Por alguém que eu amo

27 8 29
                                    

Boa leitura.

Quando eu vi eu já estava pegando um copo com bebida e derramando sobre a cocaína na mesa. Nunca senti tanta fúria dentro de mim, lembrava o sentimento que eu tinha quando via minha mãe apanhando do meu pai, a diferença era que naquela época eu não podia fazer nada para defendê-la, e agora eu podia.

— Que porra você está fazendo?! — Jay gritou enquanto se levantava.

— Que porra você está fazendo? – Apontei o dedo pra ele. — Por que está oferecendo isso pra ela?! Devia estar cuidando e não levando ela para o buraco junto com você!

— Tem ideia de com quem você está falando, garota?

— Com um grande filho da puta! Você sabe que ela tem uma queda por você e aceitaria qualquer porcaria que você oferecesse só pra te agradar.

Se aproximou achando que eu ia recuar, mas ele estava muito enganado. Ele podia estar explodindo de raiva, mas eu estava possessa, com os olhos cheios de sangue pronta pra entrar numa briga se fosse preciso. Jay podia ser maior, mais forte, mais rápido, mas nada disso importava pra mim agora.

— Acha mesmo que me importo com o que ela sente ou deixa de sentir? – Estreitou os olhos.

— Vai se importar caso aconteça alguma coisa com ela, porque pode ter certeza que vou acabar com a sua vida. – Me aproximei.

Ele não estava drogado, sabia muito bem o que estava fazendo, o que tornava tudo muito pior. Eu achava que Rebeca tinha visto algo de diferente nele pra ser tão apaixonada, mas não existia um pingo de bondade nele. Jay era egoísta, cruel, e perigoso, tudo o que ele queria era destruir a vida das pessoas, principalmente as que eram frágeis e caiam na sua lábia de bom moço.

— Isso é uma ameaça?

— É uma promessa. – Aiden segurou meu braço e me afastou dele.

— Tudo bem, acho que já deu não é Jackson? – Se colocou na minha frente enquanto eu ia até Rebeca.

— Vamos embora.

Ela estava pálida, com os olhos cheios de lágrimas, tão frágil como eu nunca vi antes. Nem de perto parecia com a garota determinada que eu conhecia. Pela primeira vez, me senti mais forte que ela, Rebeca parecia precisar realmente de uma amiga. Por mais que eu quisesse dizer coisas nada agradáveis, talvez arrancar os cabelos dela por tamanha irresponsabilidade, eu tinha plena consciência de que não era o que ela precisava. Não devia ser fácil ouvir coisas tão baixas de alguém que se gostava. Rebeca levantou, parecia que estava meio fora de si, mas não acho que tenha sido pela cocaína, e sim pelo choque de todos os acontecimentos. Segurei ela pela cintura e com o apoio dela a levei até o carro.

Estava muito frio, e o arrependimento de ter vindo de vestido bateu, mas toda a adrenalina correndo na minha veia não deixava que eu pensasse muito nas minhas necessidades fisiológicas. Foi uma noite de merda, apesar de tudo eu não tinha me arrependido de vir.

— Deixa que eu te ajudo. –  Aidan apareceu novamente pra me ajudar a levar Rebeca, na verdade ele fez todo o trabalho quando pegou ela nos braços. Por um milésimo de segundo eu quis estar no lugar dela, mas não naquelas circunstâncias.

— Obrigada. – Suspirei.

— Ela é sua irmã? – O carro dela estava um pouco longe de casa, então tivemos que descer a rua. Eu não estava com muito fôlego, então os passos não foram tão rápidos.

— Não. – Assentiu.

— Sua namorada? – O olhei.

— Eu sou hétero caso você não tenha notado. – Não quis dizer aquilo de uma forma rude, mas quando percebi já tinha falado.

Os Segredos de AthenaOnde histórias criam vida. Descubra agora