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— O café da manhã está pronto!  - Louis exclamou da cozinha.

Em passos rápidos e meio desordenados, fui até ele. A mesa estava farta de comida, e tudo parecia delicioso, arrancando um barulho estranho do meu estômago, e eu espero mentalmente que Louis não pode ouvir isso.

Me sentei na frente do enfermeiro, que sorriu timidamente pra mim. Seus olhos azuis me encaravam apreensivos.

— Lembre-se, eu sou enfermeiro. Meu dom não é exatamente cozinhar.  - Ele disse em tom divertido, e eu ri. Pela primeira vez, eu dei uma risada com Louis.

Servi meu prato com algumas panquecas, um pouco de ovo mexido e um pedaço de bolo de chocolate. Aproveitei e enchi meu copo com suco de laranja, provavelmente pela cor. Provei cada coisa devagar, e, wow, Louis sabia cozinhar muito bem. Tudo estava muito bom.

— Se você cansar de ser enfermeiro...  - Fiz uma pausa e tomei um gole do suco.  — Seja cozinheiro. Você cozinha muito bem, Louis. Está ótimo, de verdade.

Ele riu baixinho e corou, realçando a cor de suas bochechas.  — Obrigada, mas é só um hobby cozinhar. O meu "quase" dom vem de família.

Senti uma curiosidade em saber mais sobre Louis, e eu estava gostando de escutar sua voz. Escutar ele conversar comigo.

Mas, óbvio, eu estava sendo gentil. Só isso.

— Me fala sobre você, Louis. Acho que não sei nada.

Ele sorriu e me olhou nos olhos. O azul oceano de seus olhos me inundaram, e seu sorriso me fez sorrir também.

Espera, por que eu estou pensando nisso? Não, não. Paranóias.

— Yeah. Eu tenho 24 anos, nasci e cresci em Doncaster, e mudei pra Londres quando tinha 17, pra começar a faculdade. Minha mãe e minhas irmãs ainda moram na minha cidade materna, então quase não as vejo.  - Louis fez uma pausa.  — Oh, e minha mãe é dona da Tomlinson's Bakery, e sempre me ensinou a cozinhar. Por isso eu gosto tanto. Fiz enfermagem em Cambridge, e parei de trabalhar em hospitais a... 3 meses.  

Escutei atenciosamente a tudo que Louis dizia, e me fiquei surpreso com o seu pequeno relato.

— Que demais, Louis. Você é mais velho que eu, e nem parece. Ah, sua mãe te ensinou a cozinhar muito bem.  - Sorri gentilmente.

Percebi o semblante tristonho de Louis ao falar da distância com sua mãe e irmãs, além de entender que algo aconteceu com seu pai, mas eu não serei indelicado e perguntar sobre.  

— Será que você pode, hm, me falar sobre você também?  - Ele sussurrou envergonhado, me arrancando outro sorriso.

— Claro, Tomlinson. Tenho 22 anos, nascido e crescido em Londres. A Gemma é minha única irmã. Eu fiz ao todo 5 cursos para prestar como policial, e passei na prova tem dois anos. Eu sempre achei que faria psicologia, mas mudei de ideia. Yeah, sua história foi bem mais legal.

Os olhos de Louis brilhavam ao me escutar, prestando atenção em tudo que eu dizia.

— Eu gostei da sua história, Harry. E por que você não fez psicologia?  - Ele perguntou com um sorriso, realmente interessado no que eu tinha para falar.

Eu respirei fundo.  — De verdade? A pressão do meu pai. Mas eu não me arrependo de ter escolhido isso. É o que eu amo.

— Oh, d-desculpa, Harry. Não queria entrar nesse assunto.  - Tomlinson disse constrangido.

— Não se preocupa, eu não ligo mais pra isso.  - Lancei-lhe um sorriso carinhoso.

Que porra, Styles?

A pele de Louis se avermelhou rapidamente. Eu evitei ficar encarando ele, afinal, não queria o envergonhar.

— Vou tirar a mesa, e não se preocupe em arrumar a bagunça, a Dona Marina vem limpar hoje.  - Disse para Louis, que assentiu.

Terminando, me sentei no sofá e comecei a passar os canais da TV. Nada de interessante.

"... e a facção continua a solta. Sabemos dos esforços policiais, e continuem com fé, povo de Londres, para que esse pesadelo chegue ao fim logo. O próximo assunto é como..."

Um noticiário local afirmou, e eu suspirei. Esse caso parece estar longe de acabar, e isso me preocupa. A população está desesperada, com medo de que algo pior comece a acontecer.

O som da campainha soou, e me tirou dos meus pensamentos. Me levantei para atender, e vi Niall pela câmera do interfone. Finalmente! Meu melhor amigo veio me visitar.

— Oi, Harry!  - Ele disse e me puxou em um abraço apertado.

Eu ri em seu ombro.  — Oi, Ni. Vem, entra. Só não repara a bagunça.

Niall entrou comigo em casa, e se jogou no sofá. Nossa intimidade era algo... surpreendente, eu suponho.

Me sentei ao seu lado, e percebi de relance que Louis estava encurralado na cozinha, provavelmente com vergonha de passar pela sala de estar. Creio que Niall seguiu meu olhar, e conseguiu ver o enfermeiro.

— Você está com visita? Desculpa, eu já estou de saída.  - Niall disse despreocupado.

— Oh, não, não. Esse é o Louis, o enfermeiro que a Gemms contratou pra ficar comigo. 

Niall encarou Louis, e depois me encarou, prendendo um sorriso malicioso em seus lábios.

— Deus, Niall, para.  - Dei um soco leve em seu braço. 

Ele choramingou, reclamando que nem uma criança. Tomlinson ainda estava na cozinha, e seu olhar fixo em mim. Me levantei e fui até ele.

— Não liga pro Niall. Quer conhecer ele? Esse cara é demais. Prometo.

Louis negou rapidamente.  — Não, acho que hoje não. Só, hm, quero ir pro meu quarto. Não vou atrapalhar vocês.

Ele saiu da cozinha e correu até seu quarto, sem esperar uma resposta minha. Suspirei e voltei até a sala.

— Cadê a educação, Styles? Nem pra me oferecer um café, uma água...  - Niall disse.

Eu revirei os olhos.  — Folgado.

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