Capítulo 13 - Yukinohi

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Diane me guiou até um quarto grande e vazio, provavelmente perto da onde ela mesma estava dormindo. Os dois porcos nos seguiram de perto e o menor parecia invocado com alguma coisa.

Yukinohi: *sussurro pra Diane, com a mão do lado da boca* ei, Diane né? Esses porcos... Eles por acaso estão sendo cuidados pro abate?
Diane: o quê!? Não! *rio alto com isso* não, não. O menor é o Hawk, Capitão da Ordem dos Comedores de Restos e o outro é o Wild, irmão do Hawk
Yukinohi: *olho de um pro outro* vocês dois são irmãos? Mas nem se parecem tanto...

Wild: é uma longa história, demoninha
Yukinohi: *fico com cara de tacho* pra você é Princesa Yukinohi...
Hawk: você? Uma princesa? *olho surpreso e com certo deboche para ela*
Yukinohi: claro que sim. Sou a filha caçula do antigo Rei Demônio. *sorrio orgulhosa* Meu irmão pode ter assumido o posto dele, mas eu ainda sou uma princesa

Diane: eu cheguei a ver cenas da antiga Guerra Santa, mas não vi nenhum sinal de você lá...
Yukinohi: bem... *desfaço um pouco o sorriso e fico tocando a ponta do indicador uma na outra* isso acontece porque eu fui selada antes dela acontecer
Hawk: que pecado pecaminoso você cometeu?
Yukinohi: defendi minha família
Diane: como assim?
Yukinohi: longa história...

Coloquei as roupas na cama que havia ali e olhei ao redor, o quarto era amplo e com só uma janela, o que era muito triste, mas a cama de casal no centro do recinto compensava bastante. Uma cama de dossel, em cores escuras, de madeira no centro de um quarto cinza pedra não era a melhor combinação do mundo, mas era aceitável. Havia um armário num canto e uma mesa no lado oposto, além de um negócio dobrado num cantinho afastado da janela.

Yukinohi: o que é aquilo ali ?*aponto pro negócio dobrado*
Diane: é um biombo para se trocar sem que te vejam.
Yukinohi: por que está dobrado, então?
Hawk: porque ele estaria aberto se você não está trocando de roupa?
Yukinohi: ah, sei lá.
Diane: agora vão, vocês dois, para fora. Apenas meninas podem entrar nesse quarto agora.

Diane abriu a porta e enchotou os dois porcos dali enquanto eu ria da cena do javali tentando ficar no lugar e sendo facilmente empurrado pela menina. Peguei o biombo e o abri na frente da janela, pensando que aquele era o jeito de usá-lo, mas logo fui corrigida pela garota que me acompanhava.

Diane: *dou um risinho* geralmente usamos o biombo no lugar dele, mas assim também é um meio de usar.
Yukinohi: ooh! Faz sentido agora, mas prefiro assim. Se ele tampar a janela, terei o quarto todo para mim.
Diane: e se alguém abrir a porta? *sorrindo divertida*
Yukinohi: o que tem?
Diane: se alguém abrir a porta, pode te ver pelada

Yukinohi: sinceramente, eu sou bonita demais para não ser vista, nua ou não
Diane: *balanço a cabeça em negativa, rindo um pouco* não discordo de você, mas humanos não gostam de ver uma mulher nua. Bom, alguns gostam, mas outros respeitam muito elas e não gostam de invadir essa... Privacidade
Yukinohi: então é só a pessoa bater na porta antes de entrar, não?
Diane: sim, realmente

Me despi na frente dela sem me importar, tirando cada uma das peças de roupa o mais rápido que conseguia, percebendo como estava com o corpo meio dolorido, mas ignorei toda a dor. Quanto mais eu focasse naquilo, maior seria o frio ao nosso redor e ainda não havia escurecido, então não queria congelar a Diane...

