13 ▪︎ Quatro horas da madrugada

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— Vamos fugir daqui — disse Minji.

— Minha vontade era ficar com ele — confessou Jimin. — Aconteça o que acontecer.

Minji, ainda apavorada com os acontecimentos, pôs o carro em movimento.

— Acha que vão identificá-lo? — indagou Jungkook.

— Se tiver sorte, não.

— Por que ele quis a caderneta? — voltou a perguntar.

— É sua última arma — explicou Jimin. — Arma que poderá usar mesmo depois de morto. A polícia, de posse dela, pode desbaratar a quadrilha inteira. Ele estava pensando em nós, em nossa segurança.

Depois de um longo silêncio, Jungkook tornou a fazer uma pergunta.

— Tem ideia de onde poderemos ficar?

Jimin esperou uma palavra de Minji, uma prova de solidariedade.
       
— Em minha casa não podem — disse a esteticista em tom lamentoso. — Nessa noite, sim. Tudo bem. Mas eu não teria calma para trabalhar com vocês escondidos lá. Entendem isso?

— Entendo — respondeu Jimin, embora consciente de que o instituto de Minji seria excelente esconderijo. Minji estava assustada e os dois rapazes nada poderiam fazer para que mudasse de ideia.

Jungkook, porém, tentou:

— Nós pagaríamos, em dólares.

A resposta foi breve.

— Eu não poderia aceitar dinheiro de entorpecentes. Desculpem.

— Jungkook apenas fez uma sugestão — disse Jimin.

— Em que hotel ficaremos? — perguntou o rapaz, que nunca se hospedara num.

— Depois a gente pensa nisso. Agora só posso pensar em Lucas. Ele deve estar tendo uma hemorragia, coitado.

Lucas foi levado a um quarto onde o enfermeiro logo lhe tirou o paletó e a camisa. Viu o ferimento.

— Isso é bala, não é?

— Bala perdida — explicou Lucas. — Eu ia pela rua quando ouvi disparos.

— Vou lhe aplicar um antibiótico enquanto o médico não vem. Depois ele tira uma chapa e extrai o projétil.

Lucas estendeu-se na cama enquanto o enfermeiro se retirava para ir buscar o antibiótico. Ao se ver só, pegou a caderneta e seus documentos, guardando tudo num criado-mudo.

Em seguida entrava no quarto a moça que ajudara a levá-lo para o quarto. Trazia um cartão e uma caneta esferográfica.

— O senhor pode falar?

Fez com a cabeça que sim.

— Nome, por favor.

Ele disse seu nome.

— Endereço?

Deu o endereço onde morara com o irmão. Não comprometeria Jungkook. Lá ninguém sabia o nome dele.

— Tem documentos?

Ele abriu a gaveta do criado-mudo e ela própria retirou o RG.

Anotou o número na ficha.

— Onde trabalha?

Já esperava essa pergunta.

— Estou desempregado.

O enfermeiro retornou com uma seringa da injeção já preparada. Aplicou o antibiótico.

— Agora vou fazer uma lavagem nisso.

Doze horas de terror • Jjk + PjmWhere stories live. Discover now