Capítulo 2

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ESCOLHAS

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ESCOLHAS


EU NÃO PODERIA ME DAR ao luxo de não trabalhar, apesar da dor-de-cabeça que uma aventura passageira me tinha causado. Isso explicava facilmente o meu mau humor matutino.

Conferi a agenda do dia num dos meus aparelhos da reserva. Felizmente, só teria duas reuniões durante a tarde. O que me daria um bom tempo livre até o horário de almoço. Eu provavelmente me encontraria com Alec e Adam e me tornaria o motivo de piada por culpa do meu dedo podre.

Isso não quer dizer que qualquer dos dois tivesse a menor moral para criticá-lo, só que sempre que acontecia algum problema com qualquer mulher, tinha que ser na minha cama.

As escolhas erradas não se limitavam apenas a cama, mas a quase tudo que acontecia fora dela. A primeira de todas as escolhas erradas: ter me casado cedo demais.

Casar cedo tinha cortado todas as minhas asas. O que tinha me tornado um fracasso em jogos de sedução. Meus trinta e oito anos também não me deixavam ficar muito tempo nesse jogo da conquista com alguém. Eu tinha pressa de viver intensamente já que tinha desperdiçado tanto tempo de minha vida.

Eu não estava em busca de amor, nem de relacionamentos. Eu não me via me apaixonando novamente e passando por todo o inferno que isso causava. Eu tinha uma busca incessante por noites casuais e prazerosas, não de joguinhos de desinteresse.

Tempo e dinheiro são duas coisas que não se jogam fora.

Minha cabeça já doía bem menos quando saí a me encontrar com os rapazes em frente à Hill Incorporadora. Uma empresa responsável pela direção de um conglomerado de indústrias. Algumas delas pertenciam à família de Alec.

Um de meus antigos clientes me tinha recomendado a um cantor famoso que estava interessado em adquirir uma cobertura no Central Park. Ele tinha informado que eu era muito discreto depois de tê-lo ajudado a tapear uma revista famosa e lhe alugado uma cobertura durante uma semana apenas para que fossem feitas as fotos em "sua" mansão.

Esse era um dos negócios que eu fazia. Nem todo mundo que ostenta uma enorme mansão em reportagens de revistas famosas e nos programas de auditório da televisão tem condições de realmente custear uma delas. Especialmente quando são novos na mídia. Então eles alugam um local ricamente decorado apenas para as entrevistas esperando que isso passe uma imagem de credibilidade diante do público que nunca duvidará da real situação financeira deles.

Este cliente era diferente. Ele realmente queria comprar uma propriedade, o que resultaria numa boa comissão para mim. A venda aconteceria, e aconteceria da melhor forma que eu fazia, com direito a deslumbrar. Eu venderia uma cobertura, um carro, e ainda colocava uma loira dentro do carro para agradá-lo. Isso sempre conquistava os clientes, independente do seu estado civil.

Finalmente cheguei à café boutique. Um local bastante reservado. As mesas de madeira e suas cadeiras combinando ficavam espalhadas pela calçada. A sombra projetada pelos prédios permitia que se pudesse ficar aproveitando o movimento das pessoas e da cidade durante o dia inteiro sem o calor abrasador do sol.

DELÍRIO | Triplo AWhere stories live. Discover now