XII

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Nicole abriu os olhos, ofuscada pela intensa luz do quarto, o que a fez piscar algumas vezes antes de conseguir focalizar. Ainda um tanto atordoada, percebeu que estava em um quarto de hospital. Uma dor latejante em sua cabeça a incomodava, e ao erguer um de seus braços, notou as agulhas presas ao seu antebraço, conectadas a um frasco de soro que gotejava lentamente.

— Olá, que bom que acordou. Como está se sentindo? — Uma mulher que aparentava ser uma enfermeira entrou no quarto, indagando enquanto se aproximava. — Vou chamar a Dra.

Antes que Nicole pudesse responder, a mulher saiu pela mesma porta pela qual entrou. Nicole tentou se sentar com cuidado na cama.

— Vamos com calma. — A voz de Olivia trouxe alívio ao coração de Nicole. — Como está se sentindo?

Nicole, conseguindo se acomodar na cama, encarou Olivia, que vestia seu jaleco com calma.

— Estou tonta. O que aconteceu? — Ela perguntou, sua expressão mantendo-se serena.

— Sua pressão caiu significativamente, levando a um desmaio. — Olivia começou a verificar informações em seu tablet. — Fizemos alguns exames, mas não identificamos nada fora do comum. Você e o bebê estão bem.

— Mas por que desmaiei então?

— Ainda não conseguimos determinar a causa, mas variações na pressão são normais em algumas mulheres. Em seu caso, a pressão caiu. Vou receitar alguns medicamentos, pedir que descanse o máximo possível e se alimente adequadamente.

— Tudo bem.

— Antes de dar alta, vou medir sua pressão e realizar outra ultrassonografia para verificar o bebê.

A médica deixou o quarto por alguns minutos e, ao retornar, aplicou duas seringas no soro de Nicole, que logo estaria medicada.

— Vou prescrever os remédios, mas você pode começar a tomá-los amanhã. Já pode se preparar para ir embora.

Olivia empurrou a máquina de ultrassonografia para um canto do quarto, preparou o equipamento e, com cuidado, expôs a barriga de Nicole, aplicando o gel gelado que fez a gestante se contrair levemente.

A barriga estava um pouco maior do que o esperado para seis meses, e o bebê se movimentava e chutava intensamente enquanto Olivia deslizava suavemente o aparelho sobre a barriga. Um sorriso surgiu no rosto da médica quando o som do coração do bebê ecoou alto e forte. Nicole sorriu também.

A médica encerrou o soro e retirou os adesivos do braço de Nicole, removendo o acesso e aplicando um pedaço de algodão para conter qualquer sangramento.

— Agora pode trocar de roupa. Vou te levar para casa.

Ela ajudou Nicole a se levantar da cama e ir até o banheiro, que saiu alguns minutos depois vestindo suas próprias roupas. Olivia não estava mais no quarto, então Nicole decidiu se sentar por um momento, uma vez que seu ventre pesava bastante.

Minutos depois, a médica reapareceu e levou Nicole de volta para casa.

— Está entregue. — Olivia desligou o carro.

— Você não quer subir?

— Preciso voltar ao hospital, estou de plantão. Avisei sua mãe que está tudo bem.

— Muito obrigada, de verdade.

— Não precisa agradecer. — A médica sorriu.

Nicole saiu do carro e entrou em seu apartamento, sendo recebida com grande preocupação por sua mãe.

— Minha filha. — Sua mãe correu até ela e a abraçou com força.

— Oi, mãe, está tudo bem, não foi nada. — Nicole retribuiu o abraço, tentando acalmá-la.

Acasos do Destino  (romance lésbico)Where stories live. Discover now