Dizem que a intuição é poder. Acho que de todos os poderes que me acompanham, ela foi a que surgiu primeiro... Então, eu continuo ouvindo-a mesmo quando tudo me mostra ao contrário. Neste caso, minha vida parece Ok, mas essa vozinha na cabeça diz qu...
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música do capítulo: Amarelo, Azul e Branco - Anavitoria
Um calor subiu pelo meu corpo quando olhei a foto que Kate deixou exposta na tela.
Calor de ódio, raiva. Pura combustão que me fez gritar levantando da cadeira, jogando-a para trás com força. Meu corpo tremeu e arrepiou. Me afastei flutuando, vendo as duas em minha frente olharem preocupadas e falarem coisas que eu sequer quis ouvir ou conseguia ouvir. Eu não quero. Tudo que eu quero é fazê-la pagar! Pagar por tomar a vida de linda e resplandecente mulher de fogo dos meus sonhos.
As duas podiam falar que era magia, artefatos mágicos e qualquer coisa assim. Mas pra mim não. Pra mim é o destino. Eu e Estelar devemos ficar juntas. Eu sei disso! Eu sinto isso! E Koriand'r atrapalhou nosso caminho dizimando a família dela e tomando seu lugar! Fazendo uma lavagem cerebral em seu povo e a jogando em outa realidade com tanta magia que impossibilitava alguém de acha-la!
-Rachel!
Pisquei saindo de meus pensamentos. Olhei ao redor e percebi que tudo tremia. Folhas voavam, as imagens nas telas chiavam e a cadeira quicou tanto que tombou para o lado mesmo sem ninguém em cima. Eu estou me descontrolando.
Mas eu não quero parar! Não devemos parar!Ravena é nossa melhor e única chance.
A voz ecoou em minha mente, como um lembrete. Engoli em seco e pousei no chã, batendo os joelhos, me curvando. Senti mãos em minhas costas, e vozes distantes.
Na minha cabeça imagens começaram a surgir: olhos vermelhos... Garras... Chifres... Dentes tão afiados. Era o que eu desenhava quando via Ravena pelos espelhos da casa. Meu reflexo.
Fechei os olhos sentindo-os marejar. Tudo isso não deveria acontecer. O destino deveria seguir sua rota sem interrupções! Kori não deveria ter vindo e estragado tudo! A culpa é dela! Um soluço cortou minha garganta e me curvei para frente, irritada comigo, por ser fraca e não aguentar, mas ao mesmo tempo cansada de lutar, de aguentar e sempre ser surpreendida por uma coisa pior do que as outras. Cansada de nunca ter um fim, de nunca existir realmente paz.
Você é um demônio. Nunca haverá paz na sua existência.
'Deixe-me sair. É inútil resistir'. - Ri trincando os dentes, sentindo meu corpo começar a doer por causa dela! – 'Não seja infantil. Não lute.' – Grunhi ainda rindo, me contorcendo até encostar minha testa no chão, abraçando minha barriga, sentindo o estomago embrulhar. As duas tentaram me levantar, mas falharam. Gargalhei sabendo o que aconteceria. – 'Pare de ser assim! Rachel! Não lute contra mim'. – Grunhi de novo. Ia rir, mas um engasgo irrompeu na minha garganta e me afastei do chão com dificuldade, vendo a possa de sangue e o gosto metálico na minha boca. Kate e Anie se afastaram, me olhando apavoradas, preocupadas. – 'Eu não quero te machucar.'
-Vo-vo...cê sem-pre diz is-sso. – Falei com dificuldade, sentindo o líquido viscoso da minha boca. Cuspi no chão, manchando o límpido branco. Respirei fundo, me sentindo tonta e fraca. Joguei a mão para o lado, agarrando a poltrona central. – Eu não vou deixar. – Forcei meu corpo para o lado, sentindo a dor aumentar muito mais! – Urgh! Vai embora!