Prólogo

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Bom, venho trazer mais essa história no universo original e que eu espero mesmo que gostem.
Ela não será só flores e antes de tudo se acertar muita coisa vai acontecer com nosso amado casal.
Nem tudo que parece é.
Muitas coisas só serão e esclarecidas com o desenrolar da trama, me desculpem por qualquer erro, ainda sou nova nisso.
Eu dedico essa história ao Liga camponesa, meninxs vocês são demais, e aqui eu declaro meu grande apreço pela amizade de cada um, que sempre podemos continuar nesse fortalecimento mutuo, muito obrigada.



"Eu sei que você está em algum lugar lá fora
Em algum lugar longe..."
"À noite, quando as estrelas iluminam o meu quarto
Me sento sozinho
Conversando com a Lua
Tentando chegar até você
Na esperança de que você esteja do outro lado
Conversando comigo também
Ou eu sou um tolo que fica sentado sozinho
Conversando com a Lua?"
-Talking to the moon - Bruno Mars

Estava ali mais uma noite naquele escritório frio, pilhas e pilhas de papéis, compromissos agendados e aquele sentimento opressor e recorrente de solidão e arrependimento.
Lamentava por não ter feito a escolha certa, lamentava pela vida que deixou de experimentar e ainda mais pelo amor que deixou de viver. Aquilo apertava seu peito como um looping infinito de dor e mágoa, aquela que acreditava ser sua melhor amiga, sua família; o colocou no mais fundo em que uma pessoa poderia chegar. Ele havia perdido tudo por culpa dela, talvez ele nunca a perdoaria.
A lembrança de quando a farsa fora descoberta juntamente com o olhar magoado e frio que Hinata o dirigiu a última vez em que se falaram. Eram as lembranças que mais o marcaram, desde então se sentia o mais nojento e vulnerável dos homens.
Era desta forma que se sentia, nojento, egoísta e sem escrúpulos. Contudo, há muito tempo ele amarga essa dor, de ter deixado escapar um amor puro e que o completava, aquela sensação dolorida de ter perdido a oportunidade de ter sua própria família, de ser verdadeiramente feliz.
A verdade é que aquele sentimento de outrora, o qual ele não compreendia muito bem estava cada vez mais vivo dentro dele. Era como uma fogueira que não se apagava, e este fogo o consumia em mágoa e arrependimento. Perguntava a si mesmo se ela ainda o amava ou se ela o perdoaria algum dia.
As lembranças do dia em que se descobriu traído e enganado vinham com toda força naquela noite, eram como um veneno para sua alma e seu coração, bebericava seu saquê enquanto divagava naquele mar de sujeira que sua vida havia se transformado com todos esses acontecimentos.

" - Força Sakura, seu bebê está quase vindo. - Shizune, que estava fazendo o parto da ex-Haruno, a encorajava enquanto se preparava para receber o pequeno ou pequena shinobi nesse mundo.
- Aaaah, eu não aguento mais, parece que essa criança nunca vai sair de mim. - Sakura choramingava em meio as contrações e ao delírio daquele momento quase entorpecente. Ao mesmo tempo que gritava e chorava.
Uma das enfermeiras cochichou algo que não passou despercebido pelos ouvidos atentos de Naruto.
" - Não parece uma gestação de sete meses. "
Naruto que até então estava segurando as mãos de Sakura afrouxou um pouco o aperto, seu olhar estava perdido. Parecia que sua alma havia saído no corpo, poderia até ser tapado mas há alguns meses já desconfiava daquela gravidez, estava adiantada demais para apenas sete meses. Espantou esses pensamentos inoportunos e concentrou-se em confortar sua esposa... esposa, nunca pensou que se sentiria tão amargo e infeliz casado com Sakura e prestes a ser pai de um filho dela. Havia feito merda mas consertou como o homem honrado que ele era.
Após alguns gritos e apertos fortes em sua mão finalmente Naruto ouviu o choro de " seu filho".
- É uma linda gatotinha. - Shizune a limpava e fazia todos os procedimentos de praxe no bebê sob o olhar surpreso da enfermeira; ela estava boquiaberta mas não era com a beleza e doçura do pequeno ser que acabara de vir ao mundo mas sim com a semelhança inexistente com o seu pai ou com a própria mãe. Se ela não tivesse assistido aquele parto do início ao fim diria que aquele bebê não era filho de Sakura. Os cabelos eram espessos e negros e após algum tempo do nascimento a criança finalmente abriu os olhos e estes eram negros como ônix, como os olhos de Sasuke Uchiha.
Naruto acompanhava tudo com o maxilar trincado, aquilo nem parecia um nascimento mas uma batalha mortal em que seu corpo era tragado pela dor e desespero. O golpe de ser enganado em conjunto com a sensação esmagadora de perder tudo. Tudo que estava acontecendo assemelhava-se muito com a sua batalha contra pain, ocasião em que experimentou pela primeira vez o sofrimento correndo de forma líquida e venenosa por todo seu corpo, a sensação de impotência era quase a mesma.
Saiu depressa dali e nem mesmo quis segurar aquela criança. Não sentia raiva da pobrezinha mas ela era o símbolo do seu maior fracasso, de sua maior vergonha enquanto homem. Havia sido burro o suficiente para foder a própria vida e condenar a si mesmo a sua ruína pessoal, fadado a nunca ser feliz. "

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