7. Monstros

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Monstros

Eu prefiro esconder minha cara
por debaixo de cobertores,
chorar no meu travesseiro de diversas cores
que a vida não usou para nada.

Prefiro ficar no escuro do meu quarto,
conversar com os meus monstros,
para quem sabe um dia, descansar sem meus medos.

Hoje, meu pai bebeu,
enquanto a voz da minha mãe estremeceu,
se perdeu, se interrompeu
a casa vibrou, não sei quem em quem bateu

Foi uma gritaria sendo ouvida até a esquina. E eu?
Ativei o “modo silenciar” meu.
Meu quarto e eu.
Minha irmã, 8 aninhos sabendo mais do que eu,

e aí de me queixar,
recebia duas na cara só por falar,
sempre foi assim e sempre será.
Azar o meu.

Meu monstro, se escondia embaixo da cama
Ouvia tudo, toda aquela confusão,
A confusão dos meus pais no primeiro andar de casa.

E cada vez mais me consumia
Desejei por dias que eu sumiria
Ou que nem aqui estivesse mais
De tudo queria, até se possível voltar atrás.

É claro que isso a gente uma hora esquece,
Mas o que nunca passa é esse estresse
As vezes a gente quer que desaparece,
porém não adianta fazer um refresh
depois um novo dia amanhece.
E tudo denovo acontece.
Toda noite esse monstro aparece
E todas as noite só me entristece.

- Victória França

220 palavras.

Poesias Para Não DormirWhere stories live. Discover now