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[Will]

Já era de se esperar. Dr Lecter era muito observador, ele ficava em silêncio como se não tivesse dúvida alguma sobre a investigação. Mas, quando se tratava de mim, ele fingia confusão. Aí que percebi a máscara em seu rosto que, pelo menos pra mim, já estava caindo há tempos...
Então, resolvi entrar em seu joguinho, ia em seu consultório sem avisar para ver suas reações, ele aparentemente não parecia se incomodar.

Até que um dia ele não estava no prédio costumeiro. Por conta da última investigação, eu sabia o endereço dele, então resolvi aparecer por lá. Bati na porta, e nada. Toquei a campainha e ouvi alguém gritar:

- JÁ ESTOU INDO! - A voz dele parecia carregada de raiva, acho que atrapalhei a coisa que ele estava fazendo, engraçado, ele nunca me pareceu ser um homem ocupado.

Lecter abriu a porta, parecendo um daqueles chefes de cozinha famosos, tipo Alex Atala ou qualquer outro... Ele estava com ódio, transparente como água, quase conseguia ver a fumaça saindo de seus ouvidos. Até ver quem era na porta. Quando me viu, abriu um sorriso, um daqueles que o seu tio te dá só por obrigação, porque não gosta de você mas é obrigado a fazê-lo. Não que Hannibal não gostasse de mim, ele simplesmente estava irritado pela interrupção.

Eu iria começar as provocações básicas pra se irritar alguém que não queria ser interrompido como "oi, como você está?" Ou outras perguntas idiotas e afirmações idiotas do tipo "Nossa o dia está lindo", mas antes que eu pudesse se quer piscar ele me interrompeu:

- Olá, William. - Rápida mudança de expressão. Característico de um mentiroso, ou um psicopata. Talvez ele seja os dois? Fiquei pensando nisso... Uau, um psicólogo psicopata, isso seria estranho. Já havia se passado uns 6 minutos, e eu parado olhando pro chão, uau novamente, eu sou um alienado.

- Ugh... Oi, Doutor Lecter... Er... Eu vim pra te contar umas coisas que... Vem acontecendo - Fingi um sorrisinho de canto, agora o falso era eu.

- Prossiga, Graham, eu tenho mais o que fazer - Ele estava tentando parecer doce, eu acho. Mas na verdade parecia que tinha acabado de matar crianças a sangue frio, com um olhar vidrado em mim e um sorriso estranhamente amedrontador.

- Posso entrar? - Ele se encostou na parte direita da porta me dando um espaço para entrar naquela casa muito bonita, e nem um pouco pequena. "Fique na sala" foi a única coisa que eu ouvi antes dele desaparecer na cozinha. Eu não ousaria desobedecer, eu sou educado, mas o problema mesmo é a curiosidade. E também não é como se ele fosse me comer vivo se eu simplesmente entrasse em sua cozinha.

Fui para o lugar onde o mesmo permanecia concentrado, indo pegar uma carne esquisita no freezer, até perceber a minha presença. (o que não demorou muito, parece até que ele tem um olho na nuca, super sentidos ou algo do tipo)

- Que tipo de animal é esse? - Prometi para mim mesmo que não diria nada, mas ele já sabia que eu estava ali, de qualquer maneira não faria diferença, não é?... Então, quando perguntei ele fincou a visão dele em mim, com um olhar perverso. Se eu não o conhecesse, eu diria que ele iria me assassinar ali mesmo.

- Porco, ele está nesta embalagem estranha pois eu mesmo que cacei. - Pela terceira vez, uau.

- Porcos são rápidos, não? Você deve ter tido um trabalhão, o animal provavelmente sentiu medo então consequentemente correu para longe de você, certo? - Eu disse em um tom meio sugestivo, meio de dúvida.

- Até que nem tanto, foi fácil e rápido mesmo que ele tenha... Fugido. - okay.

Fiquei vendo ele cozinhar, nossa ele é realmente incrível nisso! Muito viciante de se ver, as posições que ele faz, parece um profissional. Aparentemente ele é um. Passaram-se minutos e minutos dele cozinhando e eu assistindo.

- Gosta do que vê, Graham? - Congelei, por um longo segundo eu tive certeza de que ele estava falando de... Outra coisa. Mas, parei pra conectar os meus neurônios da visão e enxerguei o trambolho de prato de comida que ele estava mostrando na minha frente.

- Claro, isso ficou incrível! - Dei o sorriso mais sincero que consegui.

- Que bom que gostou, agora vamos? - Ele disse e eu me questionei em voz alta - Para onde? - eu parecia ser o ser mais inocente existente na face da terra neste momento.

- Comer, é claro! - Eu realmente não esperava isso. Bom, achei conveniente pois eu poderia contar os meus casos graves de sonambulismo, mas foi ao contrário. Ele parecia apreciar MUITO a comida, porque ele só foi começar a soltar algumas vogais depois de um longo período de tempo.

Não achei tão estranho, pois ele realmente havia demorado naquilo. Mas me perguntei se ele fazia isso todo dia, mas obviamente não comentei, acho que ele ainda estava irritado pela minha "invasão" em sua cozinha e casa...

[...Continua...]
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Bom dia, pessoas! Resolvi varrer mais sujeira pra baixo do tapete e começar a escrever uma nova fanfic. Acho que provavelmente irei terminar essa.

(finalmente, ao menos uma!)

Me sinto mais encorajada e disposta, por isso. E eu ainda vou receber idéias e ajuda de uma amiga, então pode ajudar a eu não encalhar novamente em fanfics inacabadas.

O capítulo foi bem curto, só para uma pequena prévia do que eu planejo fazer.

Foi isso, se gostaram até agora, comentem!

(E deixem sua )

You Are Blind My Dear?Where stories live. Discover now