Se você estivesse dividida entre mundos completamente opostos, os quais cada um impõe regras e valores diferentes que vai contra tudo que te foi ensinado. Você se rebelaria ou simplesmente fugiria?
Asha Hayes está no 3º ano do ensino médio quando vê...
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Mesmo não estando de olho na voz de quem pronuncia meu nome, sei exatamente quem é. Ao tornar meu olhar para a senhora Grant tenho uma surpresa. Encontro não apenas ela parada na porta, mas sim toda a minha família. À medida em que avançam fico estarrecida, pois atrás deles vejo alguns rostos conhecidos de minha cidade. Imediatamente meu coração vai a mil por hora, fazendo consequentemente os mais diversos questionamentos brotarem na minha cabeça.
— Você tem que se acalmar! — Sussurra o senhor Obermann em meu ouvido.
Seu repentino e surpreendente contato embora me gere um acentuado desconforto não é capaz de me abalar meu foco. E assim como eu não retiro os olhos dele, eles por sua vez não tiram os olhos de mim. E do mesmo jeito que desejo estar com eles, eles demonstram querer estar comigo, pois caminham em minha direção a passos largos. Com isso minha família começa a deixar para trás as pessoas conhecidas de nossa cidade. Todavia, assim que estão a poucos metros de mim já vejo a senhora Grant abrindo seus braços para me dar um necessitado abraço. Entretanto, antes que seus braços me alcancem, Talas se projeta em minha frente bloqueando.
— Nada de contato físico! — Ordena ele.
— O senhor prometeu...
— Viu meus filhos como eles não entendem nada — diz o senhor Obermann se virando e olhando para todos os presentes.
Ao olhar para todos vejo alguns acenos e meneios com a cabeça em aprovação, mas em seguida vem alguns sussurros.
— Eles nunca estarão à nossa altura. — grita o senhor Obermann para a plateia.
Ouço alguém dizer. Isso faz crescer em mim uma raiva sem precedentes, uma vez que o anseio de defender minha família é maior e mais forte. Mas em contrapartida me sinto um grande peixe fora da água neste lugar e isso me impede de fazer algo.
— Uma pergunta! Vocês nunca se perguntaram o porquê de nós vampiros evitarmos contato físico? — Questiona o senhor Obermann com os olhos cravados na minha família.
— Pele sempre gélida — murmura Javier, me fazendo sorrir por sua tentativa.
— Boa resposta! — Contrapõe Métis com um sorriso no rosto. — Pena que uma boa magia resolve isso rapidamente.
— Existem coisas que a magia não resolve, como por exemplo, nosso maravilhoso extinto de caça. Cheiros, sons e até mesmo o visual já nos atrai. Entretanto quando chega o contato físico isso implica em proximidade. E isso tudo combinado com força, fome, velocidade é um coquetel perigoso. Agora imagine isso para um recém-criado? — Argumenta Talas olhando para minha família.
Suas palavras me deixam boquiaberta, pois entendo perfeitamente onde ele deseja chegar. Quando verifico a reação da minha família vejo em seus rostos a decepção. Mas ao olhar para a plateia me deparo com vários rostos estampando orgulho.
— Nós já entendemos onde você quer chegar majestade — diz a senhora Grant com uma voz arrastada denotando certo cansaço.
— Você realmente não quer aceitar, né? — Rebate o senhor Obermann se dirigindo apenas a senhora Grant e deixando claro sua irritabilidade em sua voz.
