Chapter 1: Blame Our Love

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Nós somos orgulhosos da cabeça aos pés, da alma ao exterior, do que acaba até ao que dura.

O amor é sempre o culpado. Porque nós negamos e fugimos da tristeza, mesmo inconscientes, mesmo desconhecendo tal, mesmo perante o silêncio.

Porque aceitar algo que já houve é duro e torturoso demais para nós, é uma loucura inalcançável. Entregarmo-nos à derrota é mais que uma fraqueza, é cobardia, é triste.

Porque é mais fácil colocar tudo para baixo de um tapete do que admitirmos os nossos próprios erros. Porque não podemos dar o nosso braço a torcer. Porque no final, ninguém tem culpa da tristeza ser algo tão mau.

Porque, mesmo inconscientes a culpa não será nossa, mas sim do amor...

Entregarmo-nos à realidade é mais doloroso que vivermos numa bolha repleta de certezas e ignorância. Mas a culpa não é nossa, a culpa é da vida...

Construirmos barreiras é mais fácil que moldar relações novas, amores recentes ou novas chances. Porque insistir no que está certo é mais sufocante e mais difícil.

Pode existir gente oposta a essa ideia, e benditos esses: Benditos os que conseguem levar a vida com uma extrema leveza, a suficiente para aceitar que algo que não dê certo também faz parte de nós. Leveza ao ponto de aceitar um amor que não durou, porque simplesmente não deu. Benditos os que conseguem uma vida plena e calma, que não colocam peso nos outros e nem carregam o peso da própria existência. Benditos são os que se encontram sozinhos mas que estão felizes; Os que têm tristeza mas que mesmo assim, são felizes o suficientes para nos alegrar também; Os que conseguem nos fazer esquecer a realidade e fazer sonhar. Benditos os que só veem alegria por onde quer que passem. Benditos os que não precisam de se apoiar a ninguém. Benditos os que aceitam o que a vida lhes impõe, conseguindo tirar um pouco de felicidade; Os que voam sem asas, mas que voltam para o chão porque sabem que não há lugar melhor que o abraço de quem amamos.

O amor é só um sentimento, livre de julgamento ou condenação. É para ser sentido e não banido de nós mesmos.

Crónicas de uma RomânticaWhere stories live. Discover now