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—— Pov's S/N——
꒷︶꒷꒥꒷‧₊˚꒷︶꒷꒥꒷‧₊˚

     Entro na cozinha encontrando minha mãe espiando pela janela alguma coisa no jardim. Pego uma banana na cesta de frutas.

— O que foi? – pergunto a assustando.

    Mamãe pula para trás me olhando com a mão sobre o peito assustada, depois volta sua atenção para a janela novamente.

— Os novos vizinhos chegaram. – ela disse. — Um casal e três rapazes. – me aproximo da minha mãe pra espiar também.

    Até porque filho de peixinho, peixinho é. O filho pequeno do casal estava mechendo nas flores do nosso jardim e mamãe esta quase atravessando a janela pra afastá-lo antes que quebrasse os galhos das orquídeas.

    Entendo ela, um jardim desse requer muito trabalho para chegar um pivete e começar a mexer. Se fosse no Rio de Janeiro era só soltar um tiro para o alto que aquela criança ia sair correndo.

— Jonas para de mexer ai! – o garoto que suponho ser do meio disse para o menor.
  
   Gostei do estilo meio emo, meio roqueiro dele. Sua roupa é toda preta passando uma imagem de gótico moderno.

    O pai da família carrega as caixas para dentro da casa ja a mãe esta com um copo na mão enquanto conversa com o filho mais velho perto do carro.

— Vou preparar um bolo e levar até os novos vizinhos é sempre bom criar novos amigos. – ela disse se afastando da janela.

    Estamos no Brasil, ninguém realmente se importa com ninguém. Os vizinhos por aqui são fofoqueiros e alguns até mal educados, passam o dia sentados em cadeiras na calçada só observando a vida dos outros. Um bom exemplo disso é a tiazinha Maria, fica de bituca na casa dela só esperando pra falar mal dos outros.

     O rapaz de cabelos negros pega a mão do irmão menor, e olha pra cá, depois acena, fecho a cortina constrangida por ter sido pega em flagrante. Ele agora deve esta imaginamos que somos vizinhas fofoqueiras e bisbilhoteiras, errado e
não vai está, fazer o que se a curiosidade não matou essa gatinha aqui.

— Faço bolo de que? Chocolate? Laranja? Aipim?

— Faz de chocolate, todo mundo gosta de bolo de chocolate. – falei voltando para a sala.

   Hoje é domingo e a loja de roupa onde eu trabalho não abre, estou precisando de um descanso daqueles de pelo menos 2 meses.

[...]

— Bem que eles poderia ter uma filha, ia ser legal ter uma amiga que fosse minha vizinha. – reclamo enquanto minha mãe termina de desligar a luz da sala.

— Ainda bem que não tem, você ia passar o dia fofocando na casa dela. – ri.

— Quando eu não estivesse no trabalho ou na escola eu iria mesmo. – falei rindo.

    Mamãe tranca a porta e caminhamos para a porta da casa dos vizinhos. Não vou dizer que estou animada pra conhecê-los, mas fiquei bem interessada no filho do meio do casal, ele é bonito.
    Mamãe bate na porta, passo minhas mãos pelo comprimento do vestido para deixá-lo o mais uniforme possível. Causar uma boa impressão não pode faltar.

— Olá, boa noite! – a provável mãe da família disse abrindo a porta.

    Ela tem cabelos curto no tom de loiro claro acima do ombro aquele tipo de cabelo descolorido, olhos escuros e a pele bem bronzeada, é difícil intitular alguém que é "pardo", ele é negro de mais para ser chamado de branco e branco demais para ser chamado de negro.

    A miscigenação do Brasil causa essa bagunça.

— Boa noite, somos as vizinhas da casa ao lado. Estamos com um bolo de boas vindas! – mamãe sorri largamente enquanto mostra o bolo que ela preparou.

    O bolo esta dentro de uma tupperware nas minhas mãos. Se eu fosse uma vizinha nova e alguém me traz bolo, no mínimo eu vou achar que esta envenenado. Um pouquinho paranóica talvez.

— Parece até que adivinharam que acabei de passar um cafézinho, entrem por favor! – a moça disse se afastando da porta para que a gente podesse entrar.

— Obrigada! – falei entrando depois da minha mãe.

    As coisas estão quase todas arrumadas, tinha uma pilha de caixas perto da cozinha e notei uma guitarra em cima do sofá. Ela é tão linda, se minhas mãos não estivessem ocupadas eu ia fazer a loucura de querer tocar nela, talvez sair correndo porta a fora porque é muito bonita.

— Mãe o Artur está brigando comigo! – a criança de nome Jonas disse descendo a escada para esse andar.

— Filho fala boa noite, estamos com visitas! – ela disse sorrindo para eu e minha mãe. — Venham meninas, a cozinha esta uma bagunça ainda, mas da pra sentar pelo menos. – sorrimos.

    A criança pequena ignora a mãe e sobe pro andar de cima irritado. Fico olhando a guitarra por alguns instante quando o filho do meio passa de algum cômodo da casa e me vê na sala fazendo com que ele pare de andar e me olhe fixamente. Lembro do constrangimento de mais cedo, giro nos meus calcanhares fingindo que nada aconteceu.

    Entro na cozinha e coloco o prato com o bolo em cima da mesa e me sento ao lado da minha mãe.

— Eu sou Elena, essa é minha filha S/N. – minha mãe disse nos apresentando.

   Sorri para a moça dos cabelos loiros e olhos castanhos escuro.

— Eu sou Paula, aquele pequeno de antes é o Jonas, tem o Artur meu filho do meio e o Miguel o mais velho. Meu esposo se chama Cláudio. Eu amei seu cabelo S/N. – Paula disse sorrindo pra você.

— Obrigada. – sorri para a senhora Paula.

    Meu cabelo estava pintado de vermelho na parte de baixo, por causa daquela histeria que teve de descoloração  infelizmente a tinta vermelha esta desbotando e eu não pretendo pintar de novo.

— Mãe! O Jonas não me deixa arrumar as coisas no quarto. – viro minha cabeça junto coma da minha mãe para observar o filho do meio.

— Esse é o Artur, filho essa é a Elena e a filha dela S/N. Elas são nossas vizinhas! – o garoto me olha depois a minha mãe.

— Boa noite, e um prazer conhecê-las... – ele fala educadamente com um enorme sorriso.

— Boa noite! – minha mãe diz sorrindo também.

    Desvio o olhar para a janela atrás da senhora Paula.

— Peça ao seu pai para conversar com o Jonas, por favor filho. No momento não posso dar uns tapas nele. – senhora Paula sorri e o rapaz deixa a cozinha.

    De perto ele era mais bonito, tinha os olhos azuis e o cabelo preto, provavelmente são lentes de contato, pobre fazendo pobrice. Queria também. Ele não parecia com nenhum dos pais, nem mesmo com os irmãos, pra mim alguém pulou a cerca, ele é bem branco e os pais pardo. To me sentindo no programa de teste de DNA do ratinho.
 
    Mamãe é a Paula estavam se dando bem, com aquelas dicas de dona de casa. Eu realmente queria que os novos vizinhos tivessem uma filha menina. Seria muito legal, nunca tenho sorte com vizinhos.

Filho dos Vizinhos/Imagine Where stories live. Discover now