Capítulo 26

195 9 175
                                    

No quarto de Raquel — surpresa e despedida.

Raquel estava entediada com o discurso de Alícia para irem ao clube, a ruiva inventou mais de cinco motivos para elas comemorem e enquanto falava, Raquel a olhava através do espelho.

— Certo Alícia, eu vou! — revirou os olhos — Está satisfeita?

— Sim! Eu estou muito satisfeita — deu de ombros e se aproximou para abraçar a prima, mas ela parou seus passos ao percorrer o olhar pelo vestido de noiva que Raquel usava — Esse vestido é horrível — franziu o rosto. Na verdade, o vestido era lindo, mas o motivo que fazia Raquel usá-lo causava repulsa em Alícia, então ela precisou zombar de alguma forma — Se bem que o Alberto merece.

— Você pode, por favor, não tocar nesse nome?

— Por quê? — Raquel revirou os olhos — Certo, não está mais aqui quem falou.

— Obrigada.

Martín entrou no quarto trazendo consigo alguns pedaços de tecido rendado branco e se aproximou das duas, colocando os tecidos sobre a poltrona ao lado e voltando o olhar para o vestido de Raquel.

— Vamos continuar — pegou agulha e linha em mãos, passando delicadamente o fio pelo buraco do objeto.

— Martín, você poderia ter feito um vestido preto — Alícia comentou.

— Preto? — franziu o rosto.

— Sim, preto. Ele representa o nosso luto desde que a Raquel decidiu se casar com o Alberto — os dois riram e Raquel ficou em silêncio, no fundo ela concordava com a prima.

O dia passou rapidamente para Raquel, ela fez questão de ocupar sua mente com os preparativos do casamento para que assim não pensasse em Sérgio. Embora ela não estivesse feliz em subir ao altar com Alberto, ao menos ela se tornaria rainha e isso tornava seus pensamentos menos caóticos. Ela escolheu as comidas para a festa, a música e até mesmo a posição que os vasos de flores ficariam ao altar. Tudo exatamente como queria, ou quase, já que o noivo não era Sérgio.

Ao anoitecer, Raquel percebeu que um jantar nunca foi tão silencioso como aquele. A mesa estava bem mais vazia e seus amigos não estavam, pois ficaram extremamente magoados com Raquel ao saberem o que ela fez a Sérgio. Ela não os culpava, eles não sabiam toda a verdade então se olhares feios e indiretas eram as consequências, ela aceitaria. Ao seu lado a cadeira que costumava estar Sérgio agora se encontrava vazia, assim como a do seu irmão e pai.

— O Andrés também quer ir hoje, tem algum problema para você? — Alícia foi cuidadosa ao perguntar, ela não sabia até que ponto poderia ir no assunto com Raquel e percebendo que a prima exitou em responder ela continuou: — Não se preocupe, eu tenho certeza que ele não vai.

Raquel assentiu um pouco triste, ela desejava ver Sérgio, mas ao mesmo tempo, não tinha a mínima ideia do que faria ao vê-lo. Após o jantar, Alícia saiu do castelo primeiro que Raquel e encontrou Andrés a esperando em uma das esquinas próximas ao clube, o duque fez questão de mencionar que convenceu Sérgio a ir também e os dois bateram as mãos em cumplicidade, partindo para o clube logo em seguida. Ao chegarem, encontraram seus amigos os esperando em uma das mesas e se sentaram junto a eles inciando uma conversa animada sobre Raquel e a surpresa que fariam. Meia hora depois, Raquel chegou e se juntou ao grupo percebendo alguns olhares estranhos na sua direção.

— Vai fala, o que vocês aprontaram? — ela estreitou os olhos.

— Fecha os olhos e conta até dez! — Alícia disse e se levantou da mesa.

— Por quê?

— Só conta cacete! Confia em mim.

— Tá bom, Alícia — revirou os olhos e riu cobrindo o rosto com as mãos.

Sociedade Secreta: A filha do reiWhere stories live. Discover now