Rei do Egito - Série Príncipes Do Egito (Volume I)

Capítulo Trinta e Dois

Ver Kaden brincando no jardim com nossos filhos é levemente estranho, faz tempo que não o vejo assim, tão solto, leve e feliz. Aproximo-me deles deixando Nuria e Zahara com as babás que vem atrás de mim, assim que Jasmin me vê ela corre até mim, a pego no colo dando um beijo em sua bochecha antes de uma leve mordida que a faz rir.

— É bom elas sairem agora?

— Amor, nossas filhas precisam de sol — digo soltando Jas e me sentando em um banco.

— Eu sei, só acho o sol muito quente agora — Ele diz, vindo se sentar ao meu lado.

Observamos as babás brincando e distraindo os pequenos, mas percebo que quem está distraído de verdade é Kaden, pois ele não consegue focar seus olhos nos filhos, mas sim no horizonte. Pego sua mão entrelaçando meus dedos aos seus e chamando sua atenção para mim.

— Está tudo bem amor?

— Está, claro!

— Kaden, sabe que pode conversar comigo, o que lhe aflige? — Estou ficando bem preocupada com ele, pois o mesmo não é de cancelar reuniões ou de ficar tão fora de área como hoje.

— Estou pensando em depor meu pai...

— Kaden...

— Eu sei Nefertari, serei visto como traidor, mas meu pai está fora de controle, ele está maluco, não pode continuar no trono, ele está destruindo todo o legado do meu avô e...

— Amor calma, respira — digo cortando ele que falava rápido e quase atropelando as palavras.

— Desculpa...

— Tudo bem querido, só pense bem no que fará, por ele estar louco pode tentar te matar se souber de seus planos e aí...

— A coroa cai sobre Hassan cedo demais...

— Sim...

— Não se preocupe, não deixarei ele colocar essa responsabilidade tão cedo sobre nosso filho! — Ele dá um beijo em minha mão sorrindo, o sorriso que tanto amo.

— Estarei aqui para o que você precisar.

— Eu sei minha rainha, eu sei!

Ficamos ali um tempo antes de ele levantar e se dirigir para dentro do castelo enquanto eu vou brincar com nossos filhos, Hassan convencendo as meninas a jogar bola com ele, o único menino, imagino o quão ruim deve ser para ele, pelo menos ele tem a Leon!

Após dar um banho em cada um dos pequenos, exceto em Hassan que quis tomar banho sozinho foi minha vez, acabei optando por um banho de banheira, para relaxar e tentar tirar a tensão por conta do longo dia. Ouço alguém entrando no quarto, porém não abro meus olhos, nem me levanto, já está na hora de Kaden chegar mesmo.

Entretanto, as mãos que começam a me massagear não são do meu marido, me levanto assustada pegando a toalha e cobrindo meu corpo, ao me virar encontro o rei me olhando. Seus olhos estavam escuros, igual aos de Kaden quando quer me levar para a cama.

— Majestade, o que faz aqui? — Consegui perguntar após um tempo.

— Bom, tive que dispensar minhas concubinas, por conta da guerra não é mais seguro elas ficarem aqui, então acredito que devo procurar outra diversão para me distrair.

— O que o senhor quer dizer com isso?

— Ora minha cara nora... — ele começa a se aproximar de mim e sinto cheiro de álcool, é como se ele estivesse voltando ao passado, anos atrás quando tentou abusar de mim — você deve saber exatamente o que quero dizer!

Salim passa seu nariz pelo meu pescoço, dessa vez Kaden não está por perto e ainda me lembro de algumas aulas que ele me deu. Dou uma joelhada na virilha do homem, fazendo com que ele me solte, tento correr, porém, Salim se recupera rápido demais me segurando novamente. Sinto seu membro duro contra minha bunda.

— Se você ficar parada será muito mais prazeroso — ele diz em meu ouvido.

— Me solta Salim — digo alto na esperança de que alguém ouça, mas ainda não grito.

— Não adianta falar alto, nem gritar, dispensei os empregados dessa ala, ninguém poderá te ajudar!

Começo a me debater sentindo que a toalha começa a cair e sua mão entrando nela e tocando minha pele não ajudava muito. Ouço a porta do quarto ser aberta e torço para ser Kaden, penso em gritar, porém Salim me silencia com uma de suas mãos.

— Quietinha! — Ele sussurra.

— Nefertari?

Dou uma mordida na mão imunda do rei que grita me soltando, não foi necessário mais que isso para Kaden me encontrar. Corri até ele, que me abraçou, porém, logo me colocou atrás de seu corpo que estava tenso.

— Mais uma vez você tenta abusar da minha esposa... escute bem, você pode ser meu pai, pode ser meu rei, mas se encostar na minha esposa ou na minha cunhada, até mesmo nas minhas filhas mato você!

— Saia daqui garoto, acha que tenho medo de você?

— Sei que não tem, mas deveria, agora quem deve sair é você majestade, ou prefere que eu lhe tire com alguns socos?

Salim olha feio para o filho que não fraqueja. Assim que ele sai Kaden se vira para mim me abraçando, ele me aperta tão forte contra seu peito e além das lágrimas que descem por imaginar o que teria acontecido, sinto como se fosse quebrar.

— Kaden...

— Oh, desculpa... vou contratar seguranças, a guarda real pelo jeito não é mais confiável.

— Obrigada...

— Quem fez tudo julgo que foi você, eu só apareci — solto uma risada fraca — volta pro banho, verei uma roupa para você.

— Se importa de me ajudar? — Ele me olha curioso, ainda não podemos transar, mas isso não quer dizer que não podemos tomar um banho juntos.

— Não mesmo — ele dá um sorriso diabólico e sei que aproveitará para me tocar (mesmo que não totalmente maliciosamente), mas vai e eu gosto quando faz isso.