Loving and Protecting - Mirandy

07 - Proposal

  Não Revisado

  Os olhos gélidos de Miranda vagaram pelo flat, ainda tentando se acostumar com o tamanho e a ideia de ter toda uma casa em um pequeno cômodo, um cômodo menor que seu próprio escritório ou até mesmo que a recepção. A expressão caiu momentaneamente ao imaginar as duas vivendo neste pequeno espaço, extremamente limitado e nada charmoso, o barulho da rua invadindo a estrutura fina do prédio, um barulho inconveniente para quem tem um bebê recém nascido em casa. Especialmente uma criança de sono leve e difícil gênio para se fazer dormir como Caitlyn. Ela se recompôs e virou-se para mãe e filha, lembrando o porquê de estar ali. A editora esboçou um sorriso gentil e deixou as sacolas em cima do espaço vazio na escrivaninha, não perdendo tempo em tirar as tupperwares, preparadas por sua cozinheira, ainda quentes.

- Pedi para que Olga lhe preparasse uma sopa de abóbora com frango, eu li que é muito bom no período pós parto e amamentação. - ela disse rapidamente, não dando tempo de Andy dizer-lhe qualquer coisa - Me dê esta princesinha e coma adequadamente, no hospital me disseram que você mal se alimentou hoje.

- Miranda...

- E nada de Miranda, não estou pedindo por mim mas sim por Cait. Você tem que fornecer nutrientes a ela. - a morena suspirou e acenou positivamente, um pouco envergonhada, ainda sem saber como a mulher mais velha pode agir tão naturalmente e cuidadosa mesmo após tudo o que fez. Ela ajeita a filha no colo e a entrega, imediatamente colocando as mãos sobre os seios - Eu posso me virar para você se vestir.

- Certo. - Andrea concordou e correu para buscar a blusa que vestia anteriormente, a colocando em segundos - Pronto, você pode se virar. - e então ela percebeu que Priestly não havia saído do lugar, presa no mesmo cubículo com a bebê no colo, o olhar fixado nela e suas bochechas vermelhas - É... estou suja? Se for isso, ainda não tive tempo para tomar um banho adequado.

- Não, não! Eu estava, quer dizer... você está bem e cheirosa, não se preocupe, e, mesmo se não estivesse, tudo bem. A maternidade é difícil. - Miranda se retratou, tentando não se atrapalhar nas palavas ao sentir-se, mais uma vez, como uma adolescente. Ela não pode evitar encarar a jovem e seu corpo estruturado, o corpo cheio de pequenas pintas espalhadas nas costas e estrias na cintura, marcas do amor ao carregar o pequeno ser entre elas, um corpo lindo a se admirar e ela não se absteve deste privilégio. Ela não queria admitir em voz alta que estava encarando, e babando por, Andrea Sachs.

- Mais do que eu imaginava. Eu diria que é uma merda.

- Sim, é uma merda. - as duas riram e a morena suspirou - Como você está?

- Cansada, um pouco enjoada e me sinto inchada. Nada que eu não esperasse. - a jornalista deu os ombros e abriu a tupperware, sorrindo ao sentir o cheiro da sopa que parece ser deliciosa - Obrigada pelo almoço, eu nem tinha pensado em comer ainda. Me perdi no tempo arrumando as coisas de Cait e deixando o lugar minimamente arrumado. E então... - ela parou de falar por alguns segundos, se dando conta de que iria soltar a bomba da certidão de nascimento e decidiu omitir esta parte de seu dia por enquanto, acreditando poder resolver sozinha, sem estressar a editora e a colocar em mais uma enrascada de sua vida complicada - E depois, bem, você viu como ela me dominou.

- More comigo.

- O que? - Andy perguntou por reflexo, como quando se ouve algo impossível, improvável ou simplesmente algo que se sabe que a outra pessoa nunca diria, quando não se ouve corretamente e a pergunta é automática. E ela não poderia acreditar em mil anos no que ouviu.

- More comigo. - Miranda repetiu, confiante - Conosco, as meninas e eu adoraríamos lhes ter lá, elas não param de falar nela. Eu posso cuidar de vocês, você não precisa passar por isso sozinha e não vou cansar de repetir isso. - a mulher mais velha se aproximou lentamente, tentando ler as expressões de uma Andy pensativa, a jovem olhou para a bebê e refletiu profundamente, analisando a situação ao seu redor. Por mais orgulhosa que fosse, teria de admitir que o flat caindo aos pedaços que aluga há meses não é o lugar mais adequado para cuidar de um bebê, onde ela não teria todas as coisas que outras crianças têm enquanto cresce, nem mesmo uma vizinhança legal e confiável para criar laços - Por favor.