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Jeddah era sempre perigosa, não importava o que era feito ou desfeitos, alguns circuitos simplesmente não mereciam existir

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Jeddah era sempre perigosa, não importava o que era feito ou desfeitos, alguns circuitos simplesmente não mereciam existir. Ele sabia que algo ruim aconteceria, só não esperava ser com Lance. A batida preocupou Charles, mesmo depois de saber que tudo estava bem. Poderia mentir para todos que ficava daquele jeito por causa de Percy, mas o problema ia mais longe. Aquele com certeza era um dos segredos de Charles Leclerc, um que ia além do personagem criado para sufocar seus verdadeiros pensamentos.

Persephone estava certa, a dor mudou o monegasco lentamente, tirando partes importantes, afogando um tipo estranho de esperança, acreditando fielmente que merecia o inferno. Parte por parte queimada, sendo levadas pela brisa, trazendo para a realidade algo mais cruel.

O ano era 2015 e Charles ainda era garoto sonhando em chegar alto. Naquela época amava Persephone Stroll, mas não o suficiente para se afogar em pecados, então tentava fingir. Em pouco tempo entraria no esporte que sonhava, principalmente porque queria mostrar seu potencial. Infelizmente naquele mesmo ano um apagão aconteceu na mente de Charles. Jules Bianchi morrera no Japão.

O jovem piloto sonhava um dia chegar até a Ferrari com seu grandioso mentor, mas os sonhos foram destruídos.

Aquela foi à segunda vez que Charles quebrou. A primeira foi quando Percy escolheu alguém melhor. Não havia recuperação para aquele tipo de dor, apenas maneiras de esconder. Na terceira vez, Anthoine o destruiu completamente. O sangue ficou por toda parte, e ele entendeu que poderia se tornar uma estrela cadente.

O problema de amar muito uma pessoa, era que um dia você podia perdê-la seguidas vezes.

Lance Stroll salvou a vida de Charles porque amava muito a irmã. Entrou no fogo por ele, não deixou que se afogasse na própria loucura. Se não fosse pelo cunhado, perderia sua segunda chance. Seria mais um na lista de tragédias, uma vítima que não teve forças para lutar contra o inevitável.

Quando a corrida acabou, correu na direção do letreiro verde. Sabia que Lance estava bem, mas precisava vê-lo.

O alivio o preencheu quando viu o canadense roendo a unha do polegar, ouvindo o que Lawrence dizia. Charles colocou a mão no peito, sentindo o coração entra no lugar certo pela primeira vez. Em poucos meses aquela seria sua família também, viveria bastante tempo com eles, os amaria. Lance sorriu ao ver o monegasco. Apesar de ser mais novo que Percy, sabia como cuidar da irmã, e cuidava de Charles.

Naquela semana o apartamento que comprou anos atrás em Mônaco foi esvaziado e colocado à venda. Não havia motivos para voltar. Se quisesse visitar os pais, podia dormir na casa deles ou no hotel, mas jamais viver no lugar em que nasceu. O Charles Leclerc que sonhava com Mônaco não fazia mais sentido no presente, ele era cego. Agora existia uma casa mais bonita esperando por ele, pronta para todas as novas histórias.

Persephone construiu um reino somente deles, apenas para ser a rainha e viver como uma sem se sentir culpada, mesmo não se importando com opiniões alheias. Ela trouxe um propósito para o vermelho tão comum na vida de ambos, tornando-o arte, fazendo os pesadelos de Charles desaparecer. Ele foi escolhido, e nada seria capar de mudar.

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