21.

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Josh Beauchamp

Era domingo e eu estava acordando exatamente às 11:45 da manhã, horário que programei meu despertador. Calcei meu par de crocs azul e corri até o chalé de Daisy Amelia. Ela estava sentada na própria cama, me esperando. A peguei nos braços, lhe dei um beijo no rosto e voltei a correr. Corremos em direção ao outro lado, chegando no lado feminino dos chalés. Encontrei a porta aberta, como já esperava, e entrei, encontrando inusitada nova amiga desmaiada num sono profundo.

Seguindo uma rotina recém desenvolvida, coloquei Ams na cama de Any Gabrielly e esperei ela acordar a garota com seus pulos indelicados. Resmungando, a brasileira acordou. Analisou o quarto confusa, parecendo nem saber onde estava. Quando recobrou a consciência, fez uma careta emburrada e se sentou na cama.

— Bom dia, Ans – Daisy cumprimentou, extremamente fofa.

— Boa tarde – corrigi, zombando. Ela não precisava saber que eu só estava acordado havia quinze minutos.

— É domingo e eu tô doente, posso dormir o tempo que eu quiser – se defendeu com a voz rouca. — E bom dia, meu amor – sua voz adotou um tom doce ao mudar sua atenção para Daisy Amelia.

— Pega – a entreguei o xarope que estava na escrivaninha compartilhada do chalé. — É o copinho todo.

Enquanto a cacheada se servia com o remédio, fui buscar a garrafa de água dela que estava guardada no minúsculo frigobar abaixo da escrivaninha, que quase não resfriava. Any Gabrielly bebeu os 10 ml do xarope indicado pela enfermeira e fez uma careta, demonstrando que o sabor não lhe agradou. Rapidamente estendi a garrafa para ela, que a tomou da minha mão e virou a água goela abaixo.

— Isso é horrível. Espero que tenha efeito instantâneo, porque não vou tomar isso por muito mais tempo – reclamou, limpando a boca com as costas da mão.

— Não precisa sofrer com antecedência, o próximo agora é só às oito horas – respondi, me sentando na beira da cama.

Any Gabrielly se levantou e foi ao banheiro se preparar para o dia. Enquanto isso, eu e Daisy Amelia tomamos conta da cama, nos estirando em cima do colchão para esperar por ela. Alguns minutos depois, ela voltou vestindo um conjunto de moletom lilás, calçando meias com chinelo. Ela realmente estava no clima de verão.

— A gente vai almoçar agora, né? Tô morta de fome – resmungou, batendo na própria barriga.

— Sim! – Ams saltou da cama demonstrando ser a única empolgada. Puxei a garotinha para meu colo antes que ela pulasse em uma Any Gabrielly debilitada.

Com Ams nos meus braços e Ans ao meu lado, seguimos para o refeitório. A maioria da nossa turma de teatro encarou nossa protagonista com remorso, parecendo que estavam vendo uma recém curada do câncer.

Percebi quando Any se encolheu ao meu lado, não gostando da atenção que estava recebendo. Talvez fosse por não estar tão arrumada quanto a maioria do pessoal, ou estava apenas desconfortável com todos prestando atenção a cada passo seu, mas a última opção era improvável. Nós, atores, nascemos para sermos assistidos a cada passo nosso. Eu que nasci com defeito de fábrica.

— Você tá ótima – disse num impulso, chegando mais perto dela até que nossos braços se tocassem. Ainda em meu colo, Daisy se inclinou para beijá-la na bochecha, fazendo-a sorrir. Em contrapartida, recebi uma cotovelada.

Pegamos nossos almoços e nos sentamos com nossos amigos. Após um longo interrogatório com todos querendo saber a procedência do estado de saúde da nossa amiga, começamos a comer e falar sobre o único assunto discutido nos últimos dias no acampamento: a apresentação no fim do semestre.

Acting Love | BEAUANYحيث تعيش القصص. اكتشف الآن