ON AIR: Clube dos corações solitários

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interrompendo a programação para um aviso: o capítulo a seguir contém consumo excessivo de álcool e cenas com vômito. leiam com moderação.

Apesar dos imprevistos — o teatro na confeitaria, Taehyun e Beomgyu perdendo uma garrafa de vinho do estoque de bebidas, pois a sacola com a garrafa rasgou no meio do caminho de volta para casa, Huening quase entregando todo o plano para Yeonjun com uma mensagem mandada errada no grupo onde todos eles estavam presentes e Soobin queimando levemente a mão, enquanto preparava a churrasqueira, o que o fez ficar assustado e obrigar Beomgyu a finalizar o serviço —, conseguiram terminar de preparar a festa com folgadas uma hora e meia até o horário combinado com Kai para trazer o aniversariante de volta.

Beomgyu e Soobin tinham se arrumado na casa de Taehyun, pegando o seu banheiro e quarto emprestados para se trocarem, com o mais novo indo primeiro. Quando retornou à sala, devidamente vestido em uma calça preta e um suéter igualmente escuro que o próprio Yeonjun tinha lhe dado de aniversário — ele possuía algumas estrelinhas estampadas, assim como terminava em uma bainha babada, como uma saia, e vinha em conjunto com um cachecol de crochê amarelo e preto que o fazia se sentir charmoso o suficiente para ignorar o incômodo do tecido contra sua nuca —, no começo do ano, não conseguiu evitar abrir um sorriso grande e elogiar:

Woah, hyung! Você se superou!

Ele estava falando da decoração, claro. Tinham afastado os móveis da sala para os cantos do cômodo — e colocaram a televisão no quarto da mãe de Taehyun, para evitar acidentes — e centralizaram a mesa da cozinha na parede do meio, onde o mais velho tinha pendurado alguns fios de fada de led, intercalando-os com polaroids das suas fotos favoritas do namorado, e com os velhos e tradicionais balões metalizados, que formavam o 23 e um YJ.

A mesa, por sua vez, estava ocupada pelo bolo, petiscos, copos e stickers fofos de animaizinhos, que se misturavam aos outros itens como se um zoológico infantil estivesse acabado de invadir uma festa americana dos anos 90 — Beomgyu tinha achado aquele detalhe muito condizente com quem Yeonjun era, por sinal. Sob o móvel, os balões de festa disputavam espaço, soltos pelo piso, como uma piscina de bolinhas gigante, o que dava um ar mais colorido e alegre à decoração.

O restante do cômodo estava padronizado em uma festa juvenil: espaço para dançarem, espaço para conversarem, espaço para descansarem — eles tinham pegado emprestado as cadeiras de plástico do vizinho — e a caixa de bebidas encostada ao lado do sofá, em um local de fácil acesso e longe da mesa do bolo, para evitar qualquer problema.

Beomgyu sentiu sua animação crescendo, não mais hesitante como estava durante o todo dia, devido às dores de cabeça enfrentadas. Seus problemas e preocupações foram isolados no corredor dos quartos, que tinham interditado com dois bancos da cozinha, e ele estava ansioso para que Yeonjun chegasse logo e visse a surpresa que tinham preparado.

Soobin, deitado em frente à mesa do bolo, descansando no piso limpo com os olhos fechados, abriu apenas uma das pálpebras para espiar Beomgyu, antes de fechá-la novamente, soltar um suspiro satisfeito e dizer:

— Eu sei. Se minha carreira como escritor não der certo, posso começar uma companhia de organização de festas — ele disse, convencido. — Se você falir, pode ser meu sócio. Mas vai ter só dez por cento dos lucros, já que a ideia foi minha.

— Vou passar então — respondeu Beomgyu, dando de ombros, e estendeu uma mão para ajudar seu hyung a levantar.

— Você tá usando esse suéter hoje só pra agradar o hyung, né? — deduziu Soobin, quando estava de pé, após analisar melhor o look do amigo.

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