Yukinohi: Diane, você é uma humana?
Diane: não *solto um risinho e sento na cama* eu sou uma gigante
Yukinohi: então por que está nessa altura? Não devia estar... Maior?
Diane: eu tomo um tipo de remédio que me permite encolher dessa forma

Yukinohi: interessante *tirando o sapato* e você é o que dos gigantes?
Diane: sou rainha
Yukinohi: *olho para ela com os olhos brilhando de empolgação* você que é a rainha dos gigantes!? Então aquele cara com as asas só pode ser o rei das fadas!!

Diane riu da minha empolgação e me estendeu uma camisa regata preta e a vesti. Em seguida coloquei a calça verde que ficou certinha em mim e por último a blusa, um tipo de terno eu acho e alarguei ao máximo a cordinha que prendia o decote do terno, ficando muito mais confortável para o meu busto, mas ainda apertado por conta da camisa justa.

Yukinohi: o que você acha? *coloco minhas botas e me levanto*
Diane: ficou bom, combina mais com você do que o uniforme de garçonete do Chapéu de Javali... Mas não combinou com os sapatos. Vamos arranjar um jeito de fazer roupas exclusivas para você
Yukinohi: obrigada, Diane.

Eu e ela saímos do quarto e voltamos ao ambiente com as mesas de jantar. Quando chegamos na sala, encontramos Zeldris tentando bater no Meliodas, enquanto esse se escondia atrás do Wild, ou melhor dizendo, ambos estavam correndo em círculos em volta do javali roxo.

Yukinohi: o que está acontecendo?
King: Zeldris está bravo com o irmão de vocês e está tentando bater nele *flutuo para perto das meninas*
Yukinohi: mas por quê?
Diane: acho que é por conta dele querer que você use o uniforme feminino do bar...
Yukinohi: bom, para mim, minisaias são ótimas, mas esse terninho combina muito mais comigo

O tal Ban e King enfim me olharam e pude ver Ban sorrindo de canto e a fada me olhou sem jeito, com sangue saindo de seu nariz, provavelmente por conta da roupa estar meio apertada no meu busto. Assim que os dois pararam de olhar, eu forcei um pouco os seios, rasgando a regata e deixando a roupa mais folgada.

Yukinohi: bem melhor agora
Diane: concordo com você, deve apertar menos assim.
Yukinohi: muito menos *me alongo um pouco* eu estou com fome, quando vamos comer?
Ban: temos que ir para o bar antes, só estamos esperando a princesa
King: e não se esqueça da Lady Gelda

Yukinohi: *sorrio empolgada* a Gelda está aqui??
Ban: ah, é claro. A namorada vampira do Zeldris... Onde ela está mesmo?
Diane: ela disse que ia se arrumar já que parece que Meliodas quer apresentar a Yukinohi para o reino todo
Yukinohi: espera, isso é sério?
King: por que não seria?

Yukinohi: não acho que seja seguro dizer quem sou, não sei...
Ban: fica tranquila, baixota, provavelmente vai estar todo mundo bêbado demais para se lembrar no dia seguinte que você também é uma demônio.

Ri baixo do que o único humano presente naquela sala falou e, pelo pouco que já havia visto, ele deveria ser o melhor amigo do Melii. Um abrir de portas nos fez ficar em silêncio e, então, meus olhos encontraram novamente a fisionomia e o olhar escarlate da loira que um dia me encantou tanto quanto uma certa deusa.

Gelda estava ali, tão bela quanto eu me recordava, trajando um vestido longo e de um tom de vermelho escuro, tão escuro quanto o sangue que passa nas veias de suas presas. Lembrava exatamente do dia que caí naquele encanto e do olhar que meu irmão deu para a vampira quando a mostrei de longe, da forma como ele foi também fisgado por aqueles olhos vermelhos.

Gelda: *falo de forma fria* Zeldris, pare já de correr atrás do seu irmão. Ele está nos recebendo aqui, deveria ser mais grato.

Para minha surpresa, Zeldris parou imediatamente e olhou assustado para a amada, o que me fez rir um pouco da cena.

Nanatsu no Taizai: Nova GuerraHikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin