Meu querido conde

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Isaac e Alan voltaram bem daquela aventura. Com os cuidados de Agaton, não sofreram qualquer resfriado ou constipação.

Depois daquele dia, Isaac ficou mais próximo de Alan, ainda que estivesse um pouco nervoso na sua presença, pois lembrava-se de ter acordado abraçado a ele e do constrangimento ao tentar explicar.

Tinha-se passado duas semanas.

O inglês passeava alegre pelos corredores do castelo, procurando pelo Drácula, pois tinha tido uma ideia para o negócio que estavam a estabelecer (o que era mais como uma desculpa para conversar com ele), quando ouviu um leve som.

Seguindo-o, foi levado até à porta de uma espécie de quarto ali bem perto, na qual encostou o ouvido. Ouviu um grito de mulher.

Assustado, pensando que ela pudesse estar com problemas, abriu a porta rapidamente, o que não foi muito difícil.

Primeiro, ficou sem reação, mas depois entrou em choque. No chão, alguém de cabelo preto segurava uma mulher que parecia adormecida.

Ela estava morta. Sangue manchava e salpicava o chão.

Ao sentir a luz incidir em si, a pessoa de preto virou-se para o encarar. Não era ninguém mais do que o conde Alan Drácula, cujas pupilas, encolhidas, estavam quase brilhando em vermelho e tinha a boca coberta de sangue.

"Mr. Cravin... e-eu posso explicar!" Disse, erguendo-se.

Antes que ficasse totalmente de pé, Isaac correu, inconscientemente, o mais depressa que podia, procurando fugir dali.

"Conde Drácula... é um vampiro? A senhora idosa tinha razão? Isso não significa que o que quer que aconteceu naquela sala branca foi real?"

Já não sentia as pernas de tanto correr e, sem opção, encontrou uma janela que ficava próxima ao chão exterior e saltou, aterrando na neve fria e não tão fofa.

Continuou a correr e só parou quando chegou a uma floresta.

Encostou-se a uma árvore e tirou do bolso o crucifixo de abeto, colocou-o entre as mãos e começou a rezar, enquanto tentava recuperar o fôlego.

Foi até ouvir um rosnar à sua frente. Um lobo preto! Não só um, mas um grupo de cinco grandes e selvagens lobos!

"O que há com a minha sorte hoje? Espero que seja tudo um sonho!" Lamentava-se.

Não havia escapatória, estava cercado. A única coisa que podia fazer era rezar e esperar pela sua morte.

"Não será tão mau assim. Apenas deixarei a minha Abbie, que será reconfortada pela mãe, pelo Mateus e pelo seu noivo. Pelo menos morrerei em paz, em meio à neve. Uma morte bela!"

Fechou os olhos e esperou pela dor das dentadas violentas da pequena alcateia, mas a única coisa que aconteceu foi que ouviu um grito de um dos animais. Finalmente, ganhou coragem para abrir os olhos e descobriu que um dos lobos tinha sido atacado por uma criatura humanoide preta. Conde Drácula!

Este mordeu o pescoço do lobo com força o suficiente para o matar, sendo depois atacado por mais dois. Livrando-se deles, atirou-os com uma força sobrenatural contra umas árvores, nocauteando-os.

Como algum tipo de fera selvagem, colocou-se à frente de Isaac, curvado para a frente, numa posição defensiva. Tinha arranhões no rosto, mas nada de muito grave, quando foi atacado por outro lobo, que saltou para cima dele.

Com as suas garras, Alan perfurou o peito do animal, parecendo que tinha atingindo o coração da criatura.

Mas algo não estava certo. Isaac rapidamente contou os corpos dos lobos e...

Com amor, DráculaOnde histórias criam vida. Descubra agora