CAPÍTULO 17

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LIZZIE ROUGE

Um mês se passou desde que eu e Arthur terminamos.

Nesse meio tempo de folga, decidi passar minhas férias em Paris com a minha família e Hyperion. Deixar Maranello por um mês me fez bem, tirando o fato de que Florencia havia se mudado para Milão no final de março e Ollie estava visitando alguns parentes em Londres com os Bearman. Tirando isso, eu estava melhor depois do meu último encontro com Arthur LeClerc.

Particularmente eu não tinha mais nenhuma notícia dele, sem ser o que Charles postava nas redes sociais ou o que o próprio Arthur postava. Eu ignorava os seus stories do Instagram, na verdade, realmente não queria saber dele.

É, eu não queria saber dele até encontrar uma lembrancinha que ele deixou na minha casa.

Achei que arrumar as malas seria uma tarefa fácil até encontrar uma das suas camisetas da academia jogada dentro do meu armário. Ela estava limpa e ainda tinha o seu perfume, acho que foi de um dia que ele acabou dormindo em casa e esqueceu de levá-la de volta. Lembro da vez que avisei a Arthur que ele havia esquecido sua camiseta na minha casa, a única coisa que ele me disse foi "Pode ficar de lembrança, sei que vai sentir minha falta".

Tá, ele pode até estar certo em dizer que eu sentiria sua falta, mas não disse que me faria derramar algumas lágrimas solitárias quando encontrasse o seu presentinho dentro do meu armário.

Estamos no final de junho, faltava uma semana para o Grande Prêmio da Grã-Bretanha, logo eu estaria de volta aos boxes da Prema com a minha câmera. Dessa vez não vou com a Prema para Silverstone, eu vou com a minha família; quando voltei a França no começo de fevereiro, meus pais decidiram que iriam assistir o Grande Prêmio da Grã-Bretanha no próprio circuito de Silverstone, eles dizem que estão indo para apoiar o Theo Pourchaire, mas ainda acho que eles estão com alguma aposta de Fórmula 1 pendente de quando eram jovens.

Ferrari e Alpine.

Não sei o que eles vão conseguir com essa aposta, até porque as duas equipes não costumam ter rivalidade atualmente. O duelo deste ano está nas mãos da Ferrari e da Red Bull, a Mercedes, por incrível que pareça, não estava tão boa quanto imaginávamos.

Rosalie entrou no meu quarto como um furacão, ela fechou a porta e ficou estática por alguns instantes. Deixei meus pensamentos e o celular de lado, minha irmã era um enigma na maior parte do tempo, mas agora acho que o motivo dela estar aqui começava com T.

— O que foi agora? — perguntei, entediada.

— O Theo Pourchaire — Rosalie se afastou da porta e começou a andar pelo meu quarto de um lado para outro, ela estava eufórica e bastante ansiosa.

— O que tem ele?

— Ele me chamou para sair, Elizabeth! — ela falou irritada — Em Silverstone! Depois daquele negócio de track walk.

— Bom, e qual o problema? — questionei não vendo tanta importância na sua reação.

— Nossos pais não sabem disso e se souberem vão falar todas aquelas besteiras de novo.

— Se quer saber, aceitando ou não sair com o Pourchaire, você ouvirá tanto sobre ele quanto sobre o Ollie quando formos a Silverstone.

Rosalie estava passando por aquela fase de que tem que escutar tudo o que os pais falam sobre a vida adulta e o porque ela poderia facilmente arranjar um namorado piloto de corrida. Ela não quer um namorado agora, por mais que eu sempre a ouça falar sobre as histórias de amor verdadeiro nos seus livros, ter alguém agora era o fim do mundo.

E eu entendia completamente a Rosalie.

Quando completei 18 anos, meus pais também insistiam para que eu arrumasse um namorado. Eu achava essa ideia um tanto quanto antiquada. Ainda suspeito que eles me queriam fora de casa, por isso a desculpa de arranjar alguém.

DON'T BLAME ME | Arthur LeClerc ✓Where stories live. Discover now