Find My Own Way

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Bae Joohyun segurava a última caixa que levaria para a caminhonete alugada, mas um sentimento de nostalgia a impediu de continuar seus passos. Parou ali no meio da sala e olhou para o cômodo em um giro lento de cento e oitenta graus.

Era uma boa idéia? Ela pensava enquanto olhava os móveis que deixaria ali.

Joohyun se mudaria, mas só levaria seus pertences com ela. E pra onde ela iria? Pra casa de Seulgi. Temporariamente é claro, até que ela conseguisse arrumar um lugar para viver permanentemente. Sua ideia inicial era procurar por uma casa cujo o aluguel fosse barato para morar lá, ela não queria ter que viver onde vivia antes, então sair dali o mais rápido possível era a única coisa que tinha em mente a princípio.

Seulgi ofereceu sua casa, dizendo que por sua mãe não haveria nenhum problema, o que parecia verdade, já que nesses dois dias na casa de Seulgi ela se sentia uma hospede muito bem cuidada.  Seulgi não queria que sua única amiga ficasse sozinha. A Kang prometeu que lhe faria companhia e ela não deixava de cumprir suas promessas.

Não dá pra dizer que a Bae não sentia a morte de seu pai, isso era perceptível para a Kang inclusive. Às vezes ela acordava a noite com um Barulho de choro baixo que ela sabia que vinha de Joohyun, que dormia no colchão ao lado da cama de Seulgi. A mais nova sempre se levantava em silêncio, abraçava Irene em silêncio e ficavam quietinhas até que o choro passasse e o sono viesse para as duas.

Joohyun era grata por Seulgi. E era engraçado pra falar a verdade, se fosse considerar o fato de que ela não conhecia aquela garota e confiava tanto nela, amava tanto ela. Seulgi estava cumprindo sua promessa, aquela de ser a família de Irene.

Mas ainda tinha aquela dor de saber de sua própria família não estava mais com ela.

Irene saiu de seu transe e seguiu o caminho para fora do apartamento, respirou fundo e trancou a porta. Ela iniciaria um novo capítulo em sua vida, sem dor, sem tristeza.

Irene iria começar a ter perspectiva de vida e almejar coisas graças a Kang Seulgi.

Quem diria que aquelas duas meninas que se encontraram à beira da morte meses atrás, fortaleceria uma a outra e uma ajudaria a outra a não desistir.

- Essa é a última? - Seulgi pegunta, já dentro da van que as levariam de volta para a casa da Kang.

- Sim. - Disse Irene deixando a caixa no banco de trás do veículo, entrando também e fechando a porta.

Seulgi sorriu, olhando para a Bae e seguiram para o destino.

Uma semana depois a casa foi vendida. Joohyun usou o dinheiro para comprar uma casa na rua ao lado da de sua amiga. Descobriu também que seu pai tinha mais dinheiro guardado do que ela sabia.

Incentivada por Seulgi ela acabou por mexer nas coisas do homem para limpar e doar algumas coisas, Seulgi é claro sempre lembrando que ela só deveria fazer aquilo se estivesse confortável. Irene descobriu o sentido de "você precisa cutucar uma ferida para que ela não doa mais" naquele dia, quando estava no quarto de seu pai (lugar que ela mal ousava em entrar) vasculhando as coisas dele,  limpando tudo e separando o que iria doar e o que achava importante para manter consigo.

Joohyun achou um caderninho com folhas amareladas que tinha algumas anotações, nada de importante a princípio até que se deparou com a frase que fez com que ela voltasse a folha só para ter certeza que leu certo.

"Para o futuro de Joohyun"

Aquela não era a letra de sua mãe.

Definitivamente aquela era a letra de seu pai.

Joohyun sentiu seus olhos arderem e logo em seguida a lágrima descer. Ela estava chorando por causa de seu pai outra vez, mas era diferente. Ela não estava triste. Ela estava chorando de felicidade por causa de seu pai.

Do You Want Live With Me? - SeulreneOnde histórias criam vida. Descubra agora