo parar de sorrir ao ver as diversas fotos penduradas ali. São tantas fotos, lugares diferentes, posições diferentes, roupas diferentes. Milhares e milhares de situações, fotos de quando éramos mais novas e até mesmo algumas que pareciam ter sido tiradas a pouco tempo. Duas coisas que as fotos ali tinham em comum: ou Maya e eu estávamos agarradas, ou sorrindo uma para a outra.

— Gostou de alguma?

Ouço a voz de Maya e olho por cima do ombro esquerdo, ela adentra a casa sorrindo, sorrio de volta. Volto a olhar para o mural de fotos.

— Todas.

— Sério?

Sinto suas mãos em minha cintura e mordo o lábio, Maya cola seu corpo ao meu e coloca o queixo em meu ombro. Fecho os olhos para sentir melhor o cheiro do perfume dela. Não é um aroma desconhecido, lembro dele vagamente e é tão bom. Hipnotizante.

— Sério, embora minhas preferidas sejam as do tempo no colégio. — Confesso, a respiração dela bate em minha orelha. — Elas foram tiradas em qual época?

Aponto para três fotos em especial, nela estamos todos com jaquetas do antigo time de basquete da escola. Em duas delas eu estou sentada no colo de Maya, os braços levantados, eu parecia estar gritando algo. Na última estou em suas costas, assim como Gabriella está nas costas de Mason, Meredith na de Andrew e Andy nas costas de Jack, seu namorado na época do colégio. Nós estamos em uma festa, parece ser comemoração de algo.

— Último ano da escola, depois que todos nós nos formamos, o pessoal do time de basquete decidiu dar uma grande festa, para reunir o pessoal.

— Nessa época já estávamos namorando?

Viro a cabeça para olhar seu rosto, Maya sorri para mim e nega com a cabeça. Franzo o cenho, parecemos namoradas nas fotos.

— Estávamos só ficando, a alguns meses na verdade. — Ela diz, seu olho se torna nostálgico. — Eu disse que demorei pra conseguir você por completo.

— Eu fui tão difícil assim?

— Muito. — Umedece seus lábios e solta minha cintura, me viro totalmente para ela e a observo sentar no colchão. Faço o mesmo. — Eu acabava com toda a minha mesada te comprando chocolates.

— Queria me engordar, é?

Brinco com ela, cruzando as pernas e fico sentada em forma de índio. Maya ri e nega com a cabeça, joga sua franja para trás e a mesma caí de volta, ficando perfeitamente alinhada em sua testa.

— Não, mas digamos que você não gostava muito de flores.

— Eu gosto, não?

— Na verdade sim, mas se for só as flores você não gosta. Lembra?

— Oh... Flores não são comestíveis, é verdade. — Sorrio sem jeito e abaixo a cabeça. Por um momento ficamos apenas em silêncio. Sabe uma coisa interessante? Maya me deixa confortável, mesmo quando está quieta como agora. — Maya... Eu queria saber mais sobre a gente, tipo... Como tudo começou.

— Lá do início?

— Eu já sei do nosso primeiro beijo, também sei que te dei um gelo depois disso e Gabriella ameaçou cortar meu cabelo para eu te dar uma chance de conversar comigo, certo? — Ela concorda com a cabeça. — Então... E depois?

Maya respira fundo, encosta a cabeça na parede e fecha os olhos. Como se estivesse lembrando daquela época.

— Depois da nossa conversa eu te pedi uma chance para mostrar quem eu era de verdade. — Abre os olhos, mas não me olha, fica olhando para o teto. Um sorriso enfeita seus lábios, belos lábios pintados de uma cor bem escura. Maya é uma das poucas mulheres que eu conheço, que fica bem com batons escuros. — Você disse para mim que eu precisaria muito mais do apenas palavras, eu tinha que... Conquistar sua confiança.

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