Capítulo XIV - Alohomora

210 17 2
                                    


Certo, não estava surtando, isso é tudo coisa da minha cabeça. Estou bem, completamente bem.

"Posso estar na sua cabeça, mas dessa vez quem tá surtando é você mesmo"

Calado!

"Não sei para quê tanto alarde, nós somos forte o bastante e podemos ser mais, basta você aceitar, inimigos viraram poeira em um estalar de dedos, pergunte ao cara do seu pai, unidos somos um, somos poder, magia perdida"

Não! É demais.

Não sou um leigo em artes de defesa, tive papai, tio Ron, tio Blaise e tia Mione que sempre me ajudaram nisso de se proteger, mas é o fato de não saber do que estou me protegendo que me apavora. E se esse corpo tiver uma crise no meio da prova? E se dessa vez não aguentar?

"Você não terá"

Como você pode ter tanta certeza?

"Eu venci, somos um só, pode não parecer, mas aquela magia é minha aliada agora"

E para piorar, Pandora havia se mudado para um quarto à parte por conta do laço, recente e terrivelmente perigoso, com a veela. Já Yan teve que passar a noite no navio, alguma coisa sobre proteger os competidores de possíveis ameaças, como se eu fosse machucar meu amigo por conta dessa palhaçada.

Teddy não pode sair da força tarefa, então resumindo, passei a noite antes dessa prova sozinho, em claro, mal preguei os olhos e já estava sendo arrastado para esse circo, onde o grande palhaço sou eu.

E onde é aqui? Não deu para ver muita coisa, só abriram meus olhos quando cheguei nessa sala. Algo como espera pré-prova para o campeão de Hogwarts. Pelos deuses, eu to muito fodido.

"Surtado, surtadoooo"

Cala a boca, porra!

"Mal educado, mal educadooo"

O que fiz para merecer isso, Merlin?

Já estava terminando meu testamento, quando a diretora entrou na sala.

—Você está pronto, James? Assim que o Sr.Krum sair da arena é sua vez. Aquela porta irá brilhar em amarelo, então você segue o corredor e deverá decidir qual é o melhor caminho — foi misteriosa.

"Hora de brilhar"

Deusa me ajude!

Não adiantava clamar pela Deusa, pois poucos minutos depois da diretora deixar minha sala, a porcaria da porta brilhou. Fiz como ela tinha explicado, até chegar em uma câmera com três portas. Havia uma placa que dizia: "Caro viajante, dessas opções, duas te levaram em paz, mas uma será sua provação"

"Não consigo sentir nada aqui, é como se tivesse algo silenciando a magia"

Caminho até a porta número três...

E a sensação foi como se tivesse usando uma chave de portal, me sentia observado de cima e de frente, mas a escuridão não deixava eu ver o céu, havia apenas um ponto de luz no meio do que parecia areia e dela levantou-se uma Mortalha, a capa preta reluzia, claramente encantada para que o participante pudesse ver. A sensação daquele lugar parecia ser de um país tropical.

Mortalhas são como Dementadores, só que cinco vezes mais agressivas. Pulo para o lado quando vi o primeiro ataque, ela não me deixava respirar, muito menos produzir o patrono.

"Me deixe sair"

Não, estão nos vendo de algum lugar, você quer sair daqui morto? Porque é isso que vão fazer com a gente quando descobrirem que possuo um obsessor.

A mortalha acertou meu braço da varinha, com um grito horroroso.

"Me deixe sair ou vamos morrer"

Meu corpo esfriou, como se eu fosse ter uma crise. Pelo amor da Deusa, só o que me faltava, se como magia já está difícil, imagina sem?

Ela acertar meu braço esquerdo...

Mortalhas são famosas por devorarem trouxas e bruxos azarados, tudo que preciso é um patrono...

Eu o sinto correr por minhas veias, a areia ao meu redor levanta, foi esperto em tampar a visão dos telespectadores...

O gelo se intensifica, torna-se acolhedor, qualquer pessoa que se aproximasse sentiria...

Quando a poeira baixou, havia apenas as presas da mortalha, digamos que não foi preciso utilizar nem mesmo o patrono.

"De nada!"

...

—Sr.Potter, um minuto da sua atenção? Como conseguiu matar a mortalha?

—É verdade que pratica artes das trevas como seu pai? O Malfoy?

—Senhor Potter, está trapaceando?

—O que aconteceu lá? O senhor é capaz de produzir um patrono que nem o seu pai?

Flashes estavam ofuscando meus olhos, tudo que tinha entendido era que estavam me assistindo de algum tipo de arquibancada. Consigo chegar até meus pais cortando um mar de jornalistas.

"Relaxa moreno, eles não viram nada"

Acho bom, porque se não estamos fodidos.

—Você tá bem, filho? —Pai pula em cima de mim. Retribuo o abraço para mostrá-lo que estou bem, pelo menos fisicamente. Já que mentalmente estou a um passo de ter uma crise.

—Potter por Merlin, está sufocando o garoto — Pai afasta o de cabelos escuros e também me abraça — Sabíamos que ia dar certo garoto, mas seja lá o que esteja em você, quando estiver pronto, venha até mim — consigo ver o lampejo dos olhos escuros do outro cara.

Sussurrou uma desculpa e me afasto, ainda não estou pronto para bagunçar a vida deles com mais problemas.

Sinto a presença de Teddy.

E ele me abraçar por trás, em um aperto de urso.

— Você foi incrível, mesmo não dando para ver nada, uma mortalha é terrível. Poucos magos conseguem despista-la, quem dirá matá-la. Você está machucado?

Me vira, examinando cada pedaço visível do meu corpo.

—Estou bem, só preciso de um banho e uma massagem.

—Isso pode ser facilmente resolvido, meu caro.

Se vira para que eu suba em suas costas, gosto quando ele entende os sinais. Como um bom filho, mandei beijos para meus pais e me despedi, já sendo levado por Teddy.

Mas como a sorte geralmente odeia os Potters, seja em qualquer instância que o sobrenome esteja, demos de cara com King saindo da Arena.

—Então é por esse mestiço que você me trocou? — gritou em plenos pulmões chamando atenção para ele.

—Só ignora, Edward!

Pedi com a cabeça encostada em seu ombro.

—Potter, estou falando com você, como ousa me dar as costas? — gritou que nem uma galinha.

"Pela Deusa"

Sinto os olhos mudarem e King dá um grito...

Pelo jeito alguém terá uma bela noite na enfermaria.

Porra e essa ainda é a primeira prova!


-------------------------------------------------------------------

20.04.2022

Obs.: A calmaria está acabando, se preparem!


Lótus - JEDDYOnde histórias criam vida. Descubra agora