CAPÍTULO 24

13.3K 1.4K 143
                                    


🪐🪐🪐
YAKE

     Ainda um pouco sonolento, abro os olhos e não consigo evitar o pequeno sorriso que se forma dos meus lábios quando lembro dos acontecimentos dos  últimos solstícios. Meu Will nos meus braços; as noites fazendo amor sem parar (depois de Nagh assegurar que não faria mal algum, desde que eu não tentasse colocar todo meu membro em Will); as risadas; as horas escolhendo um nome; a expressão sonhadora no rosto do meu Amor quando estávamos falando do nosso bebê...

     Céus! Eu vou ser pai. Nós vamos ser papais! Não consigo parar de pensar nisso por um segundo sequer. As vezes me pego sorrindo sozinho, imaginando como o nosso bebê vai ser, mas tenho certeza que vai ser o garotinho ou a garotinha mais lindo desse e de todos os mundos.

    Tyson. Esse foi o nome que escolhermos, já que meu Will disse que gostaria que o nome viesse do seu planeta, mas que esse era parecido o suficiente com alguns dos nomes do meu próprio mundo, então foi meio que uma mistura dos dois. O meu (ou minha) Ty vai ser tão amado e querido...

     Algum tempo atrás eu sequer me imaginava com um parceiro, agora eu tenho Will, meu amor; e Ty, meu outro amor. Esses dois tem cada centímetro do meu coração, por eles eu morreria sem pensar duas vezes.

    — hey.— uma voz doce chama, me fazendo erguer o rosto e olhar para meu amor, que está a poucos centímetros, já vestido e com uma travessa nas mãos.

    — oi, amor.— minha voz soa mais como um ronronar. Permito-me observar meu pequeno e deslumbrante parceiro por um instante. O cabelo preto foi cortado a pouco tempo com a ajuda de Tyew. Os olhos verdes brilham enquanto ele me encara com um sorriso apaixonado no rosto e as bochechas coradas. Desço o olhar e encaro o cordão no seu pescoço, onde está pendurada uma pequena pedra verde da qual me lembro muito bem. O seu corpo é magro e delicado, mas os músculos são visíveis sob a pele daquele inusitado tom quase branco. Meu olhar desce mais um pouco, passando pelos mamilos rosados que ainda estão um pouco inchados devido ao bom tempo em que lhes dei atenção na noite passada, e como se pensasse exatamente a mesma coisa, as bochechas do meu Will ficam ainda mais vermelhas. Fixo o olhar no seu abdômen, que embora ainda esteja completamente liso (e vai continuar assim por um bom tempo) abriga o nosso serzinho.

    Will engatinha até mim e senta no meu colo, colocando a travessa com comida entre nossos corpos. O calor confortável que seu corpo deixa sob o meu é delicioso.

    — trouxe para você.— explica ele, Pegando um pedaço de carne para colocar nos meus lábios. Sentindo o coração martelando, ergo a cabeça e pego a comida, lambendo seus dedos no processo.

    — não vai comer também?— pergunto, então ele nega levemente com a cabeça e toca no meu peito de forma distraída. Will diz que vai ser um "vegetariano" por algum tempo, até sentir que está pronto para comer carne novamente. Pelo visto ele adorou as frutas que eu trouxe, dizendo que tem um gosto parecido com de pêssego (seja lá o que seja isso).

     Passo o braço ao redor da cintura do meu parceiro e o puxo para mais perto, enquanto aceito cada pedaço que ele me dá, provocando-o com minha língua uma vez ou outra, arrancando suspiros rápidos do meu Will, que cora mais ainda a cada instante.

    — sabe que não tem que fazer isso, né?— pergunto. Eu quem deveria estar fazendo isso, quanto mais agora que tem outra vida dentro dele.

    — quero ser um parceiro tão bom quanto você é para mim. Isso não pode ser unilateral, Yake. Eu te amo tanto que meu coração palpita sempre que olho para você, e não quero que pense que estou fazendo isso por obrigação ou qualquer coisa do tipo. Estou fazendo isso porque você é meu, e eu não viveria sem você.— ele diz, me fazendo-o abraçar seu corpo pequeno e abrir um sorriso enorme e acariciar a bochecha macia do meu Will.

    — se você pedir desculpas mais uma vez pelo que aconteceu naquele dia, eu vou...— começo, mas ele me dá um peteleco no nariz e revira os olhos, antes de colocar outro pedaço de carne nos meus lábios. Entendo que ele estava assustado, pois os machos do seu povo não conseguem dá a luz, pelo menos não de outro da mesma espécie, e por isso ficou com medo, mas depois que conversamos com Nagh e ela explicou exatamente cada detalhe do processo, meu parceiro relaxou.

   Mastigo calmamente enquanto tento controlar a minha excitação, sem deixar de encarar seu belo rosto.

     — eu te amo, Will.— sussurro.

     — e eu te amo mais do que qualquer coisa, meu Yake.— diz ele, antes de deitar sobre mim e respirar de forma calma. Meu desejo agora é de reivindicar sua boca com a minha até perdemos os sentidos, mas como estava comendo agora pouco, provavelmente estou com o cheiro de carne na boca, o que o faria até vomitar.

     — o que acha de um banho?— pergunto, já com outras intenções bastante safadas na mente. Vou escovar meus dentes e fazer amor com meu parceiro naquela caverna até conter esse desejo absurdo que cresce dentro de mim.  Will me lança um olhar que quase me faz gozar instantaneamente, levantando as sobrancelhas para mim antes de responder:

    — acho uma ótima ideia, baby. Estou louco por um banho.

    — e...? Só isso? — brinco, acariciando a parte interna da sua coxa. Ele se aproxima e roça os lábios na minha orelha, antes de sussurrar:

    — e dá uma bela cavalgada no meu macho, até ele pedir para parar.

🪐🪐🪐
WILL.



     depois da nossa longa e maravilhosa Seção de sexo no banheiro, voltamos um tanto cansados pelos corredores. Os dedos de Yake estão entrelaçados nos meus e nossos corpos roçando um no outro enquanto caminhamos lado a lado.

    Observo meu namorado com minha visão periférica, soltando um suspiro de felicidade. Nunca vou me acostumar com o quão lindo ele é. O maxilar trincado; os cabelos escuros agora molhados; os chifres elegantes; o nariz empinado e com pequenos trechos de pele texturizada no topo; os lábios carnudos... Tudo nele é deslumbrante. Não poderia querer estar em outro lugar no universo a não ser ao lado de Yake.

  Estou quase o empurrando contra uma parede para beija-lo mais um pouquinho... Quando o som de passos rápidos se aproximando chamam nossa atenção. Nós dois olhamos para o fim do corredor, onde Wahlk e Razke aparecem, ambos com expressões de espanto e... Mais alguma coisa que não consigo detectar estampada nos rostos.

    Não havia visto Wahlk desde que ele saiu para caçar assim que cheguei aqui; as cicatrizes do seu rosto se repuxam quando ele aperta os lábios de um jeito tenso enquanto nos encara, respirando com dificuldade devido a corrida.

     — o que está acontecendo? — Yake pergunta, então alterno o olhar entre os dois caras a poucos metros. Vi Razke mais de uma vez desde que ele havia saído para procurar o amigo.

     — V-vocês...— Razke apoia as mãos nos joelhos e inspira de forma brusca para recuperar o fôlego; parece que ambos estavam correndo por horas. — nós encontramos uma coisa. Precisamos que venham com a gente.

    — encontraram o que...— Yake começa, mas Razke o interrompe:

    — vou procurar mais alguém que esteja disposto a vir com a gente; precisamos de mais alguns de nós.— dito isso, ele dá meia volta e some no corredor numa velocidade surpreendente.

    Sem entender nada, encaro Yake, que assente levemente com a cabeça, antes de começar a me puxar para o nosso quarto. Seja o que eles viram, ou é algo muito bom, ou algo muito ruim e estranho. Tenho certeza de que é um desses dois extremos.

    

🪐🪐🪐




🔻
   
   

    

QUASAR (COMPLETO)Where stories live. Discover